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A autoaprendizagem e o futuro da educação

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02/06/2014 04:50:29

Paulo VadasPaul Ivan Vadas Professor, palestrante, escritor e consultor em educação para instituições de ensino superior no Brasil e nos EUA ***
“When faced with a challenge, man has the ability to learn without instructors. This is how Benjamin Franklin, Abraham Lincoln, Thomas Edison, Henry Ford, the Wright Brothers and thousands of others highly successful people educated themselves. They used the art of self-education and self-challenges.”[1]
As convulsões sociais que temos presenciado nos últimos anos em vários países, como o Egito, a Líbia, a Síria, a Ucrânia e que agora desponta também no Brasil, têm sido caracterizadas por um fator comum: o uso intensivo e extensivo das tecnologias de informação que, além de facilitar a comunicação instantânea ao redor do mundo, têm sido utilizadas como instrumentos de conscientização popular, livre das reportagens “contaminadas” das redes Globo da vida. É uma nova era – a Era da Informação Personalizada, On Demand, Nas Palmas da Mão. A facilidade com que a informação transita pelo mundo está mudando as formsa pelas quais as populações mundiais estão aprendendo sobre si próprias e sobre o mundo aos seus arredores. No sistema educacional tradicional, cuja essência é a informação, esse fato se torna primordial em relação à sobrevivência das instituições que compõem o setor: ou elas aprendem como incorporar essas tecnologias de forma pertinente, ou elas serão devoradas pelos novos paradigmas educacionais que se afloram. Esses novos paradigmas estão quebrando o mais importante paradigma dos últimos 5 milênios: a crença que a escola, e somente ela, é a detentora do verdadeiro conhecimento. E quais são esses novos paradigmas? Vamos citar alguns:
  1. O mais importante novo paradigma que está se evidenciando é que a “sala de aula” é o mundo e que ela está, literalmente, na palma das mãos de qualquer indivíduo[2];
  2. O “professor” não é só aquele que é titulado. O “professor” é aquele que domina a informação, e ele pode ser inclusive, um amigo, um parente, ou alguém do outro lado do mundo;
  3. O livro está obsoleto e, com ele, as bibliotecas[3]. As novas mídias eletrônicas de informação (incluindo os e-books) podem ser atualizadas a qualquer momento e, portanto, são muito mais relevantes do que livros nas prateleiras;
  4. O desenvolvimento de competências práticas começa a ter valor no mercado de trabalho e a certificação por entidades não educacionais começa a ser mais valorizada[4];
  5. O foco no ensino já era. O foco no aprendizado, principalmente fora da sala de aula tradicional, é o novo paradigma[5].
  6. A percepção de valor está mudando. O aluno que realmente quer aprender (e não somente “tirar nota”, “passar de ano”, “ganhar diploma”) quer ter mais escolhas e opções de estudo. Ou seja, se a matéria não interessa, ele vai embora.
Tudo isso que coloquei é óbvio e já foi colocado por outros com muito mais experiência no assunto. Todos sabem que as tecnologias estão afetando o sistema educacional. Centenas de simpósios, fóruns, conferências, reuniões, etc., etc., têm sido realizados sobre o tema da “modernização” da educação. No entanto, mesmo assim, após milhares de estudos sobre ensino/aprendizagem e críticas sobre o modelo tradicional da “sala de aula” (com todas suas atualizações tecnológicas), o sistema continua basicamente o mesmo. A sala de aula, o professor, e a biblioteca continuam sendo o eixo principal das instituições educacionais. Do ponto de vista conceitual, sugiro que um dos grandes fatores que tem barrado o progresso do setor é a falta de um entendimento sobre o que é “educação”. Não existe uma definição universal sobre o conceito e, por isso, estamos usando a mesma palavra para falar sobre coisas diferentes, impossibilitando chegarmos a um entendimento comum[6].   Afinal, o que é “educação”? No meu entendimento, educação é um processo multimediado de comunicação entre o emissor de informações e o receptor das informações.[7] Portanto, “educação” é um processo composto de três fatores distintos e inter-relacionados: 1. Ensino (transmissão de informações); 2. Aprendizagem (captação e internalização de informações resultando na construção dos conhecimentos de cada indivíduo); e 3. Meios de comunicação (que possibilitam a transferência das informações). Como, quando, onde, de que forma, e porque o processo educacional ocorre? Para instigar a reflexão e o debate, aqui vão algumas perguntas e respostas iniciais:
  1. Onde começa o processo educacional? Os biólogos responderiam: no exato momento em que a esperma fecunda o óvulo e a troca natural de informações genéticas se inicia;
  2. Como ele se desenvolve? Os antropólogos e sociólogos responderiam: desde o momento em que a criança nasce e o processo informal de condicionamento cultural se inicia (a educação vem do berço, por assim dizer);
  3. Como ele prossegue? Os políticos responderiam: desde o momento em que a criança entra na escola e o processo formal de enquadramento/indoutrinação às normas sociais se inicia;
  4. Como a criança reage ao processo? Os psicólogos responderiam: a reação ao processo, positiva e/ou negativa, depende de múltiplas variáveis, entre elas: instintivas (da natureza do ser humano); natas (da natureza do indivíduo em si e sua herança genética); aprendidas (das experiências vivenciadas e internalizadas pelo individuo); e compreendidas (das formas pelas quais cada indivíduo entende os fenômenos e se adapta ou não às normas impostas);
  5. Qual o objetivo da educação? Os sociólogos, políticos e os economistas responderiam: preparar o indivíduo para a vida pessoal, familiar, social, e profissional, seguindo as normas e os valores pré-definidos pela sociedade;
