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Repositórios Institucionais e Bibliotecas Digitais de acesso aberto no contexto das IES do setor privado

Outros Autores

09/11/2010 04:47:59

Prof. Ms. Francisco Lopes de Aguiar
Gestor de Bibliotecas Universitárias - Panamericana Faculdade de Arte e Design
 Mestre em Ciência da Informação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas  
flopesprotege@yahoo.com.br
 ***
As bibliotecas universitárias das IES do setor privado enfrentam uma crise institucional liderada pela falta de investimentos em recursos financeiros, materiais e humanos, além do próprio impacto causado pelas novas tecnologias e, em especial, pela ausência de um projeto estratégico alinhado às necessidades e demandas de aprendizagem do discente/usuário. A subutilização dos serviços e recursos tanto pelo discente como pelo docente vem apresentando-se como decorrência direta desta crise institucional. Esse fato leva-nos a questionar: será que a difusão e o uso massivo das tecnologias de informação e comunicação, mediadas pela web, tem influenciado no comportamento de busca e acesso à informação, levando os usuários a fazer pouco uso dos recursos e serviços oferecidos pelas bibliotecas tradicionais?  

Seria arriscado afirmar diante deste contexto que o modelo atual de bibliotecas das maiorias da IES no contexto privado, por atuarem de modo isolado, estariam fadados ao insucesso? Talvez, precipitado, mas não incoerente.

 

Como alternativa de sobrevivência institucional, acredito ser necessária a construção de projetos de cooperação interinstitucional, visando à implantação de redes de cooperação para driblar as diversas dificuldades institucionais que as bibliotecas enfrentam na atualidade. Mas como construir mecanismos estratégicos para sair do isolamento institucional? Como - para além da precariedade e limitação de recursos e serviços - aventurar-se na construção de um projeto norteado pelo uso de um sistema digital em rede para coletar, armazenar e recuperar recursos de informação, aprendizagem e conhecimento atendendo amplamente os usuários e contribuindo significativamente para apoiar práticas pedagógicas e educativas de ensino à distância?

 

Os Repositórios Institucionais e as Bibliotecas Digitais surgem como uma das possíveis alternativas estratégicas para a superação da crise institucional das bibliotecas tradicionais, apesar de não concorrerem diretamente com elas. A natureza destas bases de conhecimento deve ser compreendida como uma alternativa estratégica para otimizar a gestão do conhecimento intelectual, acadêmico institucional em ambientes digitais. Evidentemente, essas bases podem ser agregadas ao conjunto de serviços e produtos já oferecidos pelas bibliotecas tradicionais.

 

A adoção de padrões e recursos tecnológicos disponíveis gratuitamente na internet oportuniza a possibilidade de construir projetos interinstitucionais a partir de plataformas digitais distribuídas, utilizando como modelo cooperativo a implementação de Consórcios ou Federação de Repositórios ou Bibliotecas no contexto das IES do setor privado.

 

A implantação dessas iniciativas no contexto da IES pode contribuir significativamente para instaurar uma imagem positiva diante do usuário ao posicionar a instituição de ensino alinhada aos padrões internacionalmente aceitos no que concerne aos processos de gestão da aprendizagem, conhecimento e informação acadêmica.

 

Essas bases de conhecimentos contribuem significativamente para “revigorar” a imagem da biblioteca ao agregar serviços, recursos e produtos em meios digitais e servir de subsídio para a construção de uma biblioteca orientada para ser efetivamente um espaço contínuo de aprendizagem.

 

A incorporação de recursos tecnológicos, por meio de ferramentas e mecanismos utilizados pelas Bibliotecas Digitais ou Repositórios Institucionais no contexto das bibliotecas, contribui ainda para a quebra de paradigmas das bibliotecas tradicionais. Em outras palavras, contribui para (des)construir o paradigma da biblioteca centrada no acervo, custódia, preservação e em si mesma, ou ainda, para institucionalizar um novo modelo centrado no usuário, na sua identificação e capacidade de compreendê-lo melhor. Assim, a noção da biblioteca digital ou repositório institucional, deixa evidente o deslocamento da ênfase nos acervos e coleções para o acesso e a distribuição dos recursos de aprendizagem.

