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Final de ano, perspectivas do ano próximo, ano de copa do mundo, eleições presidenciais, vamos acompanhando os acontecimentos e os rumos do Brasil e o mundo nesta primeira década do século XXI que se encerra, avaliando as questões culturais e políticas do momento, buscando entender os fatos e as idéias que movem o mundo globalizado, em que estamos inseridos. O ano novo é sempre animado pela esperança, apesar de tantas conturbações e crises em todos os setores da vida humana, apesar da violência crescente, da banalização da vida, da fragilidade das instituições, e das novas tendências em curso.
A primeira década do milênio iniciou com a evidência do terrorismo, principalmente com o impactante 11 de setembro. Pouco avanço tivemos no combate à violência, e a vida das grandes cidades, em todas as partes do mundo, ficaram cada vez mais instáveis e inseguras. Terrorismo, crime organizado, jovens reféns das drogas, desemprego, atentados contra a vida humana, desde a fecundação, o descaso para com os idosos, a dissolução das famílias, a crise religiosa, os fundamentalismos não apenas no campo religioso, mas também no científico e político, tudo isso tem sido causa de apreensão, medo e ceticismo. Mesmo com novas descobertas tecnológicas, esta primeira década viu o triunfo da Internet, do correio eletrônico, do mundo plugado na rede virtual, e também o progresso na área da biotecnologia e bioinformática, que nos faz indagar a todo instante que espécie de admirável mundo novo está emergindo disso tudo.
No Brasil, constatamos o vigor da economia, que conseguiu se manter estável apesar das turbulências da crise internacional, o país sempre pujante parece que chegou a hora de mostrar a cara ao mundo e dizer que hoje pode sentar-se na mesa dos grandes de igual para igual, tendo o que dizer e o que contribuir no debate das grandes questões e até decisões. Nesse contexto, o presidente Lula termina seu segundo mandato com o maior índice de popularidade da história do País, não apenas no Brasil mas também no cenário internacional. Só não conseguiu debelar a corrupção na política, que se estende como uma pandemia, perdendo assim a oportunidade de fazer história, e fazer valer a ética na vida pública. Este talvez seja hoje o desafio maior: resgatar a política como serviço e trabalho pelo bem comum. A corrupção, sobretudo a política, no Brasil, não foi atacada de modo incisivo porque o presidente Lula não quis. Poderia ter feito, há muito tempo, a reforma política, mas a postergou, e vemos agora o resultado incontrolado nas tristes notícias de escândalos sucessivos.
Mas o ano novo é promissor na esperança. Por isso, desejamos, enquanto cidadãos brasileiros, que se façam escolhas com discernimento, para que possamos eleger parlamentares realmente comprometidos com o bem do Brasil. Por isso, iniciamos 2010 certos de que o povo brasileiro irá fazer escolhas mais acertadas, pois só assim poderemos olhar para o futuro com mais ânimo.
A vida não pára, está em constante movimento, e deve gerar sempre vida. Desejamos a cada um dos leitores um Feliz Ano Novo, que será certamente melhor, dependendo de nossas escolhas. Podemos e devemos trabalhar por um Brasil mais justo e solidário, e 2010 poderá ser mais uma oportunidade nesse sentido.
*Valmor Bolan é Doutor em Sociologia, Diretor da Escola Superior de Administração Educacional e de Relações Institucionais da Anhanguera e Reitor do UNIA.




