Profa. Sandra Regina Remondi Introcaso Paschoal*Coordenadora da Avaliação Institucional e Presidente da CPA da UNIFENAS ***
“Enquanto o Planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato critico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo nosso projeto” (Luckesi).O oferecimento da prestação de serviço educacional exige um contínuo repensar e um constante recriar porque é um serviço sui generis de relevante papel na formação do ser humano e do desenvolvimento da sociedade. O maior desafio é caminhar para uma educação com qualidade e para isso faz-se necessário avaliar constantemente esse serviço. A avaliação institucional deve visar ao aperfeiçoamento da qualidade da educação com a finalidade de transformar a escola em uma instituição comprometida com a aprendizagem de todos e com a melhoria de qualidade de vida da sociedade na qual está inserida. O foco do projeto de avaliação institucional deve estar direcionado para a qualidade e para a eficiência do ensino oferecido pela IES, traduzindo a realidade e a missão de cada uma e contribuir para as discussões das questões relacionadas à avaliação enquanto compromisso de todos.
A avaliação da IES pode constituir-se num relevante instrumento de gestão, através de uma análise diagnóstica da organização, ou seja, descrição objetiva e sistemática da instituição, subsidiando a elaboração do planejamento institucional e sua constante revisão, (por meio de um ciclo continuo de reflexão-ação-reflexão) sobre as atividades executadas, desde que considere as condições, as demandas econômicas e sociais, os objetivos a serem alcançados, as dificuldades e os potenciais a desenvolver, entre outros indicadores. (RAIES, 2005, p.112)Diante disto, é de suma importância que se estude e se aprimore continuamente o processo avaliativo nas IES, pois se houver uma cultura de avaliação, um processo reflexivo, sistemático e contínuo sobre a realidade institucional, criam-se condições para reflexão coletiva sobre as ações institucionais e promove-se a qualidade do serviço educacional em todos os sentidos. Por isso, realizarei a palestra “A Autoavaliação como Instrumento de Gestão e de Planejamento da IES” no Encontro Nacional de CPAs – Superando os Desafios e Fortalecendo a Avaliação, que será realizado em setembro, na capital de São Paulo. De acordo com o art. 3°, §2° da Lei n° 10.861/2004 que instituiu o SINAES, para avaliação das instituições, serão utilizados procedimentos e instrumentos diversificados, entre os quais há a autoavaliação. É ainda um desafio para muitos dirigentes de IES, saber utilizar o processo de autoavaliação institucional como ferramenta estratégica de gestão porque a grande preocupação com relação à qualidade do ensino ainda está focada na formação técnica de seu quadro de docentes. A autoavaliação deve implicar mudanças no processo de planejamento, de decisões, na organização curricular, na infraestrutura e no quadro de pessoal. Precisa de alguma forma contribuir para a reflexão acerca do processo organizacional e pedagógico da instituição. A avaliação institucional deve ser assumida pela comunidade acadêmica como aliada na iluminação dos novos caminhos a serem trilhados. Para que isto ocorra deve-se adotar uma metodologia participativa, que traz para o âmbito das discussões as opiniões de toda a comunidade acadêmica, de forma aberta e cooperativa, utilizando diversos instrumentos e métodos combinados, conforme necessidades e situações específicas. Não basta levantar os dados, é necessário refletir conjuntamente sobre eles, colher sugestões para se encontrarem soluções e estabelecerem-se estratégias para resolver os problemas detectados. A autoavaliação é um processo, e como tal deve ser encarada. Ela faz parte da rotina da IES e seus resultados norteiam a tomada dos rumos institucionais. Para que se tenha uma grande adesão ao processo, o trabalho de socialização e sensibilização deve ser constante para os alunos e professores, assim como uma ampla divulgação dos resultados das avaliações e as melhorias deles decorrentes. Do exposto, tem-se que a autoavaliação deve ter a participação de toda a comunidade acadêmica e comunidade externa, de forma aberta e cooperativa; há posturas dialógicas, sistemas de trocas e construção de consensos que resultam em aperfeiçoamento da prestação de serviço educacional, pois, possibilitam o encaminhamento de ações que objetivem correções e melhorias indicadas como necessárias. Mesmo sendo um processo, a autoavaliação institucional contém análise e resultados durante todas as suas fases, e momentos de consolidação de resultados de caráter gerais e mais abrangentes. Esta etapa deve possibilitar a indicação de propostas de políticas institucionais e, ainda, de redefinição da missão institucional. Portanto, estando a autoavaliação associada à ideia de planejamento das atividades administrativas e acadêmicas, constitui um elemento primordial para orientar a gestão da IES, porém, só atingirá eficazmente seus objetivos se for implementada de forma ordenada e criteriosa. *Palestrante no Encontro Nacional de CPAs – Superando os Desafios e Fortalecendo a Avaliação, com o tema: A Autoavaliação como Instrumento de Gestão e de Planejamento da IES. O evento será realizado no dia 27 de setembro de 2012, no Hotel Park Inn Ibirapuera, em São Paulo/SP. Mais informações: http://www.humus.com.br/eventos/cpas.




