“A grande questão é se enfrentamos esta crise como uma sociedade global, por meio de solidariedade e cooperação entre países, ou se lidamos com ela por meio do isolacionismo nacionalista e da concorrência.” (Yuval Harari)E as pessoas ficaram em casa. E leram livros e ouviram música E descansaram e fizeram exercícios E fizeram arte e jogaram E aprenderam novas maneiras de ser E pararam E ouviram mais fundo Alguém meditou Alguém rezava Alguém dançava Alguém conheceu a sua própria sombra E as pessoas começaram a pensar de forma diferente. E as pessoas curaram. E na ausência de gente que vivia De maneiras ignorantes Perigosos, perigosos. Sem sentido e sem coração, Até a terra começou a curar E quando o perigo acabou E as pessoas se encontraram Eles ficaram tristes pelos mortos. E fizeram novas escolhas E sonharam com novas visões E criaram novas maneiras de viver E curaram completamente a terra Assim como eles estavam curados. Este expressivo poema é denominado a Cura. É de autoria da escritora irlandesa Kitty O’ Meara publicado em 1869, que o ator de TV e teatro Antonio Fagundes está espalhando pelas redes sociais e que também está relacionado no site www.opoderdacolaboracao.com.br, da jornalista Izabela Cecatto. Mostra como a imaginação humana é capaz de antecipar-se à própria realidade do mundo convulsionado em que vivemos. Que premonição!!! Onde acreditemos ou não, nada mais será como antes. É a maior crise mundial que a humanidade está passando. A mídia a cada minuto nos mostra imagens trágicas e fúnebres. Um recado já foi dado e se a humanidade não quiser ser destruída por um simples vírus ela precisará se repensar e trilhar caminhos diferentes. A terra, a humanidade, a ciência, a tecnologia deverão andar sempre juntas para que o objetivo do ser humano seja atingido: a felicidade. E não dá mais para pensar que só os moradores do Morumbi querem ser felizes. Os da comunidade de Paraisópolis e outras tantas também querem. É logico que os países pouco estavam preparados para vencer um desafio brutal como este, mas aos poucos suas estruturas de saúde foram se organizando para enfrentar esta espantosa pandemia. É uma grande lição que daqui para a frente as nações precisarão colocar em prática: a troca de experiências para cada um informar aos outras, as melhores práticas aprendidas. Passada esta tempestade, as análises que serão feitas mostrarão certamente o que deu e não deu certo e, pegando o exemplo do Brasil, o primeiro conselho a ser dado é que a política e a ciência deverão antes de tudo se entender e deverão estar alinhadas para a solução do problema. Nos países em desenvolvimento não adianta ter saúde se não tiver comida. Os meios de comunicação deverão aprender a separar o mundo do espetáculo do da informação e não apavorar seus telespectadores, assim como os internautas e alimentadores de redes sociais que se metem a ser cientistas. E também, por outro lado, os profissionais da saúde deverão se entender e não a cada momento defender suas percepções. Dos políticos é bom nem falar. Cada qual querendo mostrar que é melhor do que o outro, focado na próxima eleição. Mas o mais importante é como agirão os governos depois que o problema estiver resolvido. Nada será como antes. A saúde será uma área a ser privilegiada, mas convivendo com a economia, com a política, com a cultura e com a educação também. Haverá escolhas importantes a serem feitas, como destacamos na epígrafe deste artigo, de Yuval Harari. A pandemia mostrou claramente que os problemas de pobreza, de desigualdade social, de saneamento, de habitação, de desemprego e todos os outros só serão resolvidos com boa educação. Sempre falo que o gênero humano é complicado, egoísta e só vê seus interesses. E a pandemia de Covid-19 mostra que é nas crises que floresce o melhor e o pior da humanidade. Ao mesmo tempo que tivemos milhares de iniciativas sociais, desde o catador de latinhas que preparou e distribuiu desinfetantes na favela, às empresas que doaram cestas de alimentos e pessoas que deram atendimento aos necessitados, tivemos funcionários de hospital desviando máscaras para vender a receptadores. Nos negócios a bolsa de valores despencou em todos os países e as empresas inevitavelmente terão grandes prejuízos. Sem dúvida, um dos maiores problemas dos governos será ressuscitar a economia. No esquema abaixo mostramos os ganhadores e perdedores de cada área.
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