José Ricardo Dias Diniz

Presidente do Sinepe/PE

Jornal do Commercio, publicado em 11 de novembro de 2010

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A discussão sobre uma educação básica no Brasil de qualidade e para todos vem se ampliando mais e mais nos fóruns de debates, nacionais e internacionais, face à inserção progressiva e, cada vez mais significativa, do nosso País na comunidade internacional que atua diretamente nas decisões planetárias de toda natureza - econômica, social, política, ambiental e histórico-cultural. É inquestionável a pujança da economia brasileira nos dias de hoje, fortalecida, sobretudo pela passagem de todo um período de crise que provocou a quebra de confiabilidade nos grandes mercados internacionais, capitaneados pelos países desenvolvidos, sem que houvesse a ruptura dos fundamentos macroeconômicos que marcam nosso País. Por outro lado, tudo isso pode, a médio prazo, ir pelo ralo se não houver uma verdadeira revolução na educação básica brasileira. Resultados obtidos nos indicadores internacionais, como o Pisa, por exemplo, dão conta de avanços muito tímidos, o que requer esforço maior e trabalho sistemático para não se perder mais uma geração de crianças e jovens numa escola que ainda está muito distante do patamar mínimo almejado.Por sinal, os recém-publicados resultados do Ideb-2009, embora evidenciem uma melhora consistente, notadamente nos anos iniciais do ensino fundamental, traduzem ainda uma evolução mínima, para não dizer nenhuma, no ensino médio - o grande "calo" na educação básica brasileira. A despeito disso, a iniciativa privada, que atualmente responde por mais de sete milhões de matrículas de estudantes da Educação Básica, vem cumprindo seu papel na construção de uma escola de qualidade, na medida em que tem acompanhado e promovido a melhoria dos indicadores educacionais no País, promovendo uma cultura da avaliação e a busca de resultados efetivos na consolidação do processo ensino-aprendizagem.Como reflexo dessa postura proativa e profissional, têm-se os expressivos resultados obtidos pelos alunos de ensino médio das escolas particulares em todas as edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em todas as regiões do País, ocupando sempre o topo do ranking desse certame.Movendo-se dentro das suas prerrogativas constitucionais, a escola particular tem ampliado a sua participação no sistema educacional brasileiro, impondo-se, com transparência e autonomia, em setores anteriormente atendidos apenas pela esfera pública, como o ensino técnico de nível médio. Segundo dados do IBGE, a rede privada atende à maioria dos alunos da educação profissional no País. Em 2007, por exemplo, mais de 53% das pessoas que frequentavam, ou haviam frequentado anteriormente cursos desse tipo optaram por instituições privadas.A escola particular quer continuar como opção para a família brasileira que nela acredita como formadora de uma escolaridade diferenciada, com foco na excelência de serviços educacionais, responsável por contribuir decisivamente na formação de cidadãos aptos a responderem aos desafios de um mundo cada vez mais competitivo e globalizado.Defendemos, claramente, a educação pública de qualidade, enquanto direito do cidadão e dever do Estado. Mas isso insere a educação privada, em todos os níveis, como atividade legítima e legal, fruto da livre escolha daqueles que a procuram por acreditarem no seu papel inovador. É nisso que acreditamos, sempre abertos ao diálogo, sem abrir mão, no entanto, do espaço que já ocupamos e do direito de firmar, mais e mais, nossa presença no cenário educacional do País.