Nunca ouvimos tanto no nosso dia a dia a palavra “híbrido” e suas derivações como “hibridismo” e “hibridização”. Como ocorre com muitos termos novos, acabamos citando-os sem saber o seu conceito ou onde se aplica: veículos híbridos, tecnologias híbridas, energia híbrida, sementes híbridas e trabalho híbrido. Fomos invadidos por essas novas terminologias.
Na educação isso ocorreu fortemente quando as IES precisaram adaptar o funcionamento das suas práticas de ensino ao longo do período pandêmico. No início, o termo usado era o remoto que tinha muito a ver com a transposição de todas as atividades que ocorriam no ambiente presencial para o ambiente virtual. Ou seja, apesar de mudar o ambiente, grande parte das atividades ainda eram o reflexo do ambiente físico, presencial e síncrono.
Nesse curto (mas, acelerado) período de tempo a sociedade avançou. Percebemos que é possível aprender de diversas formas, em múltiplos e variados espaços físicos e digitais, em grupos grandes, em pequenos grupos, sozinhos, com orientadores, professores, mentores, a qualquer tempo e ao longo de toda vida.
Logo, o que se pensava somente em “remotizar” para os espaços digitais se transformou em algo muito mais perfeito e claro, o reconhecimento que toda a educação é híbrida em essência, pois surge da combinação integrada de elementos diferentes, com o propósito de criar algo que atenda características distintas ou personalizadas. Assim é o propósito da educação híbrida: potencializar o aprendizado, usando os melhores recursos (métodos, pessoas e tecnologias), por meio de experiências únicas e flexíveis que estejam sintonizadas com o indivíduo e a sociedade.
Importante que fique claro, não estamos aqui falando de modelos de ofertas de ensino, estamos falando de algo mais essencial: a própria natureza da educação que é, e sempre foi híbrida, não limitada apenas pelas tecnologias e os espaços envolvidos. Mais do que os números 60/40 ou 30/70 possam significar, o que precisamos de fato é modernizar nossos modelos educacionais, desenvolver novas habilidades em nossos professores e inspirar nossos estudantes.
A semente já está hibridizada. Aguardamos que a nova regulação educacional tenha as mãos do mais hábil agricultor e coloque essa semente para germinar com carinho, sabedoria e leveza no terreno fértil que se apresenta. É um jogo que todos saem ganhando, afinal, a Educação é híbrida.
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