Angelica Bocca Rossi
Pedagoga, pós-graduada em EaD, assessora para assuntos educacionais do Ensino Superior
angelica.bocca@gmail.com
***Inicio esse artigo fazendo uma breve comparação com dois outros artigos que escrevi anteriormente, “Eu não sabia que era errado...” e “A culpa não é minha”.
Embora um trate do comportamento do aluno e o outro seja mais direcionado à responsabilidade “formativa” da escola e dos professores, nos dois procurei a reflexão no que se refere aos direitos antes dos deveres.
No dicionário “Direito” vem depois de “deveres”, portanto a reflexão é importante.
Como profissionais da educação, não importando aqui o grau de escolaridade em que atuamos, tão pouco o posto que ocupamos, mas na maravilhosa profissão que forma, que desenvolve competências e habilidades para o trabalho e, portanto, para a vida, a realização pessoal e profissional de cada um, temos o DEVER de nos manifestar em defesa dos nosso DIREITOS de podermos trabalhar com o mínimo de segurança. Já que não podemos contar com segurança para vivermos, vamos exigir a segurança para trabalharmos.
Mais uma vez, um professor foi agredido fisicamente por um aluno, dentro da sala de aula. É o mesmo que a mãe apanhar do filho dentro do seu quarto, ou não? Acho que este jovem deve sim ser punido pelo que fez, mas, seus pais são responsáveis por suas atitudes, pois se inibem na educação, evitam dizer NÃO aos filhos com medo que fiquem frustrados, com problemas emocionais, mas, não estão percebendo que é justamente isso que estão fazendo com seus rebentos. Quem usa de agressão física para se defender ou exigir os seus “direitos”, ESTÁ COM SÉRIOS PROBLEMAS EMOCIONAIS.
Conheço um adulto que tem muitos problemas emocionais, justamente porque os pais não diziam NÃO, especialmente a mãe. Embora seja um homem com mais de 40 anos, não sabe se sustentar sozinho e, apesar de ter tido inúmeras oportunidades, não tem formação alguma e está sempre envolvido em fraudes. O resultado é que, as pessoas o usam, mas não gostam dele, todos comentam sobre seu comportamento inadequado e indesejável. Esta é a consequência de um filho “mal criado”, “sem limites”, que é papel da família.
A escola e os professores devem preocupar-se com a formação do indivíduo. É claro que para isso é necessário um grande esforço tanto da Instituição de Ensino quanto dos docentes. Quando um professor é contratado deve exercer suas funções com amor e dedicação, eu diria que até mais do que outras profissões, pois estará lidando com pessoas e não com coisas. Portanto, se não estiver contente com o salário deverá ter a atitude de, por exemplo, demonstrar a importância de suas atuações, o valor do seu trabalho e sua dedicação. Também poderá procurar outra Instituição para trabalhar, ou ainda, outra profissão.
Imagine se o seu cardiologista disser, na porta do centro cirúrgico, que a sua cirurgia será feita de acordo com o que ele estiver recebendo! Se estiver arcando com as despesas, talvez fique tranquilo. Mas e se for pelo SUS? Da mesma forma, não podemos dizer aos pais que formaremos os seus filhos conforme os nossos salários.
Concluo dizendo que tanto família no papel de educadora, quanto escola com o papel de formadora, devem se unir para fazer valer os DIREITOS, mas não podemos, em hipótese alguma, deixar de cumprir nossos DEVERES.
Então, famílias, EDUQUEM seus filhos, dê a eles muito amor e a exata noção dos limites entre o querer e o poder e serão bem sucedidos e queridos no futuro.
E quanto a vocês, Escolas e os professores, formem seus alunos e terão o grande júbilo em vê-los bem sucedidos e queridos no futuro.




