É fundamental entender a importância dos rituais na vida humana. Desde o momento em que acordamos até o momento de dormir, somos seres guiados por rituais – como o “ritual de preparação para o dia”, ao nos levantarmos: escovar os dentes, tomar banho e verificar e-mails, por exemplo. Realizamos esses pequenos rituais diariamente, mas por qual motivo? Todos eles estão relacionados à busca por controle — ou pelo menos à ilusão disso — sobre alguns aspectos de nossa vida. Mas qual é a relação dos rituais com nossos pensamentos ao realizar uma compra?
Para começar, rituais e superstições ajudam a formar laços emocionais com marcas e produtos, tornando as coisas que compramos e os lugares que frequentamos inesquecíveis. É que eles estão relacionados a hábitos de vida. Nosso cérebro é direcionado ao hábito, à repetição, à constância. Os rituais são uma forma de manter esse padrão. Quando realizamos um desses rituais, pelo hábito, sabemos que ali estaremos em uma atividade “segura”, da qual já conhecemos os resultados. A busca pela segurança é um mecanismo do cérebro.
Além disso, os rituais nos ajudam a diferenciar uma marca da outra. Exemplos de como esse processo de ritualização de compra pode acontecer não faltam. Durante uma aposta aleatória com um amigo, em uma história que remonta a 1981, o barman de um restaurante enfiou uma fatia de limão no gargalo de uma cerveja Corona, para convencer outros clientes a fazerem o mesmo; nascia assim o ritual de cerveja com limão da Corona, que ajudou a marca a superar a Heineken no mercado dos Estados Unidos.
Quando o clássico chocolate Kitkat foi lançado no Japão, a semelhança do nome do doce com as palavras kitto-katsu, que podem ser traduzidas como “ganhar na certa”, fez com que os estudantes começassem a acreditar que comer um Kitkat antes das provas resultaria em notas mais altas, sendo esse um dos segredos do sucesso desse chocolate no sobrecarregado mercado de varejo japonês.
Em todos esses cases, o que percebemos é uma ligação emocional ativada nos consumidores. Fazer com que uma marca seja parte de um ritual na vida das pessoas é estratégia de sucesso e que pode fazer toda a diferença no desenvolvimento empresarial. É o cafezinho de manhã, a pipoca para ver um filme, o refrigerante que acompanha um lanche. É preciso desenvolver bons planos de marketing, utilizando o subconsciente humano, para criar oportunidades únicas.
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