“A ciência é a procura da verdade; não é um jogo no qual uma pessoa tenta superar seus oponentes, prejudicar outras pessoas “
Linus Pauling
Prêmio Nobel de Química em 1954
Prêmio Nobel da Paz em 1962
Vivemos um momento triste da nossa história: a ciência e o método científico são, continuamente, vilipendiados. São produzidas “verdades científicas” para todos os gostos.
Poder
Já existiram momentos no passado em que reis mudavam suas “crenças” religiosas, objetivando conquistar mais terras e poder. Hoje temos a ciência sendo utilizada para a obtenção do poder. Diferentes políticos interpretam o mesmo fato científico de forma diferente, procurando justificar seus pontos de vista. Essa disputa ocorre todos os dias, nos meios de comunicação.
As vacinas que utilizam RNA mensageiro ou as que são fabricadas na China são eficientes ou não?
Método Científico
A humanidade levou, pelo menos, 4000 anos para desenvolver o método científico; conseguiu que o curandeirismo não ditasse os caminhos para a cura e a prevenção das doenças.
A contínua desmoralização da ciência e de seus avanços aponta para possível descrença. Será que sofreremos retrocesso?
Analfabetismo
29% dos brasileiros são analfabetos funcionais, ou seja, podem até ler, mas não compreendem o texto lido.
Se esse contingente for submetido a informações contraditórias sobre medicações, vacinas ou quaisquer outros fatos científicos, como deverá se portar?
Podem ser analfabetos funcionais, mas têm inteligência, e, na medida em que não recebem informações confiáveis, procuram soluções para seus problemas fora da ciência.
Erros e acertos
Na ciência, existem hipóteses que podem apresentar-se como verdadeiras, mas, com posterior análise, podem-se revelar falsas. Comprovadamente, Einstein afirmou, em 1917, que o Universo era estático. Dez anos depois, outros cientistas provaram que as galáxias mantinham afastamento constante uma das outras. Einstein concordou.
F. Bloch e E. M. Purcell (Prêmio Nobel em 1952) elaboraram a hipótese de que os núcleos de certos átomos seriam capazes de absorver e emitir energia quando submetidos a um campo magnético externo. A hipótese se revelou verdadeira.
Depois de muitas pesquisas em que existiram erros e acertos, o princípio permitiu a construção dos aparelhos de ressonância magnética, hoje, fundamentais na medicina.
Achismo
Thomas Edson mencionou, e os cientistas atuais confirmaram, que muitas descobertas classificadas como geniais foram elaboradas por cientistas que utilizaram o seu tempo distribuído em 1% de inspiração e 99% de transpiração.
Assim, para que novas descobertas surjam, precisamos dos talentos. Se os prováveis futuros vocacionados observarem que o “achismo” tem maior força do que a prova científica, qual será o motivo para muito estudo, trabalho e inspiração?
Palpites e leis
Queremos que os cientistas contribuam para o progresso humano?
Em caso afirmativo, precisamos viabilizar condição de trabalho, valorizar o caminho científico, e, além disso, não permitir às pessoas que não estudam ciência a elaboração de leis que envolvam pseudociência, pois esta é baseada em palpites.
Fazer crítica destrutiva contra a ciência durante o caminho de uma descoberta ou a construção de um equipamento não ajuda a quem muito trabalha. A aparente fraqueza apontada durante o desenvolvimento de uma vacina ou medicação não deve ser utilizada contra a ciência. Será que os cientistas envolvidos no difícil trabalho aguentam críticas destrutivas? Talvez prefiram pesquisar assuntos que despertem menos controvérsia, e que talvez tragam menos benefícios para a humanidade.
Depois de percorrido o caminho, a ciência elabora conceitos e produtos consistentes, mas, durante a elaboração, é fácil destruir.
Voltando a Einstein
Depois que foi publicada a teoria da relatividade, em 1905, dois ganhadores do Nobel de Física, Philip Lenard e Johannes Stark, mobilizaram o mundo científico contra essa teoria.
Einstein era judeu. Os dois detratores eram nazistas.
O motivo para a não aceitação era claramente o racismo.
Por ser bem estruturada, a teoria da relatividade prevaleceu.
O lado da ciência
A política é fundamental na democracia, pois, entre outras qualidades, permite a convivência entre pessoas com pensamentos ideológicos divergentes.
Já a ciência não tem lado; não pertence à direita nem à esquerda.
A ciência é o que é.