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Sucessos e fracassos no mundo dos negócios

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

13/08/2013 04:20:03

Gabriel Mario Rodrigues Presidente da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***
Vivemos numa sociedade espantosamente dinâmica, instável e evolutiva. Correrão sérios riscos os que ficarem esperando para ver o que acontece.[1]
A história me foi contada há muito tempo e aconteceu numa pequena cidade de Minas no final da década de 1980. Transmito-a como exemplo da importância de estarmos sempre atento às transformações do mercado, em qualquer atividade da qual participamos.
A faculdade da cidade não apresentava há vários anos os resultados esperados pelo mantenedor e uma consultoria especializada foi contratada. Trabalho minucioso, análise dos concorrentes, entrevistas mil com funcionários, professores e alunos e depois a apresentação do projeto de transformação com os inevitáveis cortes de pessoal. Um dos alcançados para demissão imediata foi o bedel Zeferino ou "Zefa" para os alunos. Pudera, ele era completamente analfabeto e não tinha condições de fazer relatórios dos acontecimentos diários, como faltas e atrasos de professores, colocação de informações nos quadros de avisos e outros serviços. O Diretor despediu Zeferino alegando a sua condição de analfabeto. Os alunos não gostaram. O Zefa atendia muito bem a todos, quebrava o galho para colega que chegava atrasado e era atento no serviço: o projetor sempre em ordem para o professor usar, papel de prova bem distribuído e acima de tudo, animava os alunos para além da sala de aula, nas conversas de corredores e no pátio de recreio. Mais do que um bom ouvinte era metido a conciliador, pois havia recomposto até casais de namorados rompidos. Ao lado do pagamento das rescisórias de praxe, o diretor deu a ele  a caixa de ferramentas usada nas horas de folga:  Zefa, metido carpinteiro, era o homem dos consertos das cadeiras e mesas quebradas. Como isto era só o que ele sabia fazer,  tratou de arrumar, logo no dia seguinte, as suas ferramentas de trabalho. Percebeu que faltavam na caixa o martelo e o serrote. Como nada existia no comercio local, pegou um ônibus e foi comprá-los em loja a mais de 200 quilômetros de distância. No dia seguinte, um vizinho bateu a sua porta e pediu um martelo emprestado para terminar um trabalho.  Zeferino foi claro ao dizer que não poderia emprestar e sim vender o martelo. Para tanto, aumentou em três vezes o valor do objeto, preço prontamente aceito pelo comprador. Viajou novamente e trouxe mais três martelos, logo comercializados. Zeferino percebeu esta demanda e foi atendendo seus vizinhos e fazendo suas viagens diárias. Passado um ano abriu pequena loja de ferragens que se tornou centro comercial de material de construção. A cidade, por sua vez, se transformou em polo de desenvolvimento regional e o Zeferino enveredou para a área alimentícia. Manteve a rede de lojas de comércio e se associou a uma firma na área de construção civil. Nos anos 2000 era um dos empresários mais respeitados da região sem esquecer, contudo, a sua origem humilde. Como retribuição, e para mostrar o valor que dava à educação, construiu Grupo Escolar na cidade. Isto lhe propiciou o reconhecimento da comunidade e da Câmara Municipal que conferiu a ele o título de “Cidadão Emérito”. A cidade toda em festa! Na homenagem da Câmara, o prefeito, depois de entusiasmado discurso, pede que Zeferino assine o diploma honorífico. Estupefato, ouve Zeferino dizer que era analfabeto e que não sabia assinar. – Puxa, diz o prefeito, imagine então o que o senhor seria se fosse alfabetizado? – Bedel de Faculdade, respondeu Zeferino “na lata". Alonguei-me um pouco com a vida do Zeferino, mas a história de sucessos e de fracassos é norma comum no complexo mundo das atividades e dos negócios. Foi sempre assim e não vai ser aqui que irei discutir por que umas iniciativas dão certo e outras não. E a Faculdade onde Zeferino trabalhou? As recomendações da Consultoria não deram certo, a escola não tem ate hoje 800 alunos, não possui Certidão Negativa de Débito (CND), vive endividada. Difícil analisar os porquês do insucesso. Mas realidade é esta: o Zeferino virou milionário e o dono da faculdade um pobretão. Uma questão posso ressaltar, um ficou atento ao que o mercado desejava e o outro não. Este é um fato recorrente. Basta lembrar as referências do passado onde as grandes marcas, empreendimentos, negócios, empresas e bancos morreram após dezenas de anos de sucesso. Atender ao mercado é a palavra mágica. O ensino superior particular brasileiro praticamente começou dar seus passos mais expressivos na década de 1960 quando o governo militar, para atender à demanda de alunos que desejavam ingressar na universidade, usou a estratégia de promover a  educação superior por meio da iniciativa particular, pois o estado não tinha condições de fazê-lo. Era a época dos célebres excedentes: alunos aprovados em vestibulares das instituições públicas não encontravam vagas disponíveis. O país iniciava um processo de desenvolvimento pela industrialização e carecia de recursos humanos face ao seu crescimento. As mulheres retornavam aos estudos em busca de melhor formação para ingressar no mercado de trabalho. Os que já trabalhavam nas empresas procuravam a educação superior em busca de ascensão profissional. Consequência de tudo isto foi uma demanda incontida: a classe média alta procurando as faculdades que estavam sendo criadas, inicialmente nas capitais e nas cidades mais importantes e depois pelo Brasil afora. Primeiro Sul, Sudeste e, a partir dos anos de 1990, Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Embora as instituições confessionais já oferecessem, em algumas capitais, cursos superiores, o vetor do desenvolvimento cresceu graças aos empreendedores educacionais particulares. Grupos familiares que já possuíam colégios, ao lado de outros profissionais, perceberam no ensino, uma oportunidade de empreender e, com risco e ousadia, fundaram faculdades por todo o país. Com a expansão da demanda, cresceu a oferta educacional em cidades com mais de 100 mil habitantes e, já na década de 1990, o ensino particular registrava cerca de 70% dos universitários distribuídos por mais de 2.000 IES. Com a demanda garantida foi natural o desenvolvimento do setor. No entanto, no decorrer do tempo, tal como acontece em todas as atividades, nem todas as instituições prosperaram por diversas razões dentre as quais as inevitáveis mudanças de mercado, a falta de visão dos administradores e obsolescência dos cursos oferecidos. Por outro lado, na década inicial deste século, surgiram outros fatores: a grande concorrência entre as instituições de ensino superior; a necessidade de maior profissionalização da gestão e a tendência natural de concentração visando diminuir os custos de segurança, da tecnologia e dos imóveis. Não há mais oportunidade para o amadorismo e as improvisações dos tempos iniciais. Constatação real: dirigir escolas dá muito trabalho e nem sempre há sucessores para dar continuidade aos negócios. Daqui para a frente, será preciso enfrentar: os desafios das novas ocupações profissionais exigidas pelo mercado de trabalho; as exigências dos perfis socioeconômicos dos alunos e a revolução tecnológica dos  diferentes meios de transmissão de ideias e de conhecimento. Até então, os cursos eram iguais. O aluno só conhecia as universidades brasileiras e hoje o mundo está globalizado e a oferta é internacional. Hoje está tudo diferente. O Brasil mudou, o aluno mudou. São estas algumas das principais razões da instabilidade dos dias atuais. A única certeza é a de que tudo vai mudar como afirma o antropólogo Luiz Almeida Marins Filho em suas palestras: “correrão sérios riscos os que ficarem esperando para ver o que acontece”. Zeferino não esperou. No contexto atual, há necessidade de recursos humanos e financeiros expressivos para atender às demandas da sociedade. (Os grandes conglomerados formam-se dentro destes princípios. É o novo capitalismo onde as empresas não têm mais dono. Mas este tema objeto de outro artigo.) No contexto atual, as instituições de ensino têm um importante papel: oferecer um ensino de qualidade, capaz de formar o aluno como homem e como profissional, permitindo que ele assuma o seu papel como agente transformador da realidade e como protagonista de seu projeto de vida.  
[1]  Uma sociedade em mudança , Luiz Almeida Marins Filho da Antropus Consulting.        

