“When faced with a challenge, man has the ability to learn without instructors. This is how Benjamin Franklin, Abraham Lincoln, Thomas Edison, Henry Ford, the Wright Brothers and thousands of others highly successful people educated themselves. They used the art of self-education and self-challenges.”[1]As convulsões sociais que temos presenciado nos últimos anos em vários países, como o Egito, a Líbia, a Síria, a Ucrânia e que agora desponta também no Brasil, têm sido caracterizadas por um fator comum: o uso intensivo e extensivo das tecnologias de informação que, além de facilitar a comunicação instantânea ao redor do mundo, têm sido utilizadas como instrumentos de conscientização popular, livre das reportagens “contaminadas” das redes Globo da vida. É uma nova era – a Era da Informação Personalizada, On Demand, Nas Palmas da Mão. A facilidade com que a informação transita pelo mundo está mudando as formsa pelas quais as populações mundiais estão aprendendo sobre si próprias e sobre o mundo aos seus arredores. No sistema educacional tradicional, cuja essência é a informação, esse fato se torna primordial em relação à sobrevivência das instituições que compõem o setor: ou elas aprendem como incorporar essas tecnologias de forma pertinente, ou elas serão devoradas pelos novos paradigmas educacionais que se afloram. Esses novos paradigmas estão quebrando o mais importante paradigma dos últimos 5 milênios: a crença que a escola, e somente ela, é a detentora do verdadeiro conhecimento. E quais são esses novos paradigmas? Vamos citar alguns:
- O mais importante novo paradigma que está se evidenciando é que a “sala de aula” é o mundo e que ela está, literalmente, na palma das mãos de qualquer indivíduo[2];
- O “professor” não é só aquele que é titulado. O “professor” é aquele que domina a informação, e ele pode ser inclusive, um amigo, um parente, ou alguém do outro lado do mundo;
- O livro está obsoleto e, com ele, as bibliotecas[3]. As novas mídias eletrônicas de informação (incluindo os e-books) podem ser atualizadas a qualquer momento e, portanto, são muito mais relevantes do que livros nas prateleiras;
- O desenvolvimento de competências práticas começa a ter valor no mercado de trabalho e a certificação por entidades não educacionais começa a ser mais valorizada[4];
- O foco no ensino já era. O foco no aprendizado, principalmente fora da sala de aula tradicional, é o novo paradigma[5].
- A percepção de valor está mudando. O aluno que realmente quer aprender (e não somente “tirar nota”, “passar de ano”, “ganhar diploma”) quer ter mais escolhas e opções de estudo. Ou seja, se a matéria não interessa, ele vai embora.
- Onde começa o processo educacional? Os biólogos responderiam: no exato momento em que a esperma fecunda o óvulo e a troca natural de informações genéticas se inicia;
- Como ele se desenvolve? Os antropólogos e sociólogos responderiam: desde o momento em que a criança nasce e o processo informal de condicionamento cultural se inicia (a educação vem do berço, por assim dizer);
- Como ele prossegue? Os políticos responderiam: desde o momento em que a criança entra na escola e o processo formal de enquadramento/indoutrinação às normas sociais se inicia;
- Como a criança reage ao processo? Os psicólogos responderiam: a reação ao processo, positiva e/ou negativa, depende de múltiplas variáveis, entre elas: instintivas (da natureza do ser humano); natas (da natureza do indivíduo em si e sua herança genética); aprendidas (das experiências vivenciadas e internalizadas pelo individuo); e compreendidas (das formas pelas quais cada indivíduo entende os fenômenos e se adapta ou não às normas impostas);
- Qual o objetivo da educação? Os sociólogos, políticos e os economistas responderiam: preparar o indivíduo para a vida pessoal, familiar, social, e profissional, seguindo as normas e os valores pré-definidos pela sociedade;
- Onde termina o processo? Os biólogos, antropólogos, sociólogos, psicólogos, economistas, e políticos responderiam: a educação (principalmente a educação informal) é um processo contínuo, que vai desde a concepção até a morte. Ou seja, enquanto o ser está vivo, ele está aprendendo.