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Michelet, as vozes e o mau cheiro da História

Notícias na Mídia

06/09/2014 04:42:59

Paulo Elpídio de Menezes Neto Jornal de Hoje, publicado em 3 de setembro de 2014 ***
Eça de Queiros referiu-se, certa vez, a Antero de Quental, como “aquele homem de pé que improvisava” para os lados do Largo da Feira, em Coimbra. Eram, ambos, leitores voluntariosos dos romancistas, poetas e filósofos que incendiavam, por esse tempo, os jovens coimbrãos, encharcados de ideias e dominados pelo inconformismo da revolta natural dos jovens em relação a tudo o que representa certeza, permanência e hipocrisia. Eça e Antero foram os primeiros a esboçar o corpo de um “Manifesto dos Estudantes da Universidade de Coimbra à Opinião Ilustrada”: estudantes de direito, nele pediam tudo o que não lhes seria dado, garantias de justiça, respeito pelas ideias, a distinção entre a ciência e os costumes, reformas, igualdade de tratamento... Antecipavam-se aos atores de maio de 1968, reivindicando o impossível... Pois essas palavras acerbas eram dirigidas, a uma entidade imaterial, à “opinião ilustrada” portuguesa. Naquela época, a imagem de uma opinião “ilustrada”, contra a qual se lançavam ideias de tal modo atrevidas quanto pouco convencionais, poderia parecer troça ou ironia perversa de jovens irreverentes. Hoje, haveria de ser tomada como arrogância, espasmo elitista de rebentos da classe média, distantes dos graves anseios populares. A história das ideias e dos movimentos ditos sociais, assim como a História do homem e do que ele fez neste vale de lágrimas, são construídas por vias cavilosas, segundo arranjos de conveniência. Quem observa e estuda os fatos traz consigo, no mais das vezes, o olhar das certezas de que a reservada “conversa com os mortos”, como dizia Francisco Quevedo, não haveria de alterar. Ademais, quem descreve e retém os fatos históricos e dá-lhes sentido e significação, venham eles de fontes primárias ou de contribuições transversais, deixa-se impregnar, induzido pelos lapsos de tropeços inconscientes, pela versão dos que triunfaram, pois a derrota não é só desonra, é esquecimento do vencido, próprio ao ato da conquista. Michelet, “historien de la foule” não era, segundo seus contemporâneos, uma pessoa inteiramente normal. Marguerite Yourcenar conta, em “Bénéfice d’Inventaire”, que Michelet, quando se via privado de inspiração e deixava de escutar as vozes da história, corria a um canto do quintal de sua casa, no qual se depositavam os excrementos e a urina dos moradores, e enfiava a cabeça nos dejetos acumulados para sentir o odor álacre que deles emanava. Refeito, assim, de seus vazios de talento, lançava-se ao trabalho. A pena fluía, então, alimentada pelos crimes do Comitê de Saúde Pública, o “ronronnement des foules” e as astúcias punitivas de Robespierre. A opinião “ilustrada” francesa era, por esse tempo, revolucionária, e muitos desses honoráveis cidadãos deixaram a sua cabeça para divertimento dos parisienses, reunidos na Praça da Concórdia. Com o tempo a “opinião ilustrada” de tão respeitáveis tradições, encheu-se de ódio pelos regicidas para tropeçar, em seguida, nos arreios de Napoleão. Assim viveu a França entre imperadores, reis e usurpadores, levantes e conspirações, guerras e rendições, fraquezas e altruísmo, e desses feitos chegou a nós a versão comedida e jeitosa dos historiadores, muitos deles esquecidos das longas falas de Michelet com os mortos e das vozes de atores loquazes que ouviram.    

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