Valmor Bolan
Doutor em Sociologia
Especialista em Gestão Universitária pelo IGLU (Instituto de Gestão e Liderança Interamericano) da OUI (Organização Universitária Interamericana) com sede em Montreal, Canadá
Representa o Ensino Superior Particular na Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade para Todos do MEC
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A atual crise política tem tornado os jovens mais céticos em relação às perspectivas no País, muitos querendo sair em busca de melhores condições de estudo e de trabalho, no exterior. Eles não acreditam mais no sistema de representação, depois de tanta corrupção, tantos abusos, escancarados especialmente pela Operação Lava Jato. Os brasileiros, com isso, parecem estar perdendo a auto-estima, diante de todos os fatos recentemente ocorridos.
E a corrupção não é uma realidade somente no campo político, mas muitas vezes em outros setores da sociedade, em empresas, entidades, no futebol, em atividades culturais, até mesmo em organismos religiosos, etc. Com isso, a atual geração está mais cética, e também mais objetiva, buscando mais praticidade para resolver os problemas e desafios do dia-a-dia.
Nesse aspecto, os nossos educadores podem desempenhar um papel relevante, no sentido de renovar as esperanças em nossos jovens, para uma perspectiva diferente do ceticismo. Os fatos tornados públicos, de algum modo, mostram que a sociedade não está de acordo com isso, e que deseja mudanças. Não apenas uma transformação superficial, mas mais profunda, uma transformação de mentalidade e de atitudes. Milhares de pessoas que foram às ruas, nos últimos anos, levantavam faixas “Por um Brasil Decente”, com mais ética, para haver dignidade. Esse aspecto é importante considerar. Não se trata de tirar e colocar outro governante no lugar, mas aprimorar o sistema democrático, para evitar que o Estado ou qualquer outra instituição seja instrumento de práticas indevidas.
Nesse sentido, os acontecimentos mostram que o Brasil quer mudar, quer melhorar, quer fortalecer as instituições, a serviço do bem comum. Por isso, os nossos educadores, em sala de aula, ou mesmo pela internet, podem ajudar a reverter o sentimento de ceticismo pelo da renovada esperança, pois a História é sempre dinâmica, e precisamos aprender e melhorar com o que ocorre a nossa volta.
Tudo isso também reflete a profunda crise do sentido da vida, na sociedade pós-moderna. Essa talvez seja a crise mais grave. Por isso, precisamos dar um sentido mais humano aos nossos jovens, estimulá-los ao bem, para se sintam motivados a ajudar a construir uma sociedade melhor. Isso só é possível com princípios e valores morais sólidos, com fé em Deus, com honestidade, solidariedade, respeito e amor ao próximo. O cristianismo, ao longo da História, contribuiu muito na consolidação desses princípios e valores, porque são baseados nas virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Saibamos, portanto, despertar em nossos jovens um olhar de mais esperança, com um sentido de vida verdadeiramente humano.




