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Homeschooling: não existe criança corintiana ou budista

Ronaldo Mota

Diretor-Secretário da Academia Brasileira de Educação e Professor Titular de Física aposentado da Universidade Federal de Santa Maria

04/05/2021 07:00:00

Não nascemos palmeirenses ou católicos. O que existe, e é legítimo, são pais palmeirenses ou católicos. As escolhas das crianças, em todas as esferas, serão frutos de suas próprias interações ao longo da vida. Naturalmente, os filhos são fortemente influenciados, o que é muito bom que assim seja, pela família, pela escola e suas circunvizinhanças. 

Educação enquanto direito universal, bem como o Estado laico, são conquistas da humanidade, constituindo-se em valores civilizatórios que nos definem positivamente. Qualquer ameaça de retrocesso aposta no retorno a um indesejável passado. 

Casos excepcionais em que circunstâncias específicas dificultem que as crianças frequentem normalmente a escola devem ser tratados via um Estado racional e tolerante. Ou seja, o Estado moderno deve ser capaz de considerar excepcionalidades e dimensionar o contexto, a escolaridade dos pais, permitindo a compreensão da peculiaridade do caso e o encaminhamento de soluções apropriadas. O relevante nesses casos é a busca de uma solução que tenha por centro a criança. As demais variáveis, incluindo as convicções dos pais, são secundárias perante a centralidade bem definida no educando. 

O poeta Khalil Gibran (1883-1931) pode nos servir de inspiração nos seus versos sobre os filhos: “....Embora vivam conosco, não nos pertencem. Podeis compartilhar vosso amor, mas não vossos pensamentos. Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas, pois suas almas moram na mansão do amanhã.”

Ainda que seja princípio básico, em uma sociedade democrática, garantir espaço para todos os temas e opiniões, creio que nenhum (ou quase nenhum) educador ativo e comprometido (com as crianças e não com fés diversas) possa, sinceramente, elencar este tema (homeschooling) entre a primeira centena de assuntos e necessidades educacionais urgentes.

Priorizar este tema em detrimento dos demais nos assusta por vislumbrar o possível pior contexto. Ou seja, políticas públicas voltadas a agradar pais flamenguistas ou evangélicos fanáticos que queiram garantir, a qualquer custo, que seus filhos sejam obrigados a professarem, a priori, as suas (dos pais e não dos filhos) convicções. 

Nestas circunstâncias, nosso compromisso, enquanto cidadãos ou como educadores, penso que seja externarmos e defendermos, de forma clara, nossas conquistas civilizatórias maiores. São valores baseados na defesa da democracia, na vigência de um Estado laico e republicano e assentados em uma educação plural e não proselitista.

O adulto que a criança de hoje será um dia terá sido fruto de múltiplas influências, com destaque para os ensinamentos que recebeu em casa de seus pais, da escola que frequentou e das ricas experiências vividas. Em especial, o convívio do aluno na escola com outros que reproduzam a enorme variabilidade de pessoas e contextos é altamente positiva para a formação do futuro cidadão. Sua sensibilidade e seus talentos lhe permitirão formar conceitos, princípios e valores, os quais serão guias básicos de sua conduta social. 

Esperamos que suas experiências em sociedade sejam baseadas na solidariedade, no amor ao próximo e na autoconfiança em busca pela sua intransferível verdade sobre as coisas ao seu redor. Se professará tal credo ou nenhum, se terá um posicionamento político mais à direita, mais à esquerda ou mesmo se terá pouco ou nenhum interesse em política são exemplos de prerrogativas na esfera exclusiva do indivíduo. 

Enfim, ninguém tem o direito de invadir decisões próprias de uma pessoa emancipada, além de certo ponto por ela mesma avaliado e definido. Isso inclui a ilustrativa escolha de times, resguardada a possibilidade de sequer apreciar o esporte específico. O tema futebol, conforme acima citado, foi escolha pessoal deste santista fanático, ainda que filho de pai palmeirense e de família materna corintiana.

 

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