• portugues-Brasil
  • ingles
  • espanhol
  • Associe-se
  • Newsletter
  • Imprensa
    • Assessoria
  • Contato
  • CAA
  • Associados
  • Associe-se
  • Newsletter
  • CAA
  • Contato
  • Associados
  • Blog
  • Portal ABMES
  • LInC

Cada macaco no seu galho

Celso Niskier

Presidente do Conselho de Administração da Abmes
Membro do Conselho Nacional de Educação e Reitor do Centro Universitário UniCarioca.

25/10/2021 06:00:00

Ditados populares consistem em uma das maneiras mais eficientes de transmissão de sabedoria de geração em geração. Com suas frases simples, mas de grande impacto, são uma fonte quase inesgotável de conhecimento tácito, ou seja, aquele adquirido com a experiência e que não somos capazes de documentar.

Um dos meus ditos preferidos é o que intitula este texto. De forma lúdica, ele passa uma mensagem essencial: preocupe-se apenas com o que lhe diz respeito. Contudo, o que parece uma lição fácil de ser compreendida e aplicada, tem sido sistematicamente – e estrategicamente – ignorada pelos conselhos profissionais do Brasil.

Criadas para defender e disciplinar o exercício profissional, essas instituições têm buscado, cada vez mais, agir em uma esfera que não lhes compete: a educação superior.

De acordo com o marco jurídico vigente, a regulamentação da educação superior no país é atribuição exclusiva do Poder Executivo, por meio do Ministério da Educação (MEC). Todavia, sob o pretexto da “garantir a qualidade” do ensino ofertado pelas instituições educacionais, os conselhos têm buscado colocar em prática sua pauta corporativista que, na verdade, tem como único objetivo barrar a formação de novos profissionais, reduzindo a concorrência e valorizando o “passe” daqueles que já se encontram no mercado de trabalho.

Ao contrário da agenda que eles vêm tentando impor, não é atribuição dos conselhos profissionais estabelecer o que deve ou não ser ensinado nos cursos de graduação. Também não cabe a eles dizer a forma como o processo de ensino e aprendizagem deve ocorrer. Caminhar nesse sentido consiste em uma ingerência absurda nas competências do Ministério da Educação, que conta com ampla estrutura regulatória voltada para garantir a qualidade da oferta educacional, e do Conselho Nacional de Educação (CNE). Inclusive, a educação superior brasileira é uma das mais reguladas de todo o planeta.

Na escalada corporativista dos conselhos, o caminho para garantir a qualidade da graduação passa por medidas como acabar com a educação a distância, barrar a abertura de novos cursos e dar a eles o poder de definir os conteúdos que devem – ou não – ser incluídos nos currículos.

Além de se tratar de uma medida desumana, por querer retirar de milhares de brasileiros a oportunidade de cursarem uma graduação e alçarem voos profissionais e pessoais mais altos, a postura dos conselhos profissionais deveria ser considerada criminosa por tentar impedir a formação de novos profissionais em um país que corre o sério risco de sofrer com um apagão de mão de obra, o que comprometeria o desenvolvimento e o bem-estar da população por décadas.

Aliás, os impactos desse posicionamento tacanho dos conselhos já se fazem presentes na sociedade brasileira. Não foi à toa que a pandemia de covid-19 atingiu números estratosféricos por aqui, evidenciando a gravidade da falta de médicos durante a maior crise sanitária e hospitalar enfrentada pelo Brasil. Desde 2013, novas graduações voltadas para a formação de médicos estão condicionadas a chamamentos públicos feitos pelo governo federal.

Estamos diante de uma situação inaceitável sob qualquer perspectiva que se analise. Tanto é que o Poder Judiciário tem reiterado, em diversas decisões, a autonomia do Ministério da Educação e das instituições de educação superior. Agora, cabe ao MEC assumir o seu protagonismo na política educacional e repelir qualquer tentativa de cercear sua soberania. Passou da hora de mostrar que os limites de cada galho estão muito bem estabelecidos, e que não há espaço para dois macacos no galho da educação superior brasileira.

16 

01/11/2021

Patrícia Helena Alves

Excelente!! As IESs precisam resistir e cobrar do MEC um posicionamento efetivo. É preciso fazer valer suas atribuições como órgão regulador e não ficar a mercê dos conselho. Ou seja, metaforicamente falando, o MEC precisa ocupar "o galho" que lhe compete

Precisamos de uma educação que prepare os estudantes para o futuro

Mozart Neves Ramos

Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

28/11/2025

 

A universidade como a conhecemos vai acabar (e isso é uma boa notícia)

Luiz Cláudio Costa

Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

25/11/2025

 

Equilíbrio e segurança: STF traz clareza quanto ao intervalo dos professores

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

24/11/2025

 

Censo da Educação Superior

...
...
...
...
...
...
Previous Next

ABMES

  • Portal ABMES
  • Central do Associado ABMES
  • Associe-se
  • Contato

Serviços

  • ABMES Podcast
  • ABMES Play
  • ABMES Cursos
  • ABMES Lab

ABMES Blog

Atualizado diariamente, o blog da ABMES reúne artigos de gestores, reitores, coordenadores, professores e especialistas em diversos temas relacionados ao ensino. São inúmeros debates e pontos de vistas diferentes apontando soluções e melhores práticas na luta por uma educação cada vez mais forte e justa.

ABMES Blog © 2020