Alberto Costa
Senior Assessment Manager de Cambridge Assessment English, departamento da Universidade de Cambridge especializado em certificação internacional de língua inglesa e preparo de professores
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Já falamos anteriormente sobre o suporte que as instituições precisam dar ao corpo docente quando passam pela implementação do modelo internacional de ensino. Agora é hora de discutir a respeito de outro viés de apoio também muito importante: o que precisa ser dado aos alunos durante o período de sua graduação.
A necessidade de dar base aos estudantes vem do fato de que o inglês é necessário para se ambientar em um formato de ensino internacionalizado, mas, por inúmeros motivos, muitos alunos não ingressam nas universidades com um nível desejado para atuar com eficiência nesse formato de programa.
Nesse contexto, várias frentes de atuação são possíveis então para tentar, da maneira mais eficiente possível, equilibrar os conhecimentos dos matriculados em uma mesma sala de aula, para que tanto eles se sintam mais seguros na hora de aprender, quanto os professores consigam passar o conhecimento com mais facilidade e igualdade.
Inglês curricular
Uma das alternativas é o inglês como parte da grade curricular do curso superior, onde o aluno precisa cumprir uma carga horária, fazer avaliações e, como consequência, evoluir no aprendizado da língua. Em um mundo ideal os estudantes ingressariam nas universidades já com um nível mínimo estabelecido pela instituição e por sua política de idiomas, justamente para que episódios de desnivelamento não acontecessem, mas a realidade do nosso País é outra.
Sendo assim, adotar um determinado número de horas-aula de idioma dentro do conteúdo programático do curso é uma saída para que todos consigam chegar minimamente no mesmo patamar. Para aqueles que, por ventura, já alcançaram esse patamar, a dispensa da matéria pode ser acordada junto à direção.
Curso de inglês fora da graduação
Outra saída, que dessa vez torna o inglês opcional para os estudantes, é quando a instituição oferece um curso de idiomas separado da graduação em si, sendo ele pago ou não.
As redes públicas costumam adotar esse tipo de modelo ao fazer parcerias com os núcleos de línguas das próprias instituições, assim o aluno tem a opção de aprender um idioma dentro da faculdade em que estuda, mas que não necessariamente está integrado e dependente da grade de seu curso de graduação.
As instituições particulares também podem adotar o formato, geralmente com custo, ao fazer parcerias com centros especializados no ensino de idiomas e disponibilizar uma porcentagem de desconto para os alunos que ingressarem nos estudos pelo intermédio da faculdade, esse centro pode se alocar dentro da instituição ou não.
Sistema de apoio direcionado
Outra opção que contempla alunos de todos os níveis, os sistemas de apoio direcionados são formatos de aulas onde apenas uma habilidade é foco e essa é treinada com persistência para que seja aprimorada e usada no mercado de trabalho ou âmbito acadêmico.
- Academic Writing, cursos voltados para a escrita acadêmica, ajudam os estudantes a aprimorar ou até mesmo aflorar uma habilidade que por vezes não é tão trabalhada nas aulas rápidas do inglês curricular ou em cursos de idioma;
- Presentation Skills, disciplina que ensina e ajuda os alunos a fazerem apresentações acadêmicas, onde na maioria das vezes conhecimentos de anos precisam ser sintetizados e explicados em cerca de 20 minutos (tempo comum para seminários acadêmicos);
- Inglês instrumental e leitura dinâmica, essa opção pode ter vários nomes de acordo com a instituição. Nela o aluno aprende como melhorar a habilidade de leitura e interpretação no idioma, absorver mais conhecimento em menos tempo e técnicas para se familiarizar com os tão extensos textos de artigos e livros.




