Vivemos em um mundo que se reinventa a cada dia, mas tem uma coisa que não muda: o impacto da educação superior na vida das pessoas, inclusive no aspecto financeiro. Divulgada na semana passada, a 3ª edição do Indicador ABMES/Symplicity de Empregabilidade (IASE) não deixa espaço para dúvida: 57% de aumento médio na renda dos alunos que estavam empregados enquanto estudavam, passando de R$ 2.687,23 para R$ 4.219,00.
Outra constatação é o alto grau de empregabilidade após a conclusão da graduação: 77% dos formados conseguiram uma vaga no mercado de trabalho em até um ano e meio depois de receberem o diploma. E os índices são muito próximos entre bacharéis (77,9%), licenciados (72,8%) e tecnólogos (74,2%). Entre os respondentes que atuam na área de formação, o êxito é maior entre os egressos de cursos de bacharelado (60%) ante os graduados em cursos de licenciatura (51,5%) e tecnológicos (40,6%).
Ainda que os bacharéis tenham tido expressiva participação entre os respondentes da pesquisa (70,1%), esse resultado chama a atenção diante do fato de que diversos levantamentos mostram a grande demanda existente no país para profissionais de áreas relacionadas com a formação em cursos de licenciatura e tecnológicos. Por exemplo, em uma rápida pesquisa, encontra-se números expressivos para setores como segurança cibernética (750 mil); transição energética (532 mil); e professores da educação básica (235 mil). Há que se investigar o que tem resultado nesse descompasso.
Por falar em demanda, o IASE 2024 constatou que a empregabilidade nas áreas de Saúde e Engenharias tem crescido de forma contínua nos últimos três anos, atingindo 76,4% e 82,3%, respectivamente. As Engenharias, aliás, também são destaque em relação à renda média, com evolução de 11,9% entre 2022 e 2024. Contudo, a área com melhor desempenho nesse aspecto é a de Negócios, com um aumento de 14,4% no período.
Ainda em relação à renda média, a pesquisa constatou que os empregos que melhor remuneram os recém-formados estão na Computação (R$ 5.147,00), exatamente a área com maior demanda por profissionais no país. Na sequência estão as Engenharias (R$ 5.056,00), Saúde (R$ 4.388,00) e Direito (R$ 4.073,00).
Realizado desde 2022 pela ABMES e pela Symplicity, nesta edição o levantamento deu um salto na quantidade de instituições de educação superior e de respondentes (egressos) participantes. Em 2024, foram 122 IES e 8.099 participantes, números muito superiores aos registrados quando tudo começou: 1.942 respondentes e 10 instituições.
Esse avanço mostra que o IASE tem se consolidado como uma ferramenta relevante para o acompanhamento da jornada dos egressos das instituições privadas de educação superior, caminhando rumo ao seu objetivo principal: contribuir para a otimização dos currículos acadêmicos, aproximando cada vez mais a formação ofertada nas graduações com as demandas e expectativas do mercado de trabalho.
Tornar essa relação cada vez mais próxima está entre nossas prioridades enquanto associação representativa comprometida com uma educação superior de qualidade e focada em contribuir para o desenvolvimento pessoal dos estudantes e da nossa nação como um todo. Desta forma, nossa expectativa é a de que os resultados da pesquisa inspirem tanto os gestores da política educacional quanto os gestores institucionais na construção de soluções que conduzam a graduação a patamares cada vez mais elevados de qualidade e de alinhamento com as demandas destes tempos. A ABMES seguirá trabalhando para contribuir com essa transformação
20