 

Não seria, portanto, arriscado demais afirmar que a biblioteca universitária das IES no setor privado modernizou-se, mas não houve inovação de seus serviços ou produtos. Para que tal empreendimento se tornasse realidade seria necessário conceber a biblioteca enquanto um espaço de aprendizagem, incorporando nos requisitos exigidos pelas agências de regulação (MEC e CAPES) uma abordagem centrada no paradigma da aprendizagem do usuário.

 

Faz-se necessário também resgatar o sentindo social coletivo e individual da biblioteca no contexto da IES. E para atingir tal desejo é preciso determinar estrategicamente objetivos institucionais alinhados aos desejos e demandas do usuário e da instituição.

 

Muito se tem falado da biblioteca enquanto instrumento de apoio para a construção de novos conhecimentos, porém, para que isso aconteça, efetivamente, é preciso inseri-la no fluxo de produção do conhecimento. Isso, porque, de um lado, o modelo de biblioteca tradicional é passivo e estático, cumpre apenas parte do fluxo, isto é, coleta, organiza, trata e disponibiliza para o uso. De outro lado, os modelos das bibliotecas digitais ou repositórios institucionais utilizam-se de ferramentas e mecanismos para gerir todo o fluxo de produção, qual seja a produção, tratamento, organização, armazenamento, recuperação e uso.

 

Deste modo, ao liderar esses processos, a biblioteca, torna-se um ator indispensável para apoiar com eficiência os processos de mediação e construção de novos conhecimentos. Além de institucionalizar uma cultura de ensino, pesquisa e extensão, esse modelo insere o discente nos fluxos formais de construção e comunicação do conhecimento, desenvolvendo a sua capacidade para localizar, avaliar, validar, explorar e utilizar informação de modo que ele possa praticar o saber, o criar, o inovar e continuar a aprender a aprender.

 

Na trajetória institucional de qualquer IES, produz-se e acumulam-se conhecimentos técnicos, pedagógicos, científicos e culturais capazes de fornecer aportes referenciais para a construção de novos conhecimentos. Entretanto, esses conhecimentos são muitas vezes desconhecidos e inacessíveis pela falta de tratamento adequado e por estarem à margem do fluxo formal da comunicação e divulgação científica e acadêmica da instituição.

 

Para enfrentar esse cenário de dificuldades e inserir uma de cultura que valorize a memória acadêmica produzida no contexto das IES do setor privado, há urgência em construir e implementar novos ambientes institucionais a fim de reunir, organizar, produzir, armazenar, compartilhar e disseminar informação e conhecimento. No entendimento de tais demandas, destacam-se as iniciativas metodológicas e tecnológicas que integram o Movimento de Acesso Aberto. 

 

O que é Movimento de Acesso Aberto ao conhecimento científico?

Acesso aberto significa a disponibilização livre na internet de literatura científica ou acadêmica, de modo a permitir a qualquer interessado ler, descarregar (download), copiar, distribuir, imprimir, pesquisar, fazer links para referenciar o texto integral dos documentos e capturar para indexação em softwares (BUDAPEST OPEN ACCESS INICIATIVE, 2001).  

 

O Movimento de Acesso Aberto emerge no inicio da dé­cada de 90, como alternativa estratégica para superar a crise na indústria editorial acadêmica e o alto preço das assinaturas de periódicos científicos. Os princípios norteadores desse movimento são: 

 

• Auto-arquivamento/publicação, por parte do autor, preser­vando-se o direito de transferir o conhecimento para o público;

• Interoperabilidade como pré-requisito na adoção de ferramentas de publicação da informação;

• Conteúdo digital publicado na web;

• Acesso gratuito à informação para os leitores;

• Conteúdo livre da maioria das restrições de direito autoral e de licenciamentos;

• Sistema de armazenamento á longo prazo;

• Política de gestão observando normas de preservação de objetos digitais;

• Acesso livre, inclusive para coleta e replicação dos metadados;

• Uso de padrões e protocolos com vista à solução de interoperabilidade entre as bibliotecas digitais ou repositórios institucionais;

• Uso de software open source.

 

Na prática o Acesso Aberto é geralmente adotado/operacionalizado por meio das estratégias de implementação tanto de repositórios institu­cionais como bibliotecas digitais ou periódicos eletrônicos.

 

Esta iniciativa é composta por renomadas instituições e pesquisadores internacionalmente reconhecidos, visando facilitar a eficiente disseminação de conteúdos digitais na web a partir de um conceito chave: interoperabilidade entre sistemas (comunicação entre e intra-sistemas).

 

Dentre as aplicações e padrões desenvolvidos pela iniciativa, destaca-se o protocolo de comunicação para coleta de metadados (OAI-PMH - Open Archives Initiative Protocol for Metadata Harvesting). Trata-se de um protocolo de comunica­ção com a finalidade de operacionalizar a coleta e o comparti­lhamento de metadados entre dois ou mais sistemas de infor­mação, a partir de aplicações baseadas na interoperabilidade.

 

Os recursos e aplicações adotados e disponibilizados por essa iniciativa permi­tem a construção de plataformas tecnológicas de armaze­namento e recuperação da informação contextualizada para publicação de acesso aberto; o uso de padrões internacional­mente adotados para organização e tratamento de conteúdos digitais; assegura a preservação digital dos conteúdos; preser­va os direitos autorais em longo prazo e permite a integração com outros sistemas e serviços de informação na web.

 

Mas, afinal o que é um Repositório Institucional (RI)? É um conjunto de serviços de gerenciamento da informação científica e acadêmica em ambientes digitais com a finalidade de reunir, preservar, organizar, armazenar, recuperar e disseminar amplamente na rede web a produção intelectual de uma instituição de ensino e pesquisa (LYNCH, LIPPINCOTT, 2005).

Diferentemente do conceito de RI, as Bibliotecas Digitais podem ser compreendidas como:

organizações que fornecem os recursos tecnológicos e pessoas especializadas para coletar, selecionar, sistematizar, oferecer acesso, preservar a integridade e garantir a permanência das coleções digitais disponíveis para uma ou várias comunidades (DIGITAL LIBRARY FEDERATION). 

 

Em outras palavras, pode-se afirmar que todo Repositório Institucional pode ser considerado um tipo de Biblioteca Digital, porém nem toda Biblioteca Digital pode ser considerado um Repositório Institucional. Um Repositório Institucional gerencia os conteúdos de natureza científica ou acadêmica produzida por uma IES de modo livre e interoperável, desenhado a partir de fluxos e desenhos da comunicação cientifica, já a Biblioteca Digital não necessariamente.

 

Quais os ganhos institucionais na adoção e implementação de um RI ou Bibliotecas Digitais no contexto das IES do setor privado?

Racionalizar e otimizar o fluxo de comunicação e divulgação científica e acadêmica através de ações de gestão eficaz da informação, propiciando significativamente a visibilidade dos resultados de pesquisa, do pesquisador, além de ampliar a visibilidade institucional das IES.

 

A implementação de um repositório Institucional propicia um ambiente informacional capaz de racionalizar a produção e disseminação de informações e conhecimentos, além de potencializar o compartilhamento de recursos materiais e tecnológicos, possibilitando maior integração nas práticas informacionais entre os diversos atores (discentes, docentes, pesquisadores). Uma solução moderna para solucionar o problema do não-acesso à informação ou acesso limitado é a construção e implementação de “[1]repositórios de publicação acessados sem custos [...], incentivam a publicação na rede totalmente gerenciada pelo pesquisador (auto-arquivamento) [...].”

 

Na perspectiva tecnológica, contribui para a superação de barreiras da comunicação, ao dispor de um conjunto de apli­cações para gestão de conteúdos, além de mecanismos que permitem disponibilizar o acesso à informação a comunidades específicas de usuários, garantindo, dessa forma, o (re)uso da informação de acordo com as necessidades de seus auto­res, garantindo assim a proteção da propriedade intelectual.

 

Do ponto de vista econômico/financeiro, esse modelo pode contribuir para minimizar a assimetria do poder de barganha dos editores e reduzir os custos que envolvem o processo de editoração e publicação de conteúdos digitais. (SOUTO, OPPENHEIM, 2008, p.139-165).

