Alberto Costa
Senior Assessment Manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores
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Nos três materiais anteriores produzidos aqui para o blog da ABMES (A internacionalização do ensino superior fora do Brasil e o que podemos aprender com os cases de sucesso / Internacionalização no Brasil: o que podemos aprender com as universidades que já iniciaram o processo / Qual o primeiro passo para um projeto de internacionalização na Educação Superior?), nós citamos mais de uma vez uma variável em comum que é tida como essencial para que os projetos de internacionalização sejam implementados com sucesso. Trata-se do inglês enquanto um componente do programa de línguas que permite a comunicação para promover conexões globais para a cooperação acadêmica internacional. Essa geralmente é uma das maiores barreiras para que as universidades brasileiras, que têm o português como língua mãe, enfrentam para dar o primeiro passo, já que muitas delas recebem alunos que não foram preparados da maneira correta para dominar a proficiência.
E dentro desse cenário, uma prática que vem crescendo com rapidez no mundo, principalmente nos países que buscam a globalização por meio da educação bilíngue ou internacional, é o English as a Medium of Instruction (EMI). Em outras palavras, EMI é o uso do inglês para ensinar matérias acadêmicas em países ou áreas onde o inglês não é a primeira língua da maioria da população. As razões pelas quais instituições de ensino superior estão dispostas a implementar o EMI são várias: atrair estudantes internacionais, estar melhor posicionadas nos rankings universitários, dar aos estudantes a possibilidade de estudar no exterior, aumentar as possibilidades de carreira de estudantes e funcionários, etc.
A metodologia que o professor usa geralmente é o grande diferencial que faz com que toda a sala de aula engaje e queira aprender cada vez mais. É essa habilidade que vai permitir que o docente transmita seu conhecimento de uma maneira que fará com que os estudantes entendam e absorvam o que está sendo passado. E o mesmo vale para quando falamos em aulas ministradas em inglês. Não é suficiente colocar um profissional fluente para ensinar sem que haja uma base metodológica e um programa no qual ele possa se pautar e se apoiar.
É preciso ter em mente que lecionar em uma outra língua requer habilidades diferentes. Além de ter a proficiência, é necessário que o docente demonstre seguramente que:
- sabe usar o inglês como meio de instrução com maior eficácia
- é capaz de usar uma gama mais ampla de estratégias para envolver os alunos
- consegue participar com mais confiança em atividades profissionais (seminários, reuniões, apresentações, tutoriais...) tendo o inglês como o meio de comunicação.




