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A universidade como a conhecemos vai acabar (e isso é uma boa notícia)

Luiz Cláudio Costa

Professor titular aposentado, é ex-reitor da UFV (Universidade Federal de Viçosa); foi presidente do Inep, secretário-executivo do Ministério da Educação e vice-presidente do Conselho do Pisa

25/11/2025 09:15:14

Se a universidade é um lugar, ela se perde. Se é espaço de formação e criatividade, ela se reinventa. Arrisco a tese: em dez anos, o modelo dominante de ensino superior —4 ou 5 anos em salas expositivas, semestres fixos, provas padronizadas— será exceção. Não por modismo, mas porque a lógica do mundo já mudou: tempo é variável, conhecimento é distribuído, trabalho é em rede e a inteligência artificial tornou-se uma infraestrutura invisível que atravessa todas as profissões.

O que entra no lugar? Uma universidade viva e conectada, onde cada estudante tem uma IA do curso —um "gêmeo pedagógico" conectado ao currículo, às disciplinas, às rubricas de avaliação e ao histórico de aprendizagem—, e o campus vira um espaço de alta fidelidade: estúdios, clínicas, laboratórios, bancas e momentos de certificação e convivência. O essencial do presencial deixa de ser a exposição e passa a ser a experiência, a mentoria e a validação pública de competências.

O semestre letivo, como conhecemos hoje, é uma convenção industrial. Aprendizagem real tem ritmos. Com trilhas adaptativas e simulações, o estudante avança quando demonstra proficiência, não quando "vira o calendário". Isso exige microcredenciais empilháveis e "gateways" de domínio (provas práticas, defesas, validação de competências, desafios públicos) ao longo do percurso. O diploma deixa de ser um papel anual e se torna uma trilha viva —verificável e portável.

Imagine um assistente de inteligência artificial treinado no currículo do curso, nas rubricas da instituição e nos objetivos de cada disciplina. Ele organiza o estudo, propõe percursos, cria simuladores, detecta lacunas, oferece feedback socrático e orquestra atividades em equipe. Transparente e auditável: registra fontes, separa autoria humana da assistência algorítmica e presta contas do porquê de cada sugestão. Não é "automatizar o aprender", é elevar a qualidade do tempo humano.

Universidade não vira "app". Vira estúdio (produção, dados, prototipagem); clínica (atendimento, projeto, ética em ação); e banca pública (avaliação por pares, comunidade e sociedade). Menos auditórios e salas de aulas, mais salas de decisão e criatividade. Menos slides, mais simulações e casos reais com parceiros públicos e privados. Presencial que importa: convivência, empatia, cuidado, julgamento, criatividade.

Chega de provas de memorização que uma máquina resolve. A avaliação passa a combinar:
1 - portfólios rastreáveis com proveniência (o que foi IA, o que foi humano); 2 - defesas orais e práticas (comissão externa, rubricas claras, replicabilidade); e 3 - desafios de mundo real (clientes, comunidades, setor público). Plágio e cola cedem lugar a responsabilidade intelectual e ética aplicada.

A universidade do futuro não pode ser colônia de plataformas. Três compromissos: 1 - equidade: garantir acesso, dispositivo, conectividade para todos; 2 - soberania de dados: tratar informações educacionais como bem público; e 3 - governança: comitês de ética, testes de viés/segurança, explicabilidade obrigatória em decisões de alto impacto.

O docente migra de transmissor para designer de aprendizagem, mentor e curador de qualidade. Ganha ferramentas para personalizar, analisar dados de percurso, construir simuladores, avaliar por competência e liderar projetos com impacto social. Menos exposição; mais coaching, mais ciência, mais mundo.
Quem olha para isso vê "o fim" da universidade tradicional. Eu vejo sua reconfiguração. A função essencial —formar gente capaz de pensar, criar, cuidar, decidir— permanece. O que muda é o como: menos transmissão, mais experiência; menos calendário, mais competência; menos conteúdo isolado, mais problemas do mundo. E uma IA a serviço dessa arquitetura, sob escrutínio público.

O custo de não agir é claro. Alunos se dispersam, currículos perdem relevância, projeções de empregabilidade se tornam obsoletas. Pergunta final, sem rodeios: alguém acredita que um jovem nascido na era da IA aceitará passar quatro anos ouvindo aulas expositivas de 50 minutos? A universidade que não se adaptar a essa realidade sairá do horizonte de interesse dos jovens.

*Artigo publicado originalmente no jornal Folha de S.Paulo, no dia 23/11/2025

 

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