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Gestão de empresas, inovação e bossa nova

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15/07/2011 04:24:49

Klaus de Geus Diretor da Faculdade de Ciências Exatas e de Tecnologia da UTP Professor no programa de pós-graduação em Métodos Numéricos - CESEC - UFPR Autor do livro "Mentes criativas, projetos inovadores - a arte de empreender P&D e inovação" *** Gosto não se discute. Mentira. Gosto é uma questão de cultura, de busca, de muito esforço. A capacidade de apreciar um bom vinho não cai do céu. É fruto de tentativas e refinamentos. É algo relacionado ao juízo sintético, do filósofo Immanuel Kant, ou seja, é fruto da experiência. A bossa nova, legítimo fruto da cultura, intelectualidade e criatividade brasileira, não surgiu do nada. Foi preciso um longo caminho para se chegar lá. A bossa nova incorpora riquezas inusitadas, inovadoras, que muitas vezes causam estranheza aos ouvidos menos preparados. Sua harmonia e seus acordes dissonantes lhe conferem uma assinatura única, apreciada pelos mais eruditos músicos do mundo. Com todas essas características desenvolvidas, a bossa nova pode parecer algo "desafinado" (fazendo alusão à grande obra de Tom Jobim e Newton Mendonça) para os ouvidos acostumados apenas com os estilos mais populares, para os que ouvem aquilo que é padrão, aquilo que é perfeitamente redondo. Para esses ouvidos, não há espaço para refinamento, já que se usa a justificativa de que gosto não se discute. Nada parece ser mais correto do que aquilo que sempre se ouve, uma vez que o óbvio reina absoluto. Mas o que é que a bossa nova tem a ver com a inovação ou a gestão de empresas? Tudo. O que acontece na mente dos gestores é exatamente aquilo que acontece com aqueles cujos ouvidos não experimentam o refