Nos dias 14 e 15 de maio deste ano, será realizada a 8ª edição do Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular. Acho oportuno que o tema central seja o Brasil de hoje, suas realidades e as tendências para o futuro da Educação Superior. Não haverá futuro para o Brasil sem que a Educação seja tratada condignamente, como a mais alta prioridade social.
Vejam alguns números recentes: ainda temos 10% de analfabetos em nossa população; no último Enem, 529 mil candidatos tiraram zero na redação; apenas 15% da população entre 18 e 24 anos estão na universidade. São dados que nos afligem, mostrando o quanto ainda é preciso melhorar.
Com essa situação bem distante do ideal, devemos trabalhar para que a Educação seja um projeto de toda a nação, e não apenas de um governo. A frequente troca de ministros não deveria impactar o cumprimento das políticas públicas em Educação. As metas do PNE, aprovadas pelo Congresso, são de toda a sociedade, e por elas devem se guiar os atores que ocupam cargos de gestão da educação.
Entre os principais desafios no Ensino Fundamental, a serem enfrentados pelo novo Ministro Renato Janine Ribeiro, um intelectual respeitado, estão a melhoria da gestão das escolas públicas, a valorização e capacitação dos professores e a implantação de currículos mais modernos e flexíveis, sintonizados com os avanços da tecnologia. Há que se melhorar a qualidade, e muito.
No ensino médio, é necessária uma nova proposta de currículo, para que ele não seja apenas um preparatório de alto luxo para o ingresso no Ensino Superior. Nesse nível, as universidades públicas e particulares podem e devem contribuir, com parcerias na capacitação de professores, no apoio ao ensino de disciplinas críticas como Português e Matemática e também na orientação vocacional dos estudantes.
Quanto à Educação Superior, o desafio é expandir o sistema, com qualidade. O aumento excessivo da regulação nos últimos anos não deveria inibir o talento empreendedor dos educadores brasileiros, nem discriminar as pequenas e médias instituições de ensino, que prestam um serviço de alto relevo social. Grande parte delas atua em municípios onde a iniciativa pública não se faz presente.
É preciso também fortalecer e ampliar programas exitosos, como o Pronatec e o FIES, fazendo os ajustes necessários para que eles tenham a desejada sustentabilidade. Nesse ponto, nunca foi tão importante o diálogo com o setor particular, detentor de mais de 70% da oferta de vagas no ensino superior. Queremos ser tratados como os parceiros que somos para o êxito dessas iniciativas.
Acima de tudo, teremos a chance, no VIII CBESP, de promover o diálogo entre o setor público e a iniciativa privada, para que, de mãos dadas, possamos superar os grandes desafios da Educação
Superior nesse momento delicado de ajuste da economia do País. Sempre com os dois pés no chão e com os olhos voltados para o futuro que queremos. Sem a necessária liberdade para empreender, não se constrói uma verdadeira Pátria educadora e soberana. * Celso Niskier é debatedor do VIII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular. O evento acontece nos dias 14 e 15 de maio de 2015 no Rio de Janeiro/RJ. Saiba mais em www.cbesp.com.br.