O papel transformador da tecnologia não advém apenas de processos ou da incorporação de novas soluções. A pandemia do novo coronavírus demandou distanciamento social e provocou o fechamento de escolas e universidades nos últimos dois anos. Com isso, expôs a necessidade da evolução para democratizar o ensino e fazer com que ele seja mais inclusivo. Num contexto em que a presença física era impossível, a tecnologia tornou-se o único elo entre alunos e professores. O que vai acontecer, então, com o segmento educacional no futuro?
A primeira questão é que a pandemia apenas expôs uma necessidade premente na educação brasileira. A falta de soluções tecnológicas, como computadores ou smartphones e internet, foi uma das maiores dificuldades, impedindo a prática de ensino remoto durante a pior fase da Covid-19. Segundo dados do TIC Educação 2020, realizado pelo Centro Regional para Desenvolvimento da Sociedade, 83% das escolas do país passaram por falta de material e não conseguiram garantir o melhor ensino à distância. Como esperado, quem mais sofreu foram as escolas públicas e municipais. Cerca de 93% dessas instituições não possuíam computadores e/ou smartphones para os alunos, contra 58% das escolas particulares do país.
A falta de equipamento não é o único problema escancarado nos últimos anos. Levando em consideração o tamanho do nosso país, precisamos pensar o aumento da carga horária dos docentes, as áreas em que os alunos moram - algumas isoladas e sem sinal de internet -, a dificuldade de alfabetização à distância e a vulnerabilidade social que alguns estudantes enfrentam no dia a dia. Outro fator muito importante é a adaptação do professor aos gadgets. Da noite para o dia, os docentes passaram a ministrar aulas em aparelhos eletrônicos sem entender realmente como eles funcionavam.
O processo de adoção de novas tecnologias, portanto, foi necessariamente acelerado e causou traumas. Falamos há dois anos sobre aulas online, mas vivemos num país em que o acesso à internet ainda é um privilégio e nem todas as escolas estão preparadas para o ensino à distância. Criamos protocolos para aulas pela internet, mas jogamos essas demandas nas mãos de professores que não foram previamente capacitados, utilizando as metodologias corretas para o ensino nesse formato.
Decorre desse contexto um movimento de mercado para oferecer soluções no segmento educacional. Desde o início da pandemia, segundo dados da Liga Ventures em parceria com a Edtech Qconcursos e a PwC, foram criadas cerca de 400 startups voltadas para educação e soluções de ensino à distância. Muitas delas já têm como foco o ensino híbrido, combinação de técnicas e metodologias que integram o online e o presencial, proporcionando uma autonomia ao estudante no processo de aprendizagem sem acabar com o papel do professor, que ainda auxilia, monitora e ensina os alunos. Para que o modelo funcione, é imprescindível que a tecnologia esteja presente dando suporte - não é apenas contratar uma plataforma de vídeo para passar as aulas, mas sim repensar o modelo tradicional de educação, usufruindo das vantagens da tecnologia.
Algumas das soluções já implementadas no Brasil utilizam inteligência artificial para proporcionar uma melhor experiência de sala de aula. Uma câmera IA que acompanha o professor na sala de aula, olhando cada movimento, dando a impressão de que a lente é na verdade o olho dos estudantes que estão presencialmente na escola ou faculdade, é um bom exemplo disso. Assim, independentemente de onde estiverem, todos os alunos têm a mesma experiência de sala de aula.
Outro fator importante é que as escolas e universidades precisam ter, sem nenhuma dúvida, uma estrutura que possa suportar todas as tecnologias que serão utilizadas para o ensino híbrido, desde a velocidade da internet, até a iluminação e ambientação adequada para que as soluções consigam fazer a melhor gravação de vídeo possível.
Garantir que os equipamentos tecnológicos escolhidos sejam de qualidade e confortáveis também é um pilar obrigatório para fazer o ensino híbrido acontecer. Por último, mas não menos importante, é educar, capacitar os acadêmicos, do corpo docente e funcionários para que o modelo funcione sem problemas. A utilização correta dos recursos tecnológicos disponíveis aumenta o engajamento dos estudantes, melhora a eficiência da aula e impede a distração e perda de foco dos alunos. A falta de habilidade com as tecnologias prejudica o fluxo das aulas e gera distrações tanto para os alunos, quanto para os professores.
O caminho para criar um ambiente mais favorável à tecnologia nas salas de aula é cada vez mais claro e assertivo. A questão é que o cenário tem mudado rapidamente no Brasil, considerando o avanço da taxa de vacinação e o arrefecimento dos números da pandemia. A maioria das instituições de ensino já retomou em alguma medida o ensino presencial, e isso mudou a relação com os novos equipamentos: antes necessidade de sobrevivência, a tecnologia passou a ser um aliado para repensar a experiência dos alunos.
A discussão que se abre é desafiadora. Existem muitas formas possíveis para criar um ambiente híbrido na educação, que considere a tecnologia e não despreze a experiência do ensino presencial. O que muda agora é o ponto de partida: em vez de pensarmos se é viável ter um ensino 100% online ou 100% baseado nas salas de aula, descobrimos nos últimos anos que o caminho é uma linha mais tênue, flexível e híbrida. A tecnologia tem moldado esses limites e será um elo importante para o ensino do futuro.
A Hybre tem a missão de elevar a qualidade do ensino e do aprendizado por meio de tecnologias que integram professores aos alunos de forma fluida e simultânea, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento do modelo híbrido de educação e colaborando para o engajamento e aprendizado.
Através de colaboração, com soluções que se adaptam a metodologia e cultura do ensino, oferecemos tecnologia de áudio, vídeo, plataformas para sala de aula e ambiente de ensino. Equipamentos flexíveis que se adaptam às necessidades de cada ambiente e instituição de ensino: sistema de câmeras de alta tecnologia, com captação de áudio de última geração, que usa inteligência artificial para acompanhar os movimentos do professor e focar tanto nele quanto no quadro branco, entre outras.
Para que a sala de aula do futuro esteja preparada para as novas necessidades, será necessário estabelecer conexões. A tecnologia pode melhorar o processo de aprendizado, oferecendo um ensino inclusivo e experiências de aprendizagem imersivas.
Head of Business da Hybre