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Este artigo pergunta se o Lula vai conseguir o objetivo que busca ou foi simplesmente ludibriado pelos espertos iranianos.
Prof. Dr. Valmor Bolan*
Na semana passada, falamos sobre a obsessão de Lula em se tornar agora estrela internacional, preparando sua campanha para ser Secretário-Geral da ONU. Analisando bem os fatos, começamos a perceber bem porquê Lula "largou mão" da proposta do terceiro mandato, pois havia uma possibilidade dele querer repetir no Brasil o que Chavez fez na Venezuela. Mudar a Constituição para garantir-lhe a reeleição, com os índices de popularidade que vêm conquistando (ao menos na mídia, com o apoio de um mídia cada vez mais submissa, menos crítica), não seria muito difícil obter a emenda constitucional que lhe permitisse participar de nova eleição. Mas a idéia do terceiro mandato pode ter sido deixada para lá, por uma oferta muito maior, a de um posto internacional, para continuar cumprindo a cartilha de Brzezinski, favorecendo assim a lógica de poder da nova ordem mundial. Para isso, Lula tem demonstrado ser capaz de qualquer coisa, mesmo de pactos faustianos, como agora com o Irã, com conseqüências ainda muito imprevisíveis no cenário global.
Israel disse que o Irã enganou a Turquia e o Brasil. "Os iranianos enganaram o Brasil e a Turquia fingindo aceitar que o enriquecimento de parte do seu urânio seja feito na Turquia", afirmou um funcionário israelense. "Eles já fizeram o mesmo no passado, fingindo aceitar esse procedimento para diminuir a tensão e o risco de sanções internacionais, porém, em seguida, se negaram a cumprir o acordo", afirmou.
De fato, o que se pode esperar de Ahmadinejad, cujas eleições suspeitas de fraude, até hoje levam muitos governos a vê-lo com reserva e desconfiança, e que Lula - na gula por um poder cada vez maior - faz a opção pela política terceiro-mundista, querendo repetir no mundo o que achou ter feito de bom no Brasil. Os bolsas-qualquer-coisa do governo só foram possíveis com dinheiro tirado da classe média, que hoje está mais empobrecida, porque a política populista faz afago aos ricos e aos pobres, às custas da espoliação da classe produtiva do País.
O acordo com o Irã ainda poderá custar muito ao Brasil, à esta diplomacia que levou a demagogia para o Itamaraty, que deixou de lado as virtudes cívicas e heróicas que enobreceram a instituição no passado, a exemplo dos grandes feitos do Duque de Caxias e Rio Branco, para se tornar um Itamaraty que substitui a inteligência pela astúcia. As conseqüências do acordo feito entre Lula e Ahmadinejad dirão o quanto as aparências enganam, e como políticos ingênuos e que se consideram espertos, podem ser vítimas de cantos de sereia. Lula está mais para o aventureiro destacado por Sérgio Buarque de Hollanda, em seu clássico "Raízes do Brasil", um Macunaíma brincando de ser diplomata internacional. O populismo e a demagogia nunca trarão resultados realmente duradouros na construção da paz e do desenvolvimento. O Brasil merece uma política mais à altura de seu destino promissor. De qualquer forma o Lula, com sua imensa popularidade mundial, teve seu momento de glória e irá beneficiar-se pessoalmente desse gesto, mesmo que a “iniciativa” dê em nada. Poderá sempre dizer que fez sua parte, mas...os americanos...mas...as potências mundiais....mas o Conselho de Segurança da ONU....Não tenho, porém,mais a mesma fé de que ele irá conseguir a Secretaria da ONU por estar criando obstáculos às teses americanas.Seria motivo de orgulho para o Brasil ter um brasileiro na posição máxima da ONU.Não estou seguro de que Lula está no melhor caminho para conseguir seu sonhado intento.
*Valmor Bolan é Doutor em Sociologia,
Diretor da Universidade Corporativa e de Relações Institucionais da Anhanguera e Reitor do UNIA.




