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Quando o "Não sei" abre as portas para a inovação

Max Damas

Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

07/11/2023 06:00:01

No último artigo que escrevi, deixei em aberto quais as possibilidades de inovação dentro as IES e que estejam alinhadas aos limites da regulação no ensino superior. Partindo desse ponto, compreendo inovação na educação a qualquer nova ação que aproxime da solução para os problemas da sociedade, a partir de currículos escolares atualizados e docentes capacitados e engajados. Tudo o que os estudantes fizerem será uma consequência dessas ações.  Quando no artigo anterior aponto a extensão como o grande palco para a execução da revolução dentro de nossas IES, parto da percepção de que as universidades estão distantes dos problemas da sociedade por alguns dos motivos abaixo, variando conforme as diferentes perspectivas e contextos: 

  • Complexidade acadêmica: A pesquisa e o ensino em universidades muitas vezes se concentram em tópicos altamente especializados e acadêmicos, o que pode parecer distante dos problemas cotidianos da sociedade;
  • Dificuldade de comunicação: A linguagem acadêmica pode tornar a comunicação entre a academia e o público em geral desafiadora, o que contribui para a sensação de distanciamento;
  • Falta de aplicação prática: Alguns acadêmicos podem estar mais focados em teoria do que em aplicação prática, o que pode levar à percepção de que suas pesquisas não abordam diretamente os problemas da sociedade;
  • Pressões institucionais: As universidades muitas vezes enfrentam pressões para publicar pesquisas acadêmicas de alto impacto, o que pode desviar o foco de questões práticas.

No entanto, muitas universidades estão cientes dessas preocupações e estão trabalhando para se tornarem mais engajadas com a sociedade. Isso inclui iniciativas de extensão, parcerias com a indústria e a comunidade, e a promoção de pesquisas aplicadas que abordem problemas reais. A relação entre universidades e a sociedade está evoluindo, e o envolvimento da academia em questões práticas e relevantes é cada vez mais valorizado.

Voltando ao campo das ações, considero que a inovação só será possível quando trouxermos para nossas IES a cultura da experimentação. A cultura da experimentação é uma abordagem organizacional que valoriza a realização de experimentos e testes para tomar decisões. Mas, será que basta ter a vontade de experimentar ou existe uma forma eficiente de experimentar? Para levarmos a sério a experimentação, com possibilidade de resultados reais de permanente aperfeiçoamento é necessário:

  1. Ter objetivos claros: estabelecer metas específicas, mensuráveis, desafiadoras e realistas;
  2. Planejar a experiência: criar um plano que inclua diferentes abordagens ou estratégias para alcançar seus objetivos; 
  3. Executar os experimentos: implementar as diferentes estratégias ou abordagens planejadas. Isso pode incluir testar diferentes métodos, ferramentas ou abordagens para ver o que funciona melhor;
  4. Coletar dados: durante os experimentos, coletar dados relevantes para avaliar o desempenho de cada abordagem. Isso pode incluir métricas, feedback ou observações;
  5. Analisar resultados: avaliar os dados coletados para determinar quais abordagens foram mais eficazes e quais não foram. Identifique tendências e insights;
  6. Ajustar e repetir: Com base na análise dos resultados, ajustar as estratégias e experimentar novamente. Repetir esse processo até atingir seus objetivos ou refiná-los com base no aprendizado;
  7. Aprender com as falhas: não tenha medo de falhar; o fracasso pode fornecer informações valiosas. Aprenda com as experiências que não deram certo;
  8. Manter-se flexível: Esteja disposto a adaptar seus objetivos à medida que aprende mais;
  9. Comunique-se e colabore: Compartilhar as experiências com outras pessoas, obtenha feedback e aprenda com a experiência de outras pessoas;
  10. Manter o foco: Apesar da flexibilidade, mantenha sempre o foco em seus objetivos gerais. A experimentação deve ajudá-lo a alcançá-los de maneira mais eficaz.

Claro que isso envolve a disposição de tentar coisas novas, aprender com os resultados e adaptar-se com base nessa aprendizagem. Essa cultura é frequentemente associada à inovação, melhoria contínua e agilidade, permitindo que as organizações se adaptem rapidamente às mudanças e melhorem seus processos, produtos e serviços. Dentro das IES, esses passos não são para serem executados por uma única pessoa, mas por um grupo limitado e escolhido de pessoas que tenham a liberdade de criar e errar, dando certo se expande. Toda IES possui um grupo de docentes que adorariam participar desse processo e ajudarem a construir o modelo para as mudanças mais estruturais. No entanto, voltamos a uma questão primordial, liberdade para criar e errar. Ao longo do processo, os professores certamente se depararão com situações em que não sabem a resposta para uma pergunta feita por um estudante ou às questões trazidas na interação com a sociedade, no campo de ação da extensão comunitária. Nessas situações, qual a dificuldade da comunidade acadêmica poder dizer simplesmente “Não sei”?

Unindo as duas questões norteadoras desse artigo: extensão e experimentação, primeiro de tudo nos falta, numa boa parcela das instituições de ensino (as ditas torres de marfim) a humildade e a disposição autêntica de mostrarmos nossas fragilidades e vulnerabilidades. Nenhuma relação nova será perene e inovadora se não abrirmos as portas para aprendermos com os erros e criarmos no coletivo. Projetos de extensão que partem de dentro das IES, sem ouvir o entorno e o contexto, estão fadados a produzirem apenas relatórios e artigos, mas não o aprendizado social e a inovação transformadora. Afinal, inovação sem impacto transformador para a maioria, não é inovação, é apenas algo novo. E de coisas novas, o mundo está cheio.

 

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