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Ranking Universitário Folha também não leva em conta a diversidade das IES

Gabriel Mario Rodrigues

Presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES)

16/09/2014 04:55:57

Gabriel Mario Rodrigues 1Gabriel Mario Rodrigues Presidente da ABMES e Secretário Executivo do Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular ***
A avaliação do ensino-aprendizagem só faz sentido para o estudante quando é um processo contínuo com vista à reflexão crítica sobre a prática e não apenas configurada por uma classificação e um discurso político vago desvinculado da realidade. (Roberto Giancaterino)
Avaliar é sempre uma boa maneira de pressionar e tirar pessoas e empresas da zona de conforto, sobretudo se a proposta é séria, testada com sucesso, feita por pessoas com expertise e credibilidade para analisar o setor em que opera, além de ser uma forma de inovar processos e modelos. Vejam o caso do Ranking Universitário Folha (RUF), divulgado no dia 8 de setembro deste ano. Realizado desde 2012 pelo jornal Folha de S.Paulo, chegou à sua terceira edição com dois produtos principais: o ranking de universidades e os rankings de cursos. De acordo com a Folha, “no ranking de universidades estão classificadas todas as 192 universidades brasileiras, públicas e privadas. No ranking de cursos é possível encontrar a avaliação de cada um dos 40 cursos de graduação com mais ingressantes no Brasil, como administração, direito e medicina, a partir de dois indicadores: ensino e mercado. Em cada classificação são considerados os cursos oferecidos por universidades, por centros universitários e por faculdades”. O ranking de cursos é um produto novo. Até o ano passado, o RUF trazia uma avaliação de ensino e uma avaliação de mercado em 30 cursos diferentes. A equipe do RUF utilizou cinco dimensões: pesquisa, ensino, avaliação do mercado, internacionalização e inovação. Além disso, incluiu algumas mudanças em relação à edição do ano passado. São elas: a) cursos, com a classificação geral de carreiras, unificando a avaliação de ensino e de mercado; b) ensino, com a inclusão de professores com mestrado no indicador de titulação dos docentes e os docentes com dedicação parcial no indicador de regime de trabalho; c) pesquisa, com a inclusão do indicador de professores considerados mais produtivos pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq); d) internacionalização, com a exclusão do critério de docentes estrangeiros. O interessante, quando da publicação dos resultados, é que invariavelmente surgem opiniões e análises com muita propriedade, constituindo um guia para os leitores e interessados. Stefanie Silveira comentou sobre a baixa produção de artigos científicos; Marcelo Leite sugere a adoção de iniciativa proposta na Califórnia, baseada na tríade: foco na pesquisa científica, formação de profissionais de alto nível e faculdades comunitárias para treinar técnicos de nível superior (tecnólogos, no Brasil); Rogério Meneghini e Estevão Gamba questionam o porquê de não termos universidades só de ensino. O articulista da Folha Helio Schwartsman observou que, isolados, os critérios do RUF são imprecisos, mas que funcionam no conjunto. Sua análise ganha precisão ao fazer referência a Procusto, o vilão da mitologia grega, que assassinava os que adentrassem a região Korydallos. Ele “convidava” as vítimas a se deitar em duas camas de ferro com tamanhos diferentes: as de baixa estatura eram colocados na cama grande e as mais altas na cama pequena. As primeiras tinham as suas pernas esticadas ao extremo e as segundas tinham as suas pernas cortadas. Ou seja, usavam o padrão arbitrário para o qual a conformidade era forçada. De acordo com Helio, “fazer um ranking universitário é submeter instituições a uma bateria de dezenas de ‘leitos de Procusto’, na esperança de que depois, analisando os pedaços decepados e os distendidos, fosse possível estimar o tamanho das vítimas”. Assim, observados isoladamente, todos os indicadores do RUF são imprecisos, mas, no conjunto, permitem obter uma boa foto dos pontos fortes e fracos de cada instituição. O sentido utilitário da pesquisa vai para os estudantes, que raramente têm acesso às avaliações na hora de fazerem suas escolhas. Sabine Righetti se encarregou de elencar as críticas feitas e as mudanças sugeridas pelos leitores na metodologia usada pelo RUF, por ocasião de seminário promovido pela Folha:
  1. As atividades de extensão precisam também ser medidas, sobretudo os serviços prestados à comunidade tais como atendimento jurídico e hospitalar que não entraram na conta do RUF;
  2. As informações sobre os recém-formados precisam ser coletadas para que se possa saber onde estão e quanto ganham e conhecer o impacto dos cursos nas carreiras deles;
  3. A avaliação de ensino é inconsistente tendo em vista que os avaliadores do Ministério da Educação (MEC) não conhecem todos os cursos na sua área e/ou simplesmente os desconhecem;
  4. O RUF considera dois universos: avaliadores do MEC (22% da nota da universidade) e profissionais de Recursos Humanos/RH (18%). Em outros países as pesquisas de opinião têm pesos entre 15% e 20% em cada ranking;
  5. Há falhas na avaliação de mercado especialmente porque apenas os profissionais de RH são consultados; cargos de liderança, em geral, não têm negociação via RH;
  6. A maioria absoluta de faculdades e de centros universitários não faz pesquisa científica. Casos como os da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) são exceções;
  7. A iniciação científica ajuda a qualificar o ensino porque há muitos trabalhos que mostram a correlação dos trabalhos dos alunos com a carreira dos egressos;
  8. O intercâmbio internacional de alunos deve contar e entrar no ranking/2015;
  9. A inclusão da nota média no Enem do ingressante de cada instituição é um complicador porque nem todas as instituições usam tal exame;
  10. A nota do MEC para cada curso deve ser considerada mas, por outro lado, apresenta o inconveniente de interferir no caráter independente da avaliação do RUF.
O RUF disse a que veio, tendo em vista os seus aspectos positivos. Os dados que o compõem são coletados por uma equipe da Folha considerando patentes brasileiras, periódicos científicos, dados do MEC e pesquisas nacionais de opinião feitas pelo Data Folha com oito meses de dedicação à pesquisa. E o que é mais importante: o RUF não recebe qualquer dado diretamente das instituições de ensino avaliadas. Mas, todo cuidado é pouco porque, conforme mudam os critérios, mudam os resultados, daí que “considerando determinado critério, tal instituição vai bem e tal vai mal”. O importante é conhecer todos os critérios, na base do “pau é pau, pedra é pedra”, sem curvas de aproximação estatísticas, tais como a de Gauss e similares – falácias, que não passam de fórmulas aritméticas. Nos tempos atuais, deve preponderar a cristalinidade, a transparência da avaliação e não respostas por permutas, arranjos e combinações escusas. Não se deve avaliar as instituições como se fossem todas iguais. Na realidade, as universidades de ensino precisam apresentar melhor desempenho para suprir as necessidades de recursos humanos para o desenvolvimento do país e as universidades de pesquisa também precisam avançar porque as suas produções estão aquém das demandas dos tempos atuais. As constatações dos resultados do RUF passam pela sua utilidade e pelo uso dos resultados. Por exemplo, quando foi que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC) divulgou os nomes das instituições mais produtivas e o número de publicações por docentes? O RUF cita os nomes: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Lavras (Ufla) e Universidade Norte Fluminense (Uenf), nessa ordem. E mais: Quais são as instituições que divulgam a relação entre bolsistas e produtividade? De novo, o RUF dá as respostas: Unicamp, USP, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ufla e Universidade Federal de Viçosa (UFV). Tais informações são de extrema valia para dirigentes, alunos, professores e para a sociedade em geral. É por isto que não perdemos a oportunidade de afirmar que a avaliação do sistema do ensino superior realizada pelo MEC precisa ser aprimorada para de fato ser aceita como um processo válido e capaz de servir como parâmetro para as instituições brasileiras. O sistema de avaliação atual pode estar com os dias contados considerando que: se recusa a aceitar as propostas de mudança apresentadas sistematicamente pela comunidade acadêmica e pelos setores representativos do ensino superior brasileiro; fere a “Lei do Sinaes” e, finalmente, que não reconhece a diversidade, a tipologia diferenciada, a localização regional e o projeto institucional das instituições de ensino superior. Em outras palavras, o sistema usa, qual “Procusto”, o vilão da lenda grega descrita por Schwartsman, a mesma estratégia de arrancar e cortar os pedaços para que todos se adaptem a um modelo extremamente injusto e incapaz de traçar um retrato fiel da realidade.  

17/09/2014

Cecilia Tavares Anderlini

Li com bastante atenção o artigo do Prof. Gabriel e só estou fazendo meus comentários agora , depois de me deter na avaliação do RUF em relação aos cursos oferecidos pelas IES publicas e particulares . O artigo do Prof.está bem consistente e objetivo. No entanto, pude observar uma lacuna no RUF ( não apontada ) quanto a avaliação de mercado. Se a Folha ranqueou os cursos sem a colaboração das IES, um dos critérios para a avaliação ser completa deveria ser observado e não foi: a aceitação pelo mercado de trabalho dos egressos de muitas delas (mesmo entre as que estão numa boa posição no ranking )não levando em conta o local em que as mesmas estão inseridas. Concordo com Roberto Giancaretino : Avaliações a cada ciclo trazem melhores resultados . Já foi assim. Chegava ao Ensino Superior os que venciam essas etapas positivamente. O processo de inclusão de um maior numero de alunos no ensino superior passou por muitos caminhos e selecionava melhor seu publico ( mesmo para os chamados "cursos vagos ", existentes à época ). Marcelo Leite faz uma boa sugestão quando se refere a adoção do sistema da Califórnia . Nem todas as IES podem realizar pesquisas . Os motivos podem ser elencados para justificar essa afirmação. O questionamento de Meneghini e Estevão Gamba vem ao encontro de uma realidade "pé no chão ". Por que uma IES não pode se comprometer apenas com o ensino ? Os leitos de Procusto fazendo uma analogia com a forma de avaliação por Hélio Schwartsman é o mesmo do uso de uma régua só para os mesmos cursos em regiões diferentes , com públicos diferentes. A maioria das IES tem como a maior missão oportunizar um up grade para seus egressos traçarem melhor seus caminhos futuros. Em suma, toda e qualquer avaliação ( sendo oficial ou independente ) precisa de um bom ajuste , "casando "o ideal com o real. Vale questionar : O quê o aluno procura quando escolhe um curso em uma determinada IES? Se faz necessário pesquisar e quantificar a empregabilidade dos cursos que tem maior compromisso com o desenvolvimento das competências e habilidades intrínsecas em cada um. As instituições que desenvolvem pesquisas devem ter uma avaliação mais especifica,obedecendo critérios outros sobre os resultados das mesmas . Diante do exposto vejo que as avaliações , mesmo as independentes, continuam subjetivas o que torna o ranqueamento também subjetivo.

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