As respostas educacionais à pandemia têm sido múltiplas e enriquecedoras, mesmo que ainda não tenhamos superado adequadamente os enormes desafios apresentados. As reações vieram de todos os setores e, com certeza, não há um remédio único e milagroso. No entanto, o somatório de experiências se constituirá em referência obrigatória acerca de como lidarmos com crises graves e de dimensões globais como esta.
Destaco aqui uma iniciativa, entre tantas, que pretende também contribuir para sistematizar as principais abordagens sobre os temas mais relevantes, ao mesmo tempo que nos preparamos para colhermos os frutos desse enfrentamento. No próximo dia 13 de abril, terça-feira, das 14h às 17h, teremos o evento “Microsoft: Reimagine a Educação”, tendo com o público principal os líderes e tomadores de decisão no setor da Educação.
Trata-se de um evento digital dedicado a pensar o futuro da educação, estimulando o debate entre líderes do setor, compartilhando conteúdos que lhes permitam continuar reimaginando a educação. Serão sessões guiadas por referências internacionais, painéis de clientes compartilhando suas histórias de sucesso e, esperamos, conversas inspiradoras.
Na programação do evento teremos uma sessão intitulada “Novos caminhos e possibilidades de formação para carreiras em tecnologia”, onde participo compartilhando a agradável companhia do reitor Celso Niskier, presidente da Associação Brasileira de Mantenedores do Ensino Superior/ABMES.
Com relação às carreiras digitais, não é somente o mundo dos empregos e de oportunidades de negócios que está se alterando radicalmente. De fato, a forma como trabalhamos e como nos relacionamos com os demais já estava mudando rapidamente, mesmo antes da pandemia.
Estamos ingressando ainda mais rapidamente em um mundo de inteligência artificial, de máquinas que aprendem, de laboratórios de modelagem e simulação, que permitirão aprendizagens em aspectos que o próprio laboratório presencial se mostrará limitado.
A correta coleta de dados dos alunos, via a utilização de plataformas inteligentes, permitirá a aplicação da analítica de aprendizagem (“learning analytics”), decifrando quem está do outro lado da interface e permitindo a adequada seleção da mais adequada trilha educacional a ser adotada para aquela especial circunstância (educando, contexto educacional, propósito etc.).
Em suma, o que se tornou imprescindível é que educadores, educandos e ambientes educacionais interajam mutuamente gerando um aumento do nível de consciência/percepção acerca de como (e em que condições) aprendemos e ensinamos mais e melhor.
A complexidade associada embute a evidência de cada um cada qual, cada indivíduo aprende de maneira única e personalizada. Temos um DNA educacional, o qual não compartilhamos com mais ninguém. Cabe ao ambiente de aprendizagem (e escola, no sentido amplo), estar dotado de múltiplas trilhas educacionais, refletindo diferentes modalidades, abordagens diversas, enfoques diferenciados e variadas ênfases.
Lastimo informar que creio que não haverá volta à normalidade. Mesmo porque não haverá “normal” a se retornar para. Seremos econômica, social e educacionalmente diferentes. Por enquanto, o que é claro é a complexidade enorme do que ainda está por vir.
Em resumo, deplorável a ideia de simplificar coisas de natureza, as quais sabemos ser não lineares ou simples. Da mesma forma, não devemos cair na tentação de menosprezar ciência, educação, arte e cultura. Elas fazem parte das soluções que necessitamos construir, não dos problemas que por ora enfrentamos.
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