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Educação a Distância: Um Caso de Dissonância Cognitiva!

Max Damas

Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

02/04/2024 06:00:15

A Educação a Distância (EAD) no Brasil tem desempenhado um papel crucial na transformação e democratização do acesso à Educação Superior, apresentando diversas importâncias dentro de uma perspectiva histórica até o momento atual.

Historicamente, a EAD começou a ganhar destaque no Brasil nas últimas décadas do século XX, inicialmente por meio de cursos por correspondência e, posteriormente, com o uso de rádio e televisão. Essas iniciativas buscavam alcançar populações em áreas remotas e pessoas que não tinham acesso ou condições de frequentar instituições de ensino presenciais.

Com a chegada da internet e das tecnologias digitais, a EAD experimentou um crescimento exponencial, especialmente a partir dos anos 2000. Esse avanço permitiu a criação de ambientes virtuais de aprendizagem mais interativos e acessíveis, expandindo significativamente o alcance e a qualidade da Educação Superior a distância.

Dentre as importâncias da EAD na Educação Superior no Brasil, podemos destacar a(o):

  • Democratização do Acesso à Educação: A EAD democratizou o acesso à educação superior no Brasil, rompendo barreiras geográficas, econômicas e temporais;
  • Flexibilidade: Com flexibilidade de horários, atraiu um público diverso, incluindo profissionais em busca de qualificação;
  • Expansão da Oferta de Cursos: A expansão das ofertas de cursos a distância em diversas áreas do conhecimento permitiu que estudantes acessassem formações antes inacessíveis;
  • Inovação Pedagógica: A modalidade promoveu inovação pedagógica, integrando tecnologias como videoaulas e realidade aumentada, enriquecendo a aprendizagem;
  • Desenvolvimento Regional: Contribuiu para o desenvolvimento regional ao capacitar profissionais em áreas remotas, combatendo desigualdades;
  • Resposta à Pandemia de COVID-19: Durante a pandemia de COVID-19, a EAD se mostrou fundamental para a continuidade dos estudos, acelerando a digitalização do ensino superior;

Apesar de todos os notórios avanços e contribuições, a EAD enfrenta desafios como a necessidade de melhorar a percepção de sua qualidade, combater o preconceito ainda existente e garantir a infraestrutura tecnológica adequada para todos os estudantes. O preconceito existente em relação à Educação a Distância (EAD) no Brasil e em diversas partes do mundo é multifacetado, refletindo questões históricas, culturais e estruturais. Apesar dos avanços significativos na qualidade e na eficiência dessa modalidade de ensino, diversos fatores contribuem para a persistência desse preconceito. A seguir, me deterei em apresentar alguns motivos que levam a essa visão depreciativa acerca do “patinho feio” da educação superior:

1. Percepções Históricas de Qualidade

Na era inicial da EAD, a qualidade percebida do ensino à distância, restrita por tecnologias incipientes como correspondência, TV e rádio, podia parecer inferior ao ensino presencial. Isso criou uma impressão de qualidade reduzida que, em alguns casos, ainda persiste, apesar dos avanços significativos em tecnologia e pedagogia;

2. Falta de Interatividade e Isolamento

Outro mito relacionado à EAD é a noção de que promove isolamento e falta de interatividade, apesar das atuais ferramentas digitais facilitarem a comunicação e a colaboração. Além disso, a exigência de autodisciplina e organização na EAD é vista por alguns como um obstáculo, podendo diminuir sua valorização frente ao ensino presencial;

3. Desafios de Autodisciplina e Organização

A EAD exige um alto grau de autodisciplina e habilidades de gerenciamento de tempo dos alunos, o que pode ser interpretado por alguns como uma barreira à aprendizagem efetiva. Essa necessidade de autogestão pode levar à percepção de que a EAD é menos rigorosa ou exigente do que o ensino presencial, afetando sua valorização;

4. Questionamentos sobre a Avaliação e Integridade Acadêmica

Questões sobre a avaliação da integridade acadêmica em ambientes online, como fraude e confirmação de identidade, também afetam a imagem da EAD, mesmo com medidas de segurança implementadas. A variabilidade na qualidade dos cursos entre diferentes instituições e a resistência cultural e institucional ao reconhecimento da EAD adicionam desafios à sua aceitação;

5. Variação na Qualidade entre Instituições

A qualidade dos cursos EAD pode variar significativamente entre instituições, com algumas oferecendo programas excepcionais e outras ficando aquém das expectativas. Essa inconsistência contribui para a generalização negativa da EAD, com casos de experiências ruins afetando a percepção geral;

6. Resistência Cultural e Institucional

Há resistência cultural e institucional à EAD, especialmente de quem valoriza a tradição do ensino presencial, baseada em visões antiquadas que não acompanham o avanço tecnológico educacional;

7. Desconhecimento das Potencialidades da EAD

Adicionalmente, o preconceito contra a EAD muitas vezes vem da falta de conhecimento sobre suas vantagens, como a educação personalizada e interativa, e da não familiaridade com as plataformas e métodos pedagógicos atuais, subestimando seu valor.

Logo após apresentar esse contexto atual da visão em relação a modalidade de ensino a distância, não posso deixar de traçar um paralelo com a dissonância cognitiva: um termo cunhado pelo psicólogo Leon Festinger, que se refere ao desconforto psicológico experimentado por uma pessoa que mantém crenças, ideias ou valores contraditórios ao mesmo tempo, especialmente em relação a decisões ou atitudes. Quando aplicamos esse conceito ao preconceito existente em relação à Educação a Distância (EAD), podemos entender que essa dissonância cognitiva surge da dificuldade em conciliar duas noções aparentemente opostas: a percepção tradicional de que a qualidade da educação está intrinsecamente ligada ao ensino presencial e as evidências crescentes de programas de EAD de alta qualidade. A seguir apresento alguns fatores que contribuem para reforçar essa dissonância:

  • Percepções Tradicionais vs. Realidade Atual: A educação presencial é historicamente vista como o padrão ouro em termos de entrega de qualidade educacional, tanto pela interação face a face quanto pelo ambiente de aprendizado estruturado. A EAD, especialmente em suas fases iniciais, foi muitas vezes considerada inferior devido a limitações tecnológicas e falta de interação pessoal. Embora a tecnologia tenha avançado e muitos programas de EAD agora ofereçam experiências educacionais ricas e interativas, a crença anterior persiste para muitos, criando dissonância quando confrontada com a eficácia comprovada da EAD moderna;
  • Experiências Pessoais vs. Evidências Objetivas: Indivíduos que tiveram experiências negativas com a EAD, ou que conhecem alguém que teve, podem desenvolver crenças negativas sobre essa modalidade de ensino. Mesmo diante de evidências objetivas de programas de EAD bem-sucedidos e de alta qualidade, essa dissonância entre experiência pessoal e realidade objetiva pode reforçar preconceitos existentes;
  • Valores Educacionais e Culturais: Valores e crenças sobre o que constitui uma "boa educação" são profundamente enraizados e podem variar significativamente entre culturas e indivíduos. A valorização da experiência presencial como um componente essencial da aprendizagem pode criar uma dissonância cognitiva quando tentamos alinhar essa crença com a ideia de que a EAD pode ser igualmente válida e eficaz. 

 

Ao nos depararmos com esses fatores dissonantes que fogem a uma compreensão racional, precisamos criar meios para superarmos e forçarmos a razão a retomar o seu espaço lógico e efetivo. Abaixo apresento 6 possibilidades de atuação para quebramos os preconceitos:

1. Divulgar Pesquisas e Dados: Compartilhar estudos e estatísticas que demonstram o sucesso e a eficácia de programas de EAD pode ajudar a desafiar percepções negativas;
2. Histórias de Sucesso: Apresentar histórias de alunos e professores que tiveram experiências positivas com a EAD pode oferecer uma perspectiva mais convincente;
3. Experiências Imersivas: Proporcionar oportunidades para que céticos da EAD experimentem diretamente cursos online de alta qualidade pode ajudar a mudar percepções através da experiência direta, reduzindo a dissonância cognitiva;
4. Promoção de Parcerias com Instituições Reconhecidas: Estabelecer parcerias entre EAD e universidades tradicionais pode melhorar a legitimidade da EAD, especialmente quando instituições reconhecidas endossam programas a distância, atenuando preconceitos;
5. Envolvimento Ativo dos Alunos na Comunidade: Encorajar alunos de EAD a se envolverem em projetos comunitários e de extensão universitária combate a noção de que formam profissionais menos engajados, mostrando a aplicabilidade de seu aprendizado e que a qualidade educacional transcende o espaço físico;
6. Mentoria entre Pares e Profissionais: Desenvolver programas de mentoria, com alunos e profissionais experientes compartilhando insights, reforça a eficiência e o reconhecimento da EAD no mercado de trabalho.

A superação da dissonância cognitiva e do preconceito em relação à Educação a Distância (EAD) tem o potencial de desbloquear contribuições significativas para o desenvolvimento social e econômico. Ao reconhecer e valorizar a EAD como uma modalidade educacional legítima e eficiente, podemos expandir o acesso à educação de qualidade, democratizando oportunidades de aprendizado para populações anteriormente marginalizadas ou com acesso limitado à educação tradicional. Isso inclui indivíduos em regiões remotas, trabalhadores que buscam aprimoramento profissional sem a possibilidade de frequentar cursos presenciais, e aqueles que necessitam de flexibilidade devido a compromissos pessoais. Além disso, a EAD pode desempenhar um papel crucial na rápida capacitação da força de trabalho, adaptando-se às mudanças nas demandas do mercado e fomentando a inovação.

Em suma, ao mudarmos nossa percepção sobre a EAD, abrimos portas para um futuro em que a educação é mais inclusiva, adaptável e alinhada com as necessidades de desenvolvimento socioeconômico global, contribuindo assim para uma sociedade mais equitativa e próspera.

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