  6. Onde termina o processo? Os biólogos, antropólogos, sociólogos, psicólogos, economistas, e políticos responderiam: a educação (principalmente a educação informal) é um processo contínuo, que vai desde a concepção até a morte. Ou seja, enquanto o ser está vivo, ele está aprendendo.
Pelas perguntas e respostas acima podemos concluir que a educação é um processo natural, que acontece constantemente, informalmente, nas experiências/vivências do dia-a-dia, de forma continuada[8], randômica e aleatória. Ao mesmo tempo sabemos que, historicamente, as sociedades têm, também, formalizado o processo criando instituições educacionais reconhecidas e credenciadas para transmitir informações de forma normatizada, estruturada, temporal, propositiva, com objetivos pré-determinados, e critérios pré-estabelecidos. Aulas, disciplinas, cursos, etc., fazem parte integra do processo educacional formal. Portanto, os dois processos educacionais, informal e formal, são conjuntamente responsáveis pelo processo educacional como um todo e por seus impactos em cada indivíduo. Se, por um lado, a educação informal permeia o dia-a-dia de cada indivíduo, que sofre um verdadeiro bombardeio de informações durante suas interações pessoais, familiares, sociais, laborais, online, etc., com o advento de tecnologias de comunicação que permitem captar informações on demand, ela também tem sido um grande instrumento de aprendizagem, indo diretamente ao encontro dos talentos, vocações, interesses, e necessidades daqueles que buscam, por meio da autoaprendizagem, uma forma de expressar suas criatividades, inovações e concretizar seus sonhos e suas visões. Na educação formal, o processo de transferência de informações impostas pelo sistema, e que o aluno necessariamente precisa aprender (internalizar e aceitar como verdades) nos encaminha a buscar respostas mais profundas sobre quais os reais objetivos do ensino formal; sobre como a aprendizagem ocorre nesses ambientes; e, dado as diferenças individuais de cada ser humano, sobre quais os métodos mais apropriados para que o processo ocorra de forma eficiente[9]. Mesmo sendo o principal foco do processo educacional, e alvo das críticas e estudos sobre seus desempenhos, a educação formal não monopoliza mais o processo educacional propriamente dito. O fato é que a grande parte da aprendizagem do individuo acontece informalmente, e que a educação formal passa por um enorme processo de questionamentos sobre sua relevância, haja visto o grande endividamento da população estudantil e a falta de retorno sobre o investimento em termos empregatícios. A evasão do sistema tem sido um sintoma preocupante do setor e deve ser analisada cientificamente, de forma sistêmica, objetivada, propositiva. Por outro lado, no momento em que a informação está acessível 24 horas por dia, 7 dias por semana, em qualquer lugar do mundo, cresce a cada dia o número de pessoas que busca informações pela internet e pelas mídia sociais, demonstrando que o processo de aprendizagem continua e que não existe “evasão” na educação em si, mas sim uma transferência da educação formal para a educação informal[10]. Nesse ambiente de mudanças e incertezas, cada IES deve definir com clareza quais seus objetivos educacionais e, em vista do potencial de crescimento do autodidatismo, qual seu futuro no setor. Elas devem considerar, também, o impacto das constantes mudanças tecnológicas que são rapidamente absorvidas pelas novas gerações, bem como as demandas do mercado de trabalho por profissionais altamente competentes[11].   [1] Bob Webb, “Self Education – The Lost Art”, Motivation Tool Chest, motivation-tools.com, edição de março 2014 [2] Com a queda da ultima grande barreira de comunicação (o idioma), a globalização da educação já é um fato [3] Nos Estados Unidos, muitas livrarias estão fechando suas portas [4] Por exemplo, entidades não educacionais como a Cisco, a Microsoft, a GE, a ING, entre outras, emitem certificações que hoje tem muito valor no currículo do profissional [5] Em excelente artigo no site da Forbes (http://www.forbes.com/sites/karlmoore/2011/09/07/is-the-corporate-university-dead), Karl Moore pergunta: “With their focus almost exclusively on classroom learning, fixed topics, a formalistic student-teacher relationship, and lockstep planned curriculums, can they train the next generation of leaders, managers, and employees with what companies need to succeed in an increasingly competitive, chaotic world?” [6] Para uns, educação é só o que acontece nas instituições educacionais formais (educação formal). Para outros, educação é sinônimo de ensino. Para outros mais, educação é um processo composto pelo ensino, pela aprendizagem, e pelo meio/método como ocorre. [7]Essa definição é genérica e não deve ser entendida somente do ponto de vista da educação formal. [8]Falar de educação continuada é redundante. A educação informal, pela sua própria natureza, é um processo continuo. [9] Só para exemplificar, Eric Mazur, desenvolvedor do Peer Instruction, acabou de receber o primeiro premio Minerva (Minerva Prize for Advancements in Higher Education) por suas experiências em metodologias ensino/aprendizagem, com foco na aprendizagem por intermédio de troca de ideias entre colegas na solução de problemas. Esta metodologia promove o trabalho conjunto, em grupo, pelo qual um colega “ensina” o outro e o grupo utiliza os pontos fortes de cada um dos seus componentes, transformando a sinergia entre eles em um tipo de autoaprendizagem grupal. [10] Não tenho como comprovar essa colocação, mas acredito que é uma tendência que deve ser pesquisada. [11] Em relação ao conceito de “competências”, claramente existe uma necessidade de definir o conceito e sua composição, para não cair no mesmo problema de usar uma palavra que tem significados diferentes para diferentes pessoas.  

02/06/2014

Ana Paula Gonçalves

Excelente artigo. Muitos professores deveriam entender que os novos tempos exigem novas técnicas e ferramentas de ensino.

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