• portugues-Brasil
  • ingles
  • espanhol
  • Associe-se
  • Newsletter
  • Imprensa
    • Assessoria
  • Contato
  • CAA
  • Associados
  • Associe-se
  • Newsletter
  • CAA
  • Contato
  • Associados
  • Blog
  • Portal ABMES
  • LInC

Ensino médio técnico e alunos paulistas no Pisa

Roberto Macedo e Wilson Victorio Rodrigues

Roberto Macedo 
Economista (UFMG, USP e Harvard), professor sênior da USP, consultor econômico e de ensino superior

Wilson Victorio Rodrigues
Diretor-geral da FAC-SP e membro do Conselho Estadual de Educação Paulista

02/02/2024 06:00:01

Diante da nova reformulação do ensino médio, ora no Congresso Nacional, o Brasil precisa urgentemente encontrar solução para os milhões de jovens “nem-nem” (que nem estudam nem trabalham). De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o número de jovens nessas condições já passa dos 11 milhões, entre os 48,5 milhões de 15 a 29 anos. Por isso defendemos o ensino médio técnico, que, também segundo o Ipea, tem o potencial de aumentar as matrículas na educação profissional e tecnológica em até 80%, passando dos atuais 1,9 milhão para 3,4 milhões. O projeto de dar aos jovens bolsas para estimular a matrícula e a frequência é bom, mas será preciso avaliar pari passu seus resultados.

Na proposta do Novo Ensino Médio, relatada pelo deputado e ex-ministro da Educação Mendonça Filho, prevê-se uma formação geral básica que engloba as disciplinas obrigatórias, com carga horária de 2.100 horas, e contempla embutir 300 horas de conteúdo para formação técnica.

Essa carga é pequena. Ademais, o espaço de disciplinas eletivas deverá cair de 1.200 para 900 horas, reduzindo o protagonismo do jovem em definir suas áreas de interesse. Isso, vale lembrar, foi o grande pilar da reforma do ensino médio realizada no governo Michel Temer, justamente para torná-lo mais atrativo, reduzindo altas taxas de evasão escolar.

Ainda na formação técnica, vale destacar uma boa notícia educacional: trata-se do desempenho dos alunos do ensino técnico do Estado de São Paulo, que, em contraste à má posição do Brasil, tiraram excelentes notas no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), o mais importante programa internacional de avaliação educacional, conduzido pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), constituída por países predominantemente ricos. A notícia veio na Folha de S.Paulo de 15/1/2024, em artigo de Vahan Agopyan, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, e Laura Laganá, diretora do Centro Paula Souza (CPS), que administra 228 escolas técnicas estaduais (Etecs).

O artigo cita os seguintes resultados: a “média dos alunos das escolas técnicas (Etecs) paulistas em leitura é de 515, enquanto os países da OCDE obtiveram 476, e o Brasil, 410″. Além disso “três Etecs paulistanas superaram a média de Cingapura, o país mais bem colocado”. Na avaliação de Matemática “nossos alunos alcançaram em média 472, igual à de países da OCDE e superior à brasileira, de 379″, e em Ciências, “enquanto os estudantes da OCDE têm em média 485, as Etecs de São Paulo contabilizam 479 e o Brasil, 403″. O artigo também explica que a pedagogia do CPS valoriza metodologias ativas e contextualiza os conteúdos por meio de projetos para situações reais. Há ainda foco em competências socioemocionais que formam profissionais e cidadãos.

O modelo educacional do CPS, que merece ampla divulgação nacional, deveria ser conhecido, estudado e seguido por toda a rede pública de ensino, já que se revela vencedor. As escolas, assim como seus alunos, devem ser estudiosas para evoluir. Mas nada é fácil, pois o sucesso das escolas técnicas paulistas pode estar atrelado às melhores características de seus ingressantes. É difícil e custa tentar, mas tudo deve ser buscado para melhorar a educação no Brasil.

Além de dar destaque ao ensino técnico, é importante que a nova reforma garanta o protagonismo do aluno na escolha de suas áreas de interesse, promovendo o encontro dos jovens com suas vocações profissionais. Como ressalta o professor Roberto Mangabeira Unger em vídeo publicado no seu Instagram em 11/1/2024, “a escola pública brasileira é vidrada em enciclopedismo raso e decoreba”, e acrescenta que “o Brasil é uma grande anarquia criadora e nossa educação é uma guerra contra nós mesmos, colocando uma camisa de força nos jovens brasileiros”.

Portanto, insistir que esses alunos de ensino médio cursem cargas horárias exaustivas em uma Formação Geral Básica que lhes obriga uma grade curricular engessada, com diversas disciplinas distantes de seus interesses, significa uma asfixia intelectual, desestimulando-os diante de suas aptidões.

Um projeto exitoso de desenvolvimento nacional deve ter a educação como algo prioritário. É preciso investir nela e investir corretamente. Assim, a sociedade espera que os parlamentares tenham zelo com os jovens brasileiros na análise do Novo Ensino Médio. É fundamental que compreendam as aspirações das novas gerações, bem como os desafios que o mundo de hoje lhes impõe.

Que aproveitemos a capacidade criativa do brasileiro a serviço de um grande projeto de desenvolvimento nacional, e que essa virtude não seja asfixiada com modelos educacionais engessados e ultrapassados, mas aproveitada com uma educação que estimule a criar, raciocinar, trabalhar e voar alto.

 

_____

Publicado originalmente no Estadão, em 01/02/2024. Veja original aqui.

30 

Precisamos de uma educação que prepare os estudantes para o futuro

Mozart Neves Ramos

Membro do Conselho da Mind Lab e titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira da USP – Ribeirão Preto

28/11/2025

 

A universidade como a conhecemos vai acabar (e isso é uma boa notícia)

Luiz Cláudio Costa

Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

25/11/2025

 

Equilíbrio e segurança: STF traz clareza quanto ao intervalo dos professores

Janguiê Diniz

Diretor-presidente da ABMES e Secretário-executivo do Brasil Educação, Fundador e Controlador do grupo Ser Educacional, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo

24/11/2025

 

Censo da Educação Superior

...
...
...
...
...
...
Previous Next

ABMES

  • Portal ABMES
  • Central do Associado ABMES
  • Associe-se
  • Contato

Serviços

  • ABMES Podcast
  • ABMES Play
  • ABMES Cursos
  • ABMES Lab

ABMES Blog

Atualizado diariamente, o blog da ABMES reúne artigos de gestores, reitores, coordenadores, professores e especialistas em diversos temas relacionados ao ensino. São inúmeros debates e pontos de vistas diferentes apontando soluções e melhores práticas na luta por uma educação cada vez mais forte e justa.

ABMES Blog © 2020