Paul Ivan Vadas
Professor, palestrante, escritor e consultor em educação para instituições de ensino superior no Brasil e nos EUA
***Criar, inovar, improvisar, são conceitos que, de uma forma ou outra, indicam algum tipo de mudança: alguma ruptura com o passado, alguma melhoria para o futuro, algum ajuste para o presente. Em geral, os dois primeiros conceitos têm como objetivo a melhoria da condição humana. O terceiro conceito é um “esparadrapo” que objetiva remediar algo que deu errado.
Tanto a criação como a inovação requerem que seus protagonistas tenham mentes abertas para mudanças, pensamento crítico/analítico, capacidade de planejar, e imaginação/visão (análise das condições presentes para uma melhoria futura). Criar e inovar são características típicas de líderes, de empreendedores, e de transformadores.
Criação se refere ao invento – é uma ruptura com o passado que gera progresso e que gera patentes. Criadores são “filósofos”: analisam o que é e propõem o que deveria ser. São inventores que nos trazem tecnologias (know-how) que jamais existiram anteriormente e que possibilitam descobertas e ferramentas que propiciam uma melhoria sensível da qualidade de vida.
Na história da humanidade, principalmente nos últimos duzentos anos, a criatividade dos inventores nos trouxe as vacinas, o microscópio, o telescópio, a eletricidade, o rádio, o trem, o carro, o avião, o telefone, o cinema, a televisão, o fax, o computador, o celular, o tablet, etc., etc. Quem sintetizou bem a criatividade foi George Bernard Shaw, quando disse: “You see things; and you say 'Why?' But I dream things that never were; and I say 'Why not?'”[1]
A inovação se refere à melhoria das tecnologias – é uma transformação das tecnologias existentes. A inovação, em geral, é fundada nos conceitos de produtividade, eficiência, e melhoria continua. É em função das inovações que empresas se tornam mais competitivas e mais rentáveis. As inovações geram direitos autorais e direitos de marca.
Por fim, a improvisação, ao contrário da criação e da inovação, requer uma mente rápida para resolver algo de forma não planejada. Ela é baseada na situação/conjuntura presente, de momento. Ela tem seu valor, principalmente nos esportes, em situações de emergência, ou em momentos de dúvida onde não existe uma formula pronta para uma decisão de última hora. Em muitos casos, porém, improvisar é “quebrar-galho”, é “dar um jeito”, é resolver algo de forma paliativa, sem avaliação dos impactos futuros, é mascarar uma realidade “para Inglês ver”. Algumas vezes, a improvisação acaba gerando uma inovação mas, sempre, esse tipo de inovação acontece “sem querer”, sem planejamento anterior, e “por sorte”.
Enfim, se no Brasil “nada se cria, tudo se copia”, ao menos que se inove.
[1] http://www.brainyquote.com/quotes/authors/g/george_bernard_shaw.html




