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Educação e Sociedade. Autoridade e Doença

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31/01/2013 04:50:58

Ricardo Lengruber Lobosco Secretário Municipal de Educação de Nova Friburgo/RJ Docente da FFSD e do Instituto Metodista Bennett e professor convidado em cursos de pós-graduação na PUC, UNESA e UMESP ***
As últimas décadas assistiram a mudanças profundas na forma de pensar e fazer educação. Primeiro, porque há cada vez mais discussão sobre o papel e a autoridade do professor. Segundo, porque cada vez há mais profissionais de áreas afins interagindo e interferindo nos processos educacionais. Não há dúvidas que tais mudanças têm seu aspecto positivo. Já se foi o tempo em que a sala de aula era considerada espaço inalienável e de total e arbitrária intervenção do professor. Ficou para trás a lógica da coerção como ferramenta pedagógica. Da mesma forma, faz parte do passado a responsabilização exclusiva do professor no que tange ao sucesso ou fracasso de estudantes. Sabe-se, hoje, haver mil e uma questões de ordem social, psicológica, orgânica e física que interferem positiva ou negativamente na carreira escolar de cada indivíduo. O que deve ser discutido, porém, é que, apesar de ser plenamente cabível a imposição de limites à ação de professores, especialmente para resguardar a integridade física e moral de crianças, não se pode partir do princípio de que toda ação docente é má e, pior, que deva ser restringida por ação fiscalizatória de pais, patrões e órgãos de proteção e de direitos. Quando se limita a liberdade de atuação de professores, viola-se, paradoxalmente, o direito fundamental que a toda criança deve ser assegurado: a educação. Em outras palavras, quanto mais restrições se faz ao trabalho dos professores - especialmente quando se cerceia sua autoridade - menos educação se garante aos meninos e meninas. Em nome de garantir direitos aos menores, o mais fundamental deles é relativizado. Subentendida está a idéia de que educação é mais que instrução; está a convicção que educação passa necessariamente pela posição de limites e o aprendizado de noções elementares de hierarquia, autoridade e respeito pelo semelhante. Enfim, está claro que há a necessidade de garantir a integridade das crianças, mas não se pode confundir isso com a limitação do poder de atuação do professor e de sua nobre e difícil tarefa de educar, no sentido mais amplo do termo. Deve-se discutir, também, a interferência exagerada de outros profissionais na sala de aula e na vida escolar. Quanto mais se divide a tarefa docente, menos preocupação haverá com a valorização do professor e, o que é pior, haja vista as experiências recentes sobre a questão, mais se colocará em dúvida a competência e eficiência dos docentes. Apenas para ficar em um exemplo, tome-se a questão dos chamados transtornos e déficits de aprendizagem e da hiperatividade. Há uma verdadeira explosão de diagnósticos que dão conta de tais transtornos em crianças e jovens na atualidade. Uma verdadeira seleção de profissionais tem sido unânime em insistir em tais conclusões. Psicólogos, fonoaudiólogos, psicopedagogos e médicos têm ajudado no processo de formar e educar, mas é clara também a confusão entre, por exemplo, dificuldades de aprendizagem e patologias de fundo neurológico; ou, ainda, entre a necessidade de intervenção criativa de métodos didático-pedagógicos e a medicalização da educação. Não faltam os diagnósticos médicos e, o que pode ser ainda mais grave, o uso irrestrito de drogas medicamentosas para o tratamento de tais transtornos. Sem ignorar que tais quadros existem sim e que devem ser tratados séria e profundamente, não se pode permitir que essa verdadeira invasão de medicamentos seja a regra a ser aceita nas escolas e famílias. Imagine-se que uma criança submetida aos estímulos da vida contemporânea, especialmente aos de natureza tecnológica, e à rotina cada vez menos organizada das famílias, não pode ser simplesmente taxada de hiperativa na escola e o tratamento da questão ser, diretamente, de natureza medicamentosa. Às mudanças na sociedade e na sua dinâmica e naquilo que tais transformações interferem na vida escolar de crianças e adolescentes, deve-se responder, primeiramente, com ações pedagógicas revistas e repensadas. Quando se recorre imediatamente aos remédios, corre-se o risco de mascarar o problema real e, para além de não resolvê-los sistemicamente, provocar danos mais graves ainda na saúde das crianças a longo prazo. Crianças brincam cada vez menos em contato com a natureza; cada vez menos brincam em grupo e de brincadeiras simples de convivência e respeito pelo outro. Estão cada vez mais expostas a horas ininterruptas de TV e internet; cada vez mais expostas a estímulos que antecipam as capacidades e a maturidade de sua faixa etária. E, infelizmente, a escola, na maioria dos casos, ainda mantém rotinas e metodologias de um tempo que não existe mais. Se é verdade que a escola não deve simplesmente aderir e aceitar os equívocos dos dias atuais no que tange a crianças, é verdade também que deve se atualizar e se contextualizar de modo a dialogar criticamente com o estado atual das coisas, bem como no auxílio da superação de  tais equívocos. O que não se pode - sob pena de perda de um valor fundamental das sociedades humanas: a educação - é relativizar a autoridade do professor e tratar as novas demandas da sala de aula como se problema médico fosse. Julgo que, com esses dois equívocos, temos colocado em xeque um valor supremo para realização civilizatória da humanidade. Enfim, o que está claro é que nossa sociedade está doente e, por conseguinte, todos os seus processos também, incluindo a Educação. Parece-me, todavia, problema maior tratar como caso de polícia a autoridade dos professores ou com remédios os chamados transtornos, porque não estou plenamente certo de que não haja doença também na forma habitual de se fazer justiça ou de se praticar a medicina. Enfim, talvez a educação, acusada de estar doente, por incrível que pareça, seja, ela mesma, o remédio demandado pela sociedade atual. Curiosa e oportuna ironia!  

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