Um grupo de pesquisadores analisou quatro estudos diferentes sobre gestores com experiência internacional para comprovar a teoria de que vivências multiculturais podem ajudar os indivíduos a se tornarem melhores comunicadores e líderes mais eficazes. O levantamento foi feito por Jackson Lu, da MIT Sloan School of Management, Roderick Swaab, do Insead, e Adam Galinsky, da Columbia Business School.
A pesquisa, publicada na revista "Organization Science", afirma que os líderes podem aproveitar o conhecimento adquirido durante experiências no exterior para transmitir sua mensagem a grupos mistos de trabalhadores, além de facilitar o trabalho em equipe de times multinacionais, gerenciar desafios de comunicação e resolver disputas interculturais com mais eficiência.
De acordo com os cientistas, os aprendizados obtidos em outros países se traduzem em um conjunto de habilidades que pode ajudar os indivíduos a construir relacionamentos e fortalecer equipes. Os estudiosos defendem que líderes que acumulam experiências internacionais tendem a desenvolver a capacidade de ouvir e se expressar com competência, e também conseguem influenciar e orientar os outros a alcançar objetivos compartilhados, aumentando a eficácia de suas lideranças.
Um dos estudos analisados mostrou que, para cada país estrangeiro adicional em que um técnico de futebol trabalhou, o time conduzido por ele marcou 3,42 pontos a mais do que os outros, sugerindo que a amplitude das experiências multiculturais (número de países estrangeiros em que alguém viveu ou trabalhou) pode ser mais importante do que a profundidade (duração do tempo gasto no exterior).
Os responsáveis pelo levantamento entenderam que líderes com vivências multiculturais mais amplas têm maior probabilidade de falar e se comportar de maneira inteligível, além de usar linguagem e gestos mais apropriados para situações específicas. Eles também tendem a estar mais atentos às diferenças culturais, por exemplo, repetindo uma estratégia várias vezes para falantes não nativos ou ajustando seu estilo de comunicação ao lidar com pessoas de origens diferentes.
Segundo os pesquisadores, um americano que já viveu no leste da Ásia tem mais chances de entender que “sim” às vezes pode significar “não” quando expresso por um asiático oriental. Isso porque o tempo passado no exterior permite que as pessoas aprendam sobre outras culturas ao interagirem com povos de diferentes crenças, costumes, normas, valores e hábitos.
Para desenvolver líderes mais bem-sucedidos, os estudiosos sugerem que as organizações ofereçam aos seus funcionários oportunidades de experiências multiculturais variadas para aprimorar sua competência de comunicação. Além disso, eles aconselham que os próprios indivíduos busquem programas educacionais - como um MBA global - que ofereçam oportunidades de envolvimento com diferentes povos e culturas.
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