15/08/2013

Cecilia Anderlini

Sucessos e Fracassos no Mundo dos Negócios. Considerações que entendo pertinentes após a leitura desse artigo. A prosperidade do bedel se deu por sua percepção empreendedora que não esbarrou em normas, portarias, decretos, mudanças de orientações, inquietações advindas de prazos a serem cumpridos ou engessamento de sua atividade. Teve tempo para incrementar seus negócios em seu próprio ritmo, atendendo às demandas do mercado de bate e pronto. As IES, não só as de pequeno, médio ou grande porte, como também as resultantes de fusões ou /e aquisições, enfrentam uma concorrência acirrada de preços , sempre para menor ( cabe observar que o antigo bedel vendia seu produto por três vezes mais que o valor investido na compra do mesmo ), como também a questão das CNDs. Existem outras causas determinantes, para tangenciar a performance do Ensino Superior Brasileiro. Por melhor equipada que seja uma IES, a grande maioria tem os mesmos desafios : o tipo de aluno que recebe, a falta de professores que motivem o mesmo a superar suas dificuldades, o distanciamento do profissional que o mercado pede e o academicismo imposto pelas DCNs.Os professores recém titulados ( mestres ou doutores ), sem experiência em atuar em salas de aula heterogêneas. Custam "pegar o jeito" certo , pois o laboratório de pesquisa é silencioso e focado; suas leituras exigem o conhecimento de mais de um idioma, trabalham com iguais e não estão habituados a lidar com os extremos para mais e para menos existentes entre os alunos que transitam em vários conteúdos desconhecidos ao mesmo tempo. Falta um personagem como esse bedel, que saiba costurar situações diferentes como muita habilidade ,melhorando o desempenho dos graduandos. Os grandes grupos , onde a figura do "dono do negócio" desaparece, também tem entraves pois os investidores esperam, ou melhor, exigem resultados quantitativos positivos e metas cada vez maiores. Como fazer para garantir essa exigência de forma contínua? É época de ajustes nesse cenário todo. Trabalho, trabalho e mais trabalho. Percepções do que se faz necessário mudar , aperfeiçoar o que vai bem. Pequenos , médios, grandes ou mega grupos , trabalhar é o único caminho. Mudanças no olhar do MEC para a realidade concreta do Ensino Superior Brasileiro, seja o publico ou privado, permitindo que as IES façam a adequação do currículo dos cursos , voltados para a demanda do mercado, que nem sempre exige titulação de seus profissionais e sim competências e habilidades para atuar nas diferentes frentes oferecidas. Cabe ressaltar aqui , mais uma vez, a ação do antigo bedel quando presenteou sua comunidade com um Grupo Escolar. Essa atitude veio do fato de ter convivido num ambiente onde o conhecimento circulava sem restrições e ele , sem se aperceber, fez uso do que aprendeu de forma indireta. Qualidade? Esse é um conceito que precisa ser melhor definido para melhor ser atendido. Qualificar é tornar alguém apto para determinada atividade. Portanto, mensurar qualidade de ensino é muito mais complexo do que atingir parâmetros impostos .

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