Tecnologia na educação: superando barreiras

Espaço destinado à atualização periódica de tecnologias nacionais e internacionais que podem impactar o segmento educacional e, portanto, subsidiar gestores das instituições de ensino para que sejam capazes de agir proativamente olhando para essas tendências.

05/11/2024 | 862

Tecnologia na educação: superando barreiras

"Os melhores momentos de nossas vidas não são os tempos passivos, receptivos e relaxantes ... Os melhores momentos geralmente ocorrem se o corpo ou a mente de uma pessoa são levados ao limite em um esforço voluntário para realizar algo difícil e que vale a pena".  Mihaly Csikszentmihalyi

Inovação e tecnologia são palavras que se relacionam estreitamente no contexto em que vivemos hoje. A adequação das aulas presenciais para Streaming devido a pandemia do Covid-19, demonstrou o quanto a educação está cada dia mais dependente de tecnologia e o quanto as instituições se tornam vulneráveis diante de riscos, muitas delas, totalmente despreparadas para a oferta de EAD.

O isolamento social nos traz alguns insights. Somos um país exemplo em tecnologia bancária enquanto em tecnologia educacional temos muito o que crescer. Lorraine Bardeen, responsável por experiências de realidade mista na Digital Pages demonstra que o setor educacional ainda engatinha nas tendências de Ensino a Distância ao apresentar uma aplicação interativa para o planejamento cirúrgico utilizando o HoloLens, da Microsoft, que oferece aos estudantes, cirurgiões e profissionais da saúde uma nova perspectiva sobre modelagem e manipulação de objetos 3D físico e virtuais, ou seja, uma estratégia de RM (Realidade Mista).

O Wikipedia define o conceito de Realidade Mista como sendo também o de realidade híbrida: é a tecnologia que une características da realidade virtual com a realidade aumentada. Esta insere objetos virtuais no mundo real e permite a interação do usuário com os objetos, produzindo novos ambientes nos quais itens físicos e virtuais coexistem e interagem em tempo real. Existem muitas dúvidas quando se compara a realidade mista com as demais. Na realidade aumentada tem-se a inserção de objetos virtuais no mundo real, porém estes não são imersos como parte desse universo, não podendo, assim, existir uma interação direta do usuário com os objetos virtuais. Já na realidade virtual, o usuário fica imerso em uma interface que representa um ambiente real ou imaginário, podendo interagir com o novo cenário, como se fosse parte de outra realidade.

Em todo o mundo as instituições educacionais de ponta se preparam para utilização de Realidades Virtual (RV) e Aumentada (RA), ambas tecnologias muito inovadoras e com potencial criativo para atividades didáticas.  Segundo Zapatero, “têm um impacto direto na motivação extrínseca do alunado de forma instantânea, já que seu aporte visual e interativo é surpreendente”. (ZAPATERO GUILLÉN 2012, p. 112, 114).

Estas tecnologias trabalham diretamente criando experiências, o que facilita, assim, o desenvolvimento de competências, tão importantes, atualmente, no currículo educacional e no alcance de aprendizagens significativas. Em virtude das Realidades Virtual e Aumentada, os alunos podem ter experiências que, em seu próprio contexto, muito provavelmente, não seriam possíveis, por limitações econômicas ou físicas (viagens ao espaço, às profundezas dos oceanos, ao interior do corpo humano, por exemplo).

A Educação a Distância ofertada no Brasil, em grande parte das instituições, ainda se restringe a uma plataforma, geralmente o Moodle, pouco explorado com vídeo aulas nos moldes do ensino presencial, apostilas virtuais mal elaboradas, exercícios como o Quiz sem nenhuma criatividade. Situações de aprendizagem com momentos de interação em que o aluno não se sente motivado a participar e que não desafiam o aluno. Se a modalidade tem crescido no Brasil, certamente são por outras variáveis e não pelo bom uso da tecnologia. Contudo, é preciso avaliar as possibilidades e limitações das TICs para efetiva contribuição ao incorporá-las no ensino.

  • As TICs possibilitam a expansão da informação
  • Propicia a criação de ambientes de aprendizagem mais flexível e enriquecido
  • Elimina as barreiras espaço temporais entre professor e aluno
  • Aumenta as possibilidades de comunicação e interação social entre os participantes
  • A Capacitação se dá em cenários e em ambientes interativos
  • Incentiva a autonomia do aluno e a autoaprendizagem
  • Rompe com o cenário clássico de transferência do conhecimento
  • Oferece novas possibilidades de tutoria, mentoria e orientação ao aluno
  • Facilita a formação permanente ou Educação Continuada

As limitações estão associadas ao acesso a novas tecnologias. O Brasil tem descoberto algumas, que vem causando controvérsias, outros bons aplicativos da Microsoft nesse tempo em que o sentido de urgência obriga as instituições e professores a se reinventarem. A maior das limitações é realmente professores treinados ao uso das novas tecnologias e saibam extrair dos alunos o conhecimento, estimulando a participação e tendo a habilidade de diversificar ferramentas para manter a atenção dos jovens. Enfim, as instituições de ensino do século XXI devem adquirir novas competências e realizar projetos pedagógicos permeados pelas melhores tecnologias já disponíveis no mercado para formação de profissionais que sejam capazes de responder aos desafios e demandas globais do mercado e da sociedade.   As novas configurações e natureza do conhecimento propostos hoje encontram na tecnologia um suporte eficaz para inovação educacional.

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Carmen Tavares

Gestora educacional e de inovação com 28 anos de experiência em instituições de diversos portes e regiões, com considerável bagagem na construção de políticas para cooperação intersetorial, planejamento e gestão no ensino privado tanto na modalidade presencial quanto EAD. Atuou também como executiva em Educação Corporativa e gestora em instituições do Terceiro Setor. É mestre em Gestão da Inovação pela FEI/SP, com área de pesquisa em Capacidades Organizacionais, Sustentabilidade e Marketing. Pós-graduada em Administração de Recursos Humanos e graduada em Pedagogia pela UEMG.

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