Nos últimos anos, as competências e habilidades emocionais ganharam destaque em diversos setores, especialmente no mundo corporativo e na educação. Esse movimento não é casual, mas sim resultado de uma série de entendimentos fundamentais e recentes que destacam a importância de desenvolver a inteligência emocional (IE) e suas respectivas soft skills para o sucesso pessoal e profissional. Para empresários que estão à frente de mantenedoras do ensino superior, investir nessa área é mais do que uma tendência: é uma necessidade estratégica que impacta tanto o setor administrativo quanto o corpo educacional.
1. O desenvolvimento intelectual é incompleto sem competências socioemocionais
Um dos principais motivos para o foco crescente nas habilidades emocionais é a compreensão de que o desenvolvimento intelectual humano é incompleto sem o aprimoramento das competências socioemocionais, que dependem da Inteligência Emocional. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por exemplo, já prevê a necessidade de trabalhar essas habilidades desde a educação básica, reconhecendo que elas são fundamentais para a formação integral do indivíduo.
Países de primeiro mundo, como Finlândia e Canadá, já implementaram programas eficazes de educação socioemocional em suas escolas, com resultados comprovados. Esses programas não apenas melhoram o desempenho acadêmico dos alunos, mas também preparam os jovens para lidar com desafios emocionais e sociais, tornando-os mais resilientes e adaptáveis. No ensino superior, essa abordagem pode ser replicada, beneficiando tanto os estudantes quanto os educadores, que também precisam dessas habilidades para lidar com as demandas do ambiente acadêmico.
2. A saúde mental no ambiente de trabalho
Outro fator que impulsionou o foco nas competências emocionais é a crescente preocupação com a saúde mental dos trabalhadores. Estatísticas recentes mostram que os profissionais estão enfrentando níveis alarmantes de estresse, ansiedade, depressão e burnout. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelou que a depressão e a ansiedade custam à economia global US$ 1 trilhão por ano em perda de produtividade.
Funcionários com alta inteligência emocional têm maior capacidade de gerenciar o estresse e prevenir o desenvolvimento de transtornos mentais. Eles são mais conscientes de suas emoções e sabem como lidar com situações desafiadoras de forma equilibrada. Empresários que investem no bem-estar emocional de seus colaboradores não apenas reduzem os custos com afastamentos e turnover, mas também aumentam a produtividade e a qualidade do trabalho, refletindo positivamente nos resultados e na reputação da organização.
3. A NR01 e a prevenção de riscos psicossociais
A última versão da Norma Regulamentadora 01 (NR01) trouxe uma importante atualização ao exigir a prevenção de riscos psicossociais no ambiente de trabalho. Essa mudança reforça a necessidade de desenvolver a inteligência emocional dos funcionários, já que ela atua diretamente na redução de fatores de risco, como conflitos interpessoais, falta de comunicação e lideranças tóxicas.
Ao investir em treinamentos de IE, as instituições de ensino superior podem promover uma cultura organizacional mais humanizada, com líderes, educadores e colaboradores, proativos, empáticos e motivados. Isso não apenas previne problemas como assédio moral e sexual, mas também cria um ambiente de trabalho mais seguro e acolhedor, onde todos podem contribuir com seu melhor potencial.
4. A inteligência emocional como diferencial profissional
Daniel Goleman, renomado psicólogo e autor do livro Inteligência Emocional, demonstrou que profissionais com alta IE têm maior probabilidade de alcançar seu pleno potencial. Isso porque as soft skills, como empatia, comunicação eficaz, resiliência e capacidade de trabalhar em equipe, são cada vez mais valorizadas no mercado de trabalho.
Na prática, um funcionário com boas habilidades emocionais consegue lidar melhor com pressões, resolver conflitos de maneira construtiva e se adaptar a mudanças. Essas competências são especialmente importantes em ambientes acadêmicos, onde a interação entre professores, alunos e equipe administrativa é constante e complexa. Investir no desenvolvimento dessas habilidades pode transformar a dinâmica de trabalho, promovendo um clima organizacional mais saudável e produtivo.
Conclusão: Investir em competências emocionais é estar à frente no mercado
Diante desses argumentos, fica claro que investir em treinamentos de inteligência emocional, soft skills e competências socioemocionais é uma decisão estratégica para mantenedoras do ensino superior. Além de melhorar o desempenho dos funcionários e educadores, essa abordagem contribui para a saúde mental e o bem-estar de todos, refletindo diretamente nos resultados da instituição.
Empresários que reconhecem a importância dessas habilidades e agem agora, estão se posicionando na vanguarda de um mercado em constante transformação. Em um mundo onde as demandas emocionais e sociais são cada vez mais complexas, desenvolver a inteligência emocional é essencial para manter a competitividade e garantir um futuro sustentável para suas organizações.
Portanto, não se trata apenas de acompanhar uma tendência, mas de assumir um compromisso com a excelência e a humanização do ambiente de trabalho. Afinal, como bem disse Daniel Goleman, "o que realmente importa para o sucesso, o caráter, a felicidade e as realizações na vida é um conjunto definido de habilidades sociais, não apenas habilidades cognitivas medidas por testes de QI".
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