Doutor em Sociologia e especialista em Gestão Universitária
Representa o Ensino Superior Particular na Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade para Todos do MEC
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No início de dezembro o país ficou chocado com a tragédia que se abateu sobre Campinas, com um atirador ceifando vidas no interior da Catedral Metropolitana, suicidando-se logo depois. O episódio trouxe novamente a discussão sobre a questão do armamento da população.
O fato de ter ocorrido dentro de uma igreja mostra o nível de vulnerabilidade em nossa sociedade, onde cresce assustadoramente o número de homicídios e crimes. Por isso o tema da segurança tornou-se principal nos debates da recente campanha eleitoral, e, como desafio maior do próximo governo.
Em plebiscito de alguns anos atrás, a população brasileira optou pelo direito ao porte de arma, para a legítima defesa, e o debate certamente vai ganhar mais força.
Sabemos que a violência não se combate com violência, mas principalmente com educação, que permita oportunidades de trabalho para a população. A violência muitas vezes acaba sendo efeito de um sistema social perverso, com deterioração moral, em que a educação não está a serviço da promoção da vida, com valores morais consistentes.
A atual crise em que vivemos, antes de ser econômica e social, é profundamente moral. O tema da defesa da vida e da família, por exemplo, ganharam também grande destaque no debate nacional. Mas faltam ainda políticas públicas mais sólidas para a proteção da família, daí uma grande demanda por parte da sociedade nesse sentido. Tais iniciativas ajudam a minimizar os efeitos da violência.
Há um agravamento da crise do sentido de vida em nossa sociedade, por isso as instituições sociais são desafiadas a buscar meios para evitar o esvaziamento do sentido da vida, e campanhas contra o suicídio começam a ganhar força também, tendo em vista o crescente número de pessoas, principalmente jovens, que desistem de viver cedo, e pior ainda, por meio da violência.
O que ocorreu na Catedral de Campinas é um sintoma grave de que urge uma soma de esforços de toda a sociedade para encontrar ações que deem às pessoas o suporte necessário para que elas possam viver melhor o sentido da solidariedade e do altruísmo. Precisamos motivar as pessoas à cultura da vida, só assim estaremos dando sentido de vida e ajudando a sociedade a promover a dignidade da pessoa humana, em todos os aspectos.