Édson Franco
Advogado, jornalista e professor universitário – Diretor da Faculdade de Estudos Avançado do Pará
***Quase ao mesmo tempo em que o Ministro Haddad dizia da sua decisão de reduzir vagas nas instituições de ensino superior que não demonstraram a suficiente qualidade educacional em vista do processo de avaliação ministerial, a Rede Globo, através do FANTÁSTICO revelava a situação calamitosa da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).
Ficamos de boca aberta com as imagens que foram apresentadas e com as denúncias de professores e alunos sobre o descalabro daquela Instituição.
Como num filme relembrei do nascimento da UNIR. O Ministro Andreazza tinha interesse na criação daquela universidade. Com um outro companheiro de trabalho cheguei a preparar o projeto preliminar da Instituição. Visitei o interior do então Território para fazer algo condizente com as necessidades da Região. Logo depois – não passaram dois anos – fui chamado pela então Ministra Esther Ferraz para ir até lá para resolver um problema de “inchaço” de funcionários da UNIR. Fui e ajudei no que pude. A Universidade teria virado “cabide de empregos”, especialmente na campanha política daquela época.
Sumi de Rondônia apesar de ainda contar com grandes amigos no Estado e agora vejo que a situação física da Universidade é lastimável e que também o clima organizacional que lá está instalado não é nada bom.
Sempre comentei, na ABMES, que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional dá tratamento diversificado para a situação de instituições públicas e privadas.
Se as públicas vão mal, o Governo tem de amparrá-las com recursos . Se as particulares vão mal, o Governo tem todo o direito do descredenciá-las e fechá-las, quando não resolve, como agora, reduzir vagas e portanto as receitas das escolas privadas. É verdade que o Governo também reduziu vagas de entidades públicas, mas jamais cogitou do descredenciamento ou do fechamento dessas instituições.
Além da luta política que o Ministro Haddad terá de enfrentar no processo eleitoral da Prefeitura de São Paulo, deverá deixar ao menos encaminhado o processo de revitalização da UNIR.
A calamidade mostrada pela Globo foi demais contundente. Não pode ser esquecida e nem deixada ao Ministério Público a responsabilidade pela solução da situação. Nós estamos aguardando alguma comparação. Nós estamos perplexos com o que foi mostrado. Tudo parado e o dinheiro desaparecido, pelo que foi informado na notícia.
A rigor, nenhuma instituição deve ser punida. Deve ser ajudada a buscar qualidade que não acontece só com novos recursos. É hora de uma resposta pública dos avaliadores do MEC. Será que eles não viram nada do que foi mostrado? Se eles já vem mostrando a situação para o MEC quais as medidas concretas adotadas?




