Paulo Antonio Gomes Cardim
Reitor da Belas Artes e Diretor-Presidente da Febasp
Membro do Conselho da Presidência da ABMES*** O papel de uma consultoria é cercado de inúmeras atividades que irão orientar e ajudar o gestor a tomar as melhores decisões para o futuro da instituição. Fica a cargo dessas empresas levantar as necessidades da escola (de ensino superior ou da educação básica), identificar soluções e recomendar ações, tendo presente a legislação, normas educacionais, indicadores e padrões de qualidade adotados para a avaliação institucional e de cursos. Os serviços das consultorias podem, ainda, envolver ações mais complexas, contemplando a implantação, desenvolvimento e viabilização de projetos diversos, de acordo com a necessidade de cada instituição.
É imprescindível que para o sucesso desse processo haja a participação da comunidade escolar, pois o consultor precisará de todo suporte e informações que os gestores e educadores detém, para traçar estratégias adequadas, que visem o desenvolvimento da instituição e sua perenidade no setor educacional.
Antes de sair por aí contratando os serviços de uma consultoria, é importante compreender o seu conceito, encarar esse trabalho “como uma transferência de conhecimento, habilidades e atitudes que permitem ao cliente uma melhor interação com o mercado”.
Interna ou externa?
Existem atualmente duas maneiras de usufruir desses benefícios. Uma, mais econômica, é institucionalizar uma consultoria interna. A segunda é contratar uma entidade especializada. A vantagem dessa última opção é que, consultorias externas trazem para os dirigentes educacionais um “olhar de fora”, uma observação fria do especialista sem os envolvimentos emocionais e, até, sentimentais, de analisadores internos. Porém, ao escolher esses serviços externos, um instrumento contratual detalhado precisa ser elaborado, a fim de se evitar constrangimentos ou conflitos, a partir de interpretações unilaterais do que seja o papel da consultoria e até onde vai a responsabilidade do consultor e do gestor nas ações implementadas.
Devido aos benefícios que as consultorias educacionais têm proporcionado a seus clientes, elas estão se tornando cada vez mais comuns no ambiente escolar. A ênfase, é claro, fica a cargo das organizações de médio e grande porte, tendo em vista a complexidade desse tipo de instituição. Contudo, é importante ressaltar que esses serviços não são privilégio exclusivo de entidades com o perfil descrito acima. As pequenas escolas da educação básica ou as faculdades podem conseguir excelentes resultados com a contratação de empresas desse ramo, adequadas ao seu porte e à sua área de atuação.
Enfim, esse tipo de assessoria não representa uma “febre” ou modismo. É uma necessidade real das instituições de ensino frente aos desafios do mundo moderno, já que ocorrem mudanças de paradigmas com uma periodicidade frequente, alterações constantes na legislação aplicável e uma concorrência cada vez mais feroz e às vezes predatória.
Todavia, a parceria consultoria e instituições de ensino somente terá sucesso quando as últimas se sentem donas da solução e das metas. Tanto é verdade esta assertiva que há quase cinco séculos Maquiavel afirmou : “Um príncipe que não é sábio não pode ser sabiamente aconselhado”.




