Com quantas estrelas se faz uma constelação? A menor de todas conta com cinco corpos celestes com luz própria e tem uma importância gigantesca para a orientação de quem habita o hemisfério sul do planeta. Talvez por esse motivo, Cruzeiro do Sul tenha sido o nome escolhido pelo professor Hermes Ferreira Figueiredo para o seu primeiro empreendimento educacional, o Colégio Cruzeiro do Sul, nos idos de 1965.
Pode até ser que o motivo da escolha tenha sido outro, mas hoje não há como pensar no professor Hermes sem conectá-lo imediatamente com a constelação mais famosa pelas bandas de cá do mundo e na sua relevância para a navegação da educação superior brasileira ao longo das últimas décadas.
Dotado de uma luz própria intensa, de grande determinação e de ampla visão do cenário onde está imerso, em março passado o professor Hermes passou o bastão da presidência do Semesp após 17 anos de relevantes contribuições àquela entidade, embora siga na entidade sindical ocupando uma das vice-presidências. Sua atuação representativa também segue firme no Conselho de Administração da ABMES.
Há que se destacar, ainda, sua atuação muito presente no Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior, enquanto representante do Semesp. No colegiado, sua atuação foi muito combativa, com ênfase para a sua visão sobre o setor particular de educação superior e a compreensão da sua importância para o país. Em ambas as entidades, o professor Hermes cedeu seu lugar à professora Lúcia Teixeira.
Exemplo de empreendedor visionário, o professor Hermes (ou “hff”, como ele gosta de assinar) transformou o seu colégio em um dos maiores grupos educacionais do Brasil. Da educação básica à educação superior, é possível ser aluno do grupo, que recentemente fez um IPO bem-sucedido.
À expansão da primeira universidade (Cruzeiro do Sul, claro) pela cidade de São Paulo/SP, com a criação de novos campi, se seguiu a aquisição de instituições de educação superior no estado de São Paulo e em outros lugares do país, como o Centro Universitário do Distrito Federal (UDF), a Universidade Cidade de São Paulo (Unicid), a Universidade de Franca (Unifran), o Centro Universitário de Caraguatatuba, a Faculdade de São Sebastião, o Centro Universitário de Itu e de Salto e o Centro Universitário de João Pessoa.
Para além da impressionante capacidade de gestão, o professor Hermes também se destaca por sua habilidade de negociação e articulação. Os resultados alcançados pelo grupo Cruzeiro do Sul e pelo Semesp nos últimos anos estão aí para comprovar. Afinal, nem só de boas decisões se constrói um legado.
A nossa sorte é que esse legado seguirá em construção. Ainda que não seja mais a liderança à frente de uma entidade representativa, o professor Hermes seguirá nos inspirando e desafiando a sermos cada vez melhores.
Ao contrário da Via Láctea que, estima-se, tenha entre 200 e 400 bilhões de estrelas, o setor particular de educação superior conta com uma constelação bem mais restrita. Poucos são os que nos iluminam e nos guiam com sua luz. Obrigada por tudo, professor Hermes, e parabéns por sua caminhada até aqui. O setor particular de educação superior segue tendo-o como uma estrela que nos norteia
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