Nada pode ser mais elegante do que ser gentil. Custa pouco e vale muito. Há quem diga que algumas pessoas não merecem que sejamos gentis com elas. Engano. Exatamente essas pessoas que, talvez, mais necessitem de gentilezas. Todos merecem que sejamos gentis e nós merecemos que todos sejam gentis conosco.
Racionalidade é chave para enfrentarmos os problemas que temos. Quantos mais difíceis, mais demandam que adotemos a abordagem racional, baseada no conhecimento, fruto de reflexão e análise calcadas no método. Quando dá errado, em geral, não é por falha do racional, mas por uso inadequado ou insuficiente da racionalidade.
Em suma, viver e conviver com os demais são desafios complexos e ninguém tem receita pronta e acabada. O que é possível é termos alguns balizadores que funcionem. E mesmo aquilo que funciona uma vez, numa determinada circunstância, não é garantia que funcionará para sempre.
Há problemas cuja natureza pode ser vista como individual ou coletiva. Individual como conflitos familiares e no trabalho, contas a pagar, frustrações etc. Coletiva quando de caráter universal, como pandemias e aquecimento global. Estratégias de sucesso com alguém não se transferem de imediato aos demais; tampouco resolvem, de pronto, os problemas coletivos.
O que nos resta afinal são conselhos, muitas vezes banais. Eu diria que, sem saber as problemáticas de cada um, certamente essas duas ações, gentileza e racionalidade, contribuem muito em equacionar soluções.
Gentileza nos permite nas situações mais complicadas mantermos cordialidade e leveza, sem as quais os casos só amplificam naquilo que eles têm de negativos. A gentileza, em geral, permite um tempo mínimo de compaixão entre as partes. Aqui entendido que compaixão é empatia aplicada. Ou seja, se empatia é entender o outro por se colocar na posição do outro, compaixão acrescenta fazer algo pelo outro em função disso.
Racionalidade, por sua vez, é valorizarmos ao máximo o acervo de conhecimentos, baseados em observações, lógicas e experimentos anteriores. Por exemplo, se temos uma pandemia, há que se ouvir os cientistas e não curiosos ou influenciados por motivações estranhas ao caso. Sabemos, por exemplo, racionalmente, que as vacinas funcionam, como funcionaram no caso Covid-19, e que ivermectina e cloroquina, definitivamente, não servem para aquele propósito.
Racionalidade, bem como gentileza, salvam vidas e propiciam uma vida melhor para todos e custam muito pouco. Muitas vezes basta um sorriso no rosto e, em outros, uma crença racional na ciência, um dos maiores patrimônios que a nossa civilização produziu ao longo de séculos.
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