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O perverso ciclo da educação superior brasileira

Mauricio Garcia

Consultor educacional e cientista digital

27/04/2015 04:43:08

Mauricio GarciaMaurício Garcia Vice-Presidente de Planejamento e Ensino da DeVry Brasil* *** Os dados do último Censo da Educação Superior do INEP, referente ao ano de 2013, repetiram um dado conhecido: 3 em cada 4 estudantes do ensino superior brasileiro estão matriculados em instituições particulares. Isso representa um universo de mais de 5 milhões de pessoas que estão sendo assistidas pela iniciativa privada, o que faz do Brasil um caso único no mundo em termos da importância desse segmento para a educação. Além disso, o Censo revela que 73% desses alunos estudam à noite. São pessoas que precisam passar por uma dura jornada, combinando o trabalho durante o dia, com o estudo à noite. Além disso, a julgar pelo seu perfil socioeconômico, ao chegar em casa, ainda precisam dar conta das tarefas domésticas, como limpar, lavar, cozinhar e cuidar da família. Nas instituições públicas, paradoxalmente, somente 38% dos alunos estudam à noite. Esse é um dos lados mais perversos do modelo educacional brasileiro: os que podem pagar estudam de dia e de graça, e os que não podem pagar estudam à noite, pagando duas vezes, ou seja, pagam a sua mensalidade e pagam, através de seus impostos, a mensalidade dos que estudam de graça. Não poderia ser mais injusto. Outro ponto que o Censo mostra é diferença na relação candidato/vaga entre instituições públicas e privadas: 13,8 para 1 nas públicas e 1,6 para 1 nas privadas. Isso significa, aproximadamente, que as instituições públicas recebem os 10% melhores dentre aqueles que as procuram, enquanto que nas particulares não há esse filtro de entrada. Assim, lidando com bons alunos, provenientes de famílias abastadas e que não precisam trabalhar enquanto estudam, as instituições públicas têm um desafio educacional muito mais simples do que aquele enfrentado pelas instituições privadas, que lidam com o aluno pobre e trabalhador. A perversidade desse modelo está no cruel ciclo vicioso “salário x renda familiar”: famílias com maior poder aquisitivo conseguem proporcionar melhor educação aos seus filhos, fazendo com que consigam passar no vestibular da universidade pública. Como elas possuem maior prestígio, os egressos da universidade pública conseguem os melhores empregos e, por consequência, os melhores salários. Com melhores salários, essas pessoas poderão assegurar uma melhor educação aos seus filhos, perpetuando o ciclo. Em outras palavras, no atual modelo educacional brasileiro, cabe ao setor privado a missão de proporcionar a inclusão e a justiça social através da educação. Ao setor público, pago com o imposto de todos, cabe a missão de manter a elite continuar sendo elite. Nos dias 14 e 15 de maio as principais lideranças da Educação Superior Particular estarão reunidas no Rio de Janeiro para discutir formas de enfrentar o enorme desafio que possuem. Urge a necessidade de serem desenvolvidos novos modelos pedagógicos, próprios para lidar com alunos que possuem sérias deficiência cognitivas, fruto do processo de exclusão social de suas famílias. Mas, mais do que isso, urge a necessidade da sociedade, da imprensa, dos movimentos sociais e do Governo reconhecerem o enorme papel e a insubstituível importância que possui a iniciativa privada na redução das desigualdades sociais brasileiras através da educação.  
* Maurício Garcia é debatedor do VIII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular. O evento acontece nos dias 14 e 15 de maio de 2015 no Rio de Janeiro/RJ. Saiba mais em www.cbesp.com.br.
 

27/04/2015

Mauricio Garcia

Caro Prof. Roney. O objetivo do presente artigo é exatamente esse pontuado pelo senhor: levar o leitor à reflexão acerca da importância do setor privado. A solução passa exatamente pela discussão que proporciona, o que fico feliz em ver que o artigo tenha gerado.

27/04/2015

Marina

Professor Maurício, excelente a análise sobre a dicotomia do ensino superior brasileiro. Infelizmente, quem pode pagar já conta como certo uma vaga nas universidades públicas e quem nao pode pagar, já conta como certo participar de algum programa de incentivo do governo ou ainda em separar uma considerável parte do salário para arcar com os custos de uma mensalidade. Isso quando, na maioria das vezes, não tem que escolher entre pagar um colégio particular para os filhos ou cursar uma graduação. Vou um pouco além e digo que enquanto a nossa educação de base nao for prioridade de nada adiantará mudança no sistema de educação superior.

27/04/2015

Prof. Roney

O prof. Maurício Garcia deve ter uma claquete considerável neste blog e fora dele em razão da inteligência e cultura que mostra em seus artigos, cujas leituras não perco. Mas,embora esteja sempre levando o leitor às reflexões, nem por isso se pode contar com uma sugestãozinha, sequer, "umazinha", de parte dele.Posterga informando que a discussão virá à baila em próximo evento, etc. etc. Como fica a fazeção da solução ? Não quer correr nenhum risco. Melhor usar a condicionante: "precisa fazer isso, precisa fazer aquilo". Fácil. De qualquer modo, parabéns pelas informações obtidas junto ao INEP.

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