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Riscos Psicossociais: Professores estão entre os profissionais mais afetados

Júlio Cesar de Castro Ferreira

Psicoterapeuta Clínico, especializado em Neuropsicologia, TCC e Psicanálise. Analista Sênior de Treinamento e Desenvolvimento, especializado em Inteligência Emocional e Soft Skills.

11/04/2025 07:00:00

Em um cenário cada vez mais atento à saúde mental no ambiente de trabalho, a atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-01), trouxe um olhar mais amplo e preciso sobre este tema — incluindo os riscos psicossociais. Agora, organizações de todos os setores têm a responsabilidade de identificar, avaliar e mitigar também os fatores que, mesmo invisíveis, afetam a saúde mental e emocional dos trabalhadores.
 
Dentro desse panorama, é fundamental destacar que há profissões com maior exposição aos riscos psicossociais, segundo estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Entre elas estão:
  • Profissionais da saúde;
  • Trabalhadores da construção civil e agrícola;
  • Profissionais da música e das artes;
  • E, em especial, professores e educadores.
Esse último grupo merece atenção especial quando o público-alvo da discussão são gestores e mantenedores da área educacional. Isso porque o adoecimento psíquico de professores não é apenas uma questão de saúde pública — é uma questão estratégica para as instituições de ensino.
 

Por que os professores estão entre os mais afetados?

Pesquisas recentes identificam diversos fatores de risco psicossocial específicos da rotina docente, que historicamente estão associados ao aumento de transtornos mentais:

 
  1. Sobrecarga de trabalho: acumulação de muitas turmas ao mesmo tempo e todo o trabalho que envolve isso, envolvimento com orientação, pesquisa, extensão, relatórios, comissões e demandas relacionadas — muitas delas fora do horário de expediente. (ResearchGate, 2023)
  2. Pressão por desempenho: metas de produtividade acadêmica e exigência de avaliações externas criam um ambiente de cobrança constante e ansiedade profissional. (PePSIC, 2018)
  3. Falta de reconhecimento: a desvalorização profissional — salarial, institucional ou social — afeta diretamente a autoestima e o engajamento dos docentes. (Studies Publicações, 2023)
  4. Indisciplina e conflitos em sala de aula: lidar com comportamentos desafiadores de alunos sem apoio institucional é uma fator bem comum que impacta a saúde mental.
  5. Ambientes hostis ou sem apoio institucional: relações interpessoais difíceis, gestão autoritária ou clima organizacional tóxico aumentam os níveis de estresse e insegurança emocional.
  6. Insegurança física e violência: especialmente em escolas públicas, casos de agressão verbal e física por parte de alunos ou familiares são uma realidade crescente. (PePSIC, 2018)

Os transtornos mentais mais comuns entre professores

Esses fatores estão diretamente ligados à prevalência dos seguintes transtornos: 
  • Síndrome de Burnout: exaustão física e emocional extrema, sentimento de ineficácia e despersonalização. Altamente prevalente entre educadores, segundo dados da ISMA-BR (Associação Internacional de Gestão do Estresse).
  • Transtornos de Ansiedade: gerados pela insegurança, sobrecarga e imprevisibilidade das condições de trabalho.
  • Depressão: associada ao desamparo institucional, isolamento e falta de perspectiva.
  • Distúrbios do sono e transtornos psicossomáticos: insônia, dores crônicas, irritabilidade e queda na imunidade.
 

Os impactos institucionais: prejuízo para as organizações

O adoecimento dos docentes tem repercussões diretas sobre a sustentabilidade das instituições. Entre os principais efeitos negativos, destacam-se:
 
  1. Absenteísmo
    Licenças médicas por transtornos mentais têm crescido exponencialmente. Em 2021, o INSS registrou mais de 288 mil afastamentos por depressão e ansiedade — sendo a educação uma das áreas mais afetadas. A ausência do professor compromete o calendário acadêmico, a continuidade pedagógica e gera sobrecarga em colegas.
     
  2. Turnover
    A perda de professores qualificados — por descontentamento, aposentadoria precoce ou mudança de carreira — leva à quebra de vínculos com alunos, interrupção de projetos e custos elevados com recrutamento e capacitação.
     
  3. Queda na qualidade do ensino
    Professores emocionalmente adoecidos tendem a reduzir seu envolvimento com a prática pedagógica, o que afeta diretamente a aprendizagem dos estudantes e a imagem da instituição.
     
  4. Clima organizacional tóxico
    Ambientes onde o adoecimento se naturaliza acabam por afastar talentos, aumentar conflitos internos e dificultar a inovação acadêmica.
 

Prevenção é estratégia — e também proteção

O reconhecimento dos riscos psicossociais e seu impacto sobre os professores não deve ser apenas um diagnóstico — precisa ser um chamado à ação por parte dos gestores educacionais.

Capacitar lideranças, criar espaços de escuta ativa, investir em programas de saúde emocional e implementar ferramentas como o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) são passos fundamentais para transformar o ambiente educacional em um espaço seguro, produtivo e sustentável.

E vale reforçar: esse cuidado deve se estender também ao corpo técnico-administrativo, igualmente afetado por sobrecarga, desvalorização e conflitos.

Prevenir riscos psicossociais não é um custo — é um investimento. Um investimento que retorna em engajamento, produtividade, retenção de talentos e reputação institucional.

Mas, também é uma proteção legal. Com a atualização da NR-01, a gestão dos riscos psicossociais passou a ser obrigatória. Isso significa que instituições que não adotarem ações efetivas de prevenção e monitoramento podem enfrentar multas, autuações e até paralisações parciais de atividades, especialmente em casos de denúncia.

E essas denúncias podem partir dos próprios professores e outros colaboradores — algo que, com o nível de adoecimento atual, não é uma possibilidade distante. Portanto, a prevenção não é apenas uma escolha ética e inteligente — é uma obrigação legal e uma medida de segurança institucional.

Agir agora é a melhor forma de proteger quem ensina, quem apoia e quem faz a educação acontecer todos os dias. E, de quebra, proteger também o futuro da própria instituição.

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