 

Um dos maiores obstáculos enfrentados pela adoção des­se modelo é o desconhecimento dos produtores/autores em torno das especificidades do movimento de acesso aberto e dos direitos autorais. Por isso, os autores não têm contribuído para o sucesso dessa iniciativa, por ainda não terem consci­ência dos impactos e dos ganhos na adoção desse modelo. Dentre os resultados positivos com a adoção do modelo de Bibliotecas Digitais ou Repositório Institucional de acesso aberto, destacam-se:

 

  • Criação de um papel de liderança institucional para a biblioteca;
  • Melhoria na avaliação institucional externa (agências de regulação do ensino superior);
  • Encorajar a introdução das IES brasileiras do setor privado no Movimento de Acesso Livre ao Conhecimento;
  • Busca distribuída e simultânea através de uma única interface no diversos acervos digitais;
  • Intercâmbio em nível local, nacional e internacional;
  • Contribui significativamente na ampliação da visibilidade e prestígio institucional da IES;
  •  Evidencia a produção científica e intelectual das IES;
  • Gerenciamento de materiais e recursos de aprendizagem;
  •  Abriga coleções digitalizadas e captura registros institucionais;
  • Facilita a colaboração educacional e a aprendizagem entre docente/discente;
  • Integração com a Biblioteca Digital Brasileira através do Portal Brasileiro de Repositórios e Periódicos de Acesso Livre;
  • Integração e comunicação com diversos Repositórios e Bibliotecas Digitais do Mundo através de provedores de serviços (bases de conhecimento científico contendo milhões de recursos digitais de diferentes áreas do conhecimento;
  • Otimização das oportunidades de aprendizado para o desenvolvimento de competência informacional e cultura digital;
  • Amplia a acessibilidade e usabilidade dos recursos digitais coletados e produzidos pelas IES;
  • Estimula novas produções técnica-científica e acadêmicas;
  • Serve para apoiar o aprendizado do ensino a distância;
  • Preservação digital á longo prazo dos recursos;
  • Gerenciamento dos direitos autorais;
  • Gerenciamento do acesso e uso (políticas de acesso e uso);
  • Disponibilização de indicadores de acesso e uso;
  • Implementação de Serviço de Referência Digital.

 

Bibliografia

DIGITAL LIBRARY FEDERATION. Disponível em: http://www.diglib.org/about/dldefinition.htm. Acesso em 25 de out. 2011.

 

LYNCH, Clifford A. Institutional Repositories: essential infrastructure for scholarship in the Digital Age. ARL, n. 226, p. 1-7, Feb. 2003. Disponível em:

http://www.arl.org/resources/pubs/br/br226/br226ir.shtml. Acesso em 25 de out. 2011.

 

SOUTO, Patrícia Cristina Nascimento; OPPENHEIN, Charles. Direitos autorais e o movimento de acesso aberto: um equilíbrio que demanda novas atitudes: IN: FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto; TARGINO, Maria das Graças (Orgs.). Mais sobre revistas científicas; em foco a gestão. São Paulo: Editora SENAC São Paulo/Cengage Learning, 2008. p.139-166. 


[1]
Conforme salientam os autores CAFÉ, Lígia, et al. Repositórios institucionais: nova estratégia para publicação científica na rede. In: CONGRESSO Brasileiro de Ciências da Comunicação, XXVI, realizado em Belo Horizonte, 2 a 6 de set. 2003.
 
 
 

 

13/11/2010

Mirian Liczi Riverón Nuéz

Las Bibliotecas Digitales de acceso abierto, en los IES del sector privado, constituyen un importante avance para el proceso de adquisición y consolidaciòn de los conocimientos de los estudiantes, ofreciendo mayor rapidez en la búsqueda de información, contribuyen al desarrollo de las habilidades relacionadas con la Informàtica, a la vez mayores ventajas en la reproducción de artículos, esquemas, figuras, gráficos, así como en el volumen de la información

13/11/2010

Mirian Liczi Riverón Nuéz

Gestión educacional, coincido con el criterio de la autora, pero pienso también que una gestión en cualquier área de este sector debe estar relacionada en primer término con la capacitación de los cuadros en estrecha relacìón con el contexto social y multicultural, sólo así tal gestión tendrá éxito

12/11/2010

Carla Silva

O autor foi muito preciso ao explanar um assunto tão complexo. Parabéns!

11/11/2010

Tweets that mention Repositórios Institucionais e Bibliotecas Digitais de acesso aberto no contexto das IES do setor privado -- Topsy.com

[...] This post was mentioned on Twitter by Cássio José de Paula, Francisco Lopes. Francisco Lopes said: Repositórios Institucionais e Bibliotecas Digitais de acesso aberto no contexto das IES do setor privado http://t.co/aLIxU5b [...]

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Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

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