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A Complexidade de Avaliar a Aprendizagem dos Estudantes no Contexto da IA

Max Damas

Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

24/09/2024 06:00:01

A avaliação da aprendizagem dos estudantes sempre foi um tema central no campo educacional, principalmente quando se trata de medir o impacto do processo pedagógico. Com o avanço da inteligência artificial (IA), surgem novas ferramentas e oportunidades que ampliam as possibilidades de ensino e aprendizagem, tornando o processo mais dinâmico e personalizado. No entanto, essa revolução tecnológica também impõe desafios significativos, especialmente no que diz respeito à avaliação eficaz do aprendizado. Neste artigo, discutiremos a complexidade dessa avaliação no contexto da IA e ilustraremos alguns exemplos que ajudam a esclarecer as implicações para a prática educacional.

O Papel da Inteligência Artificial na Educação

A IA tem transformado o campo da educação por meio de sistemas como tutores inteligentes, plataformas adaptativas de ensino e assistentes virtuais. Essas tecnologias possibilitam que o aprendizado seja mais adaptável às necessidades individuais dos estudantes. Um exemplo prático é o uso de plataformas como a Khan Academy, que utilizam IA para recomendar lições personalizadas com base no desempenho anterior dos alunos. Outro exemplo é o Duolingo, que aplica algoritmos de IA para adaptar o nível de dificuldade das lições de idiomas conforme o progresso de cada estudante.

Essas ferramentas permitem que os alunos avancem no seu próprio ritmo, identificando automaticamente suas lacunas de conhecimento. No entanto, essa personalização cria uma nova complexidade para os educadores no momento de avaliar a aprendizagem, já que métodos tradicionais de avaliação podem não ser suficientes para captar o progresso individual desses estudantes.

A Complexidade da Avaliação no Contexto da IA

Tradicionalmente, a avaliação era feita de forma padronizada, com exames aplicados em larga escala, como os vestibulares ou o ENEM no Brasil. Esses modelos avaliavam competências de forma generalizada. No entanto, com a personalização proporcionada pela IA, novas formas de avaliação precisam ser consideradas para refletir melhor o aprendizado individualizado dos alunos.

1. Avaliação Formativa Contínua e Personalizada

Um exemplo de como a IA permite uma avaliação formativa contínua é o sistema Newton AI, utilizado em diversas plataformas educacionais. Esse sistema monitora o progresso dos alunos em tempo real e ajusta automaticamente o conteúdo conforme as necessidades de cada um. A avaliação ocorre de maneira constante, com o software coletando dados sobre a performance do estudante em várias tarefas.

Porém, a complexidade aqui reside na interpretação desses dados. Os professores precisam não apenas acompanhar o desempenho em tempo real, mas também entender como esses dados se traduzem em progresso acadêmico. A avaliação contínua e personalizada pode levar a uma sobrecarga de informações, exigindo que os educadores se tornem proficientes na interpretação de relatórios gerados pelos sistemas de IA.

2. Avaliação de Competências Complexas

Outro desafio é a avaliação de competências complexas, como criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas. Essas habilidades não podem ser facilmente mensuradas por métodos tradicionais de avaliação, como testes de múltipla escolha. Um exemplo que ilustra essa dificuldade é o uso de IA para analisar redações em plataformas como o Turnitin. A ferramenta utiliza algoritmos para avaliar a originalidade do conteúdo e identificar padrões de escrita, mas ainda encontra dificuldades em avaliar adequadamente a criatividade e a profundidade do pensamento crítico de um estudante.

Uma alternativa vem sendo explorada em plataformas como o Minecraft: Education Edition, onde os estudantes são avaliados em suas habilidades de resolução de problemas e colaboração em projetos. Nesse caso, a IA ajuda a rastrear o progresso dos alunos nas tarefas dentro do jogo, mas a avaliação dessas competências complexas ainda exige a interpretação humana para garantir que o aprendizado esteja ocorrendo de maneira significativa.

3. Interpretação de Dados e Viés Algorítmico

O uso de IA para avaliar a aprendizagem também apresenta o risco de vieses algorítmicos. Em alguns casos, os algoritmos podem apresentar vieses que afetam negativamente certos grupos de estudantes. Um exemplo disso foi observado no Reino Unido em 2020, quando um sistema de IA foi utilizado para calcular as notas dos estudantes que não puderam realizar os exames nacionais devido à pandemia de COVID-19. O algoritmo, baseado em dados históricos, acabou prejudicando alunos de escolas de comunidades menos favorecidas, reforçando desigualdades educacionais preexistentes.

Esse exemplo ressalta a importância de se questionar a forma como os algoritmos avaliam o desempenho dos estudantes e de garantir que os sistemas sejam auditados regularmente para evitar a perpetuação de injustiças educacionais.

4. Mudança no Papel dos Professores

Com o crescente uso da IA na educação, o papel dos professores também está mudando. Os educadores precisam desenvolver novas competências, não apenas no uso de tecnologias, mas na interpretação de dados complexos para melhorar a avaliação dos alunos. Um exemplo dessa mudança de papel é visto em escolas que adotaram a plataforma DreamBox, um sistema de ensino de matemática que utiliza IA para adaptar as lições ao ritmo do aluno. Os professores, nesse caso, deixam de ser os únicos provedores de conteúdo e passam a atuar como facilitadores, guiando os alunos com base nos dados gerados pela plataforma.

Embora isso torne o processo de ensino mais eficaz, os educadores devem ser capacitados para interpretar os insights gerados pela IA de forma significativa, complementando-os com sua própria observação e experiência em sala de aula.

5. Privacidade e Ética

Outro ponto crucial na avaliação da aprendizagem mediada pela IA é a questão da privacidade e do uso ético dos dados. Um exemplo recente foi a controvérsia em torno da plataforma Proctorio, utilizada para monitorar exames remotos. A ferramenta, que usa IA para detectar possíveis comportamentos suspeitos durante as provas, levantou preocupações sobre a invasão de privacidade dos estudantes, bem como sobre o uso inadequado de dados sensíveis.

Nesse sentido, é fundamental que as instituições de ensino estabeleçam políticas claras sobre o uso de IA para avaliação, garantindo a transparência e a proteção dos dados dos estudantes.

Caminhos para a Avaliação no Contexto da IA

Diante desses desafios, algumas direções se tornam necessárias para melhorar a avaliação no contexto da IA. Em primeiro lugar, os educadores precisam ser capacitados para interpretar os dados gerados pelos sistemas de IA de forma crítica e informada. Um exemplo prático disso é a implementação de programas de formação continuada que ensinem os professores a utilizar essas tecnologias e a interpretar relatórios de desempenho.

Em segundo lugar, o desenvolvimento de novos métodos de avaliação precisa ser colaborativo, envolvendo educadores, pesquisadores e especialistas em tecnologia. Um exemplo desse tipo de colaboração é o projeto OpenAI Codex, que integra IA em plataformas de aprendizado de programação, permitindo que os alunos recebam feedback em tempo real e que os educadores ajustem as atividades conforme as necessidades identificadas.

Finalmente, é essencial que as políticas educacionais se ajustem aos novos desafios trazidos pela IA, principalmente no que se refere à privacidade, à ética e à equidade. A adoção de ferramentas de IA deve ser acompanhada de uma regulamentação rigorosa que proteja os direitos dos estudantes e assegure a equidade no processo avaliativo.

Conclusão

A IA oferece uma oportunidade sem precedentes para personalizar o ensino e acompanhar o progresso dos estudantes. No entanto, a avaliação da aprendizagem nesse contexto apresenta desafios significativos, como a necessidade de adaptação das práticas tradicionais, o risco de vieses algorítmicos e a complexidade da interpretação de dados. Ao mesmo tempo, a IA abre novas possibilidades de avaliação formativa contínua e de mensuração de competências complexas, desde que os educadores sejam adequadamente preparados para utilizá-la de maneira ética e eficaz.

A complexidade da avaliação no contexto da IA exige um equilíbrio cuidadoso entre as novas possibilidades tecnológicas e a sensibilidade humana para interpretar e adaptar as práticas de ensino e avaliação às necessidades individuais dos estudantes.

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