Na década de oitenta era possível divisar três tipos de mantenedoras de ensino superior: as públicas, com a liderança baiana de Edgar Santos; as religiosas da estirpe de Madre Fátima Marum; os românticos-intrusos que acabaram por constituir a ABMES, geração que ainda conta com bons exemplares ou filhos desses mestres na caminhada de consolidação do ensino superior brasileiro. Melhor exemplo não há que o nosso lídimo e inspirado Presidente Celso Niskier.
Esta geração deu vida ao ensino particular a ponto de transpor, com êxito, os desafios da era Paulo Renato, a qual gerou os grandes grupos e até às sociedades de capital aberto, capitaneadas pelas luzes de um grande educador, surgido das hostes franciscanas como Antonio Carbonari, também novo migrante no ensino superior americano.
Algumas dessas instituições, embora transportadas para as mãos de outros grandes educadores, geraram outros rebentos emergentes com o mesmo ímpeto de recomeçar. Esse é bem o caso desses românticos que continuam, com algum com fôlego, apesar da idade, aprendendo outras lições de um novo mercado, pautado pela internet, num “novo normal” desafiante. Agora, os alunos parecem dispensar a frequência à escola pelo gosto da aprendizagem na tela. A dramaturgia da sala de aula está exigindo uma pedagogia de linhas e cores, de identidade própria.
Aos trinta e nove anos de vida da ABMES, da ABEMES ou da simplesmente ABM, como queiram, não podemos esquecer dos adubos pedagógicos e os óleos inspiradores que recebemos de especialistas como Cecilia Horta, Raulino Tramontin, José Roberto Covac, Rubens Martins e tantos outros que permanecem na nossa memória, bem como daqueles que, seguindo as pegadas de Vera Gissoni, assumiram o timão da entidade, como Cândido, Gabriel, Janguiê e agora o idealismo consciente de Celso, numa ABMES 4.0.
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