Michele Rossi Estudante de Jornalismo e Redatora ***

Devo admitir que este período eleitoral é o melhor de todos os tempos. Todos os candidatos são de uma integridade e qualificação absurda. Todos estão com propostas iguais às dos anos anteriores, mas com uma pequena diferença: elas são melhores, mais elaboradas, mais planejadas e muito mais eficazes. A honestidade é o requisito principal de cada candidato. A educação brasileira será a mais exemplar e estará em primeiro lugar nos rankings mais importantes do mundo, passando até mesmo a Finlândia, que é considerada a melhor entre todos os países. Na área da saúde, fico até emocionada só de imaginar todos os projetos em execução pelos novos governantes que estão por vir. A saúde, serviço básico que deveria servir a população e que não funciona, após as eleições, será o serviço mais bem preparado, não haverá nem mais doenças a serem tratadas. Quanto ao transporte público, não existirão mais superlotações ou tarifas abusivas; haverá assentos para todos os cidadãos que merecem ao menos sentar para chegar ao trabalho com o mínimo de conforto, e as tarifas... nem sei o que dizer delas, praticamente gratuitas. Aprendi que sonhos só temos quando estamos dormindo, mas esse cenário citado anteriormente, posso dizer está mais para pesadelo. E tudo isso vejo quando estou com os olhos bem abertos. Um país necessita de cuidados durante os 365 dias do ano, a todo o momento, mas as soluções só aparecem nas eleições, soluções que parecem ter sido guardadas a sete chaves, como se só pudessem ser libertadas em último caso. Tudo seria muito diferente se, ao invés de disputa eleitoral, tudo se tornasse “apoio eleitoral”, apoio ao país, um complementando o projeto e a ideia do outro. Se todos os candidatos tivessem um único objetivo, o de mudar o país, ou pelo menos torná-lo melhor para se viver dignamente. Não entendo muito o debate dos políticos em rede nacional, um incriminando o outro, ou fazendo da bancada um muro de lamentações e desculpas. Sempre me pergunto quem afinal ganhou com tudo aquilo, todas as encenações, quem falou melhor, ou quem mentiu melhor. Parece que a descrença nos políticos é o que torna cada vez mais difícil conscientizar as pessoas a serem responsáveis na hora da votação. Mas devemos tentar a todo instante mudar essa imagem, e entender que o nosso papel é fazer o melhor. Somos milhões, contra centenas de políticos; somos a maioria e a nossa voz pode apenas gritar por socorro, mas também pode trazer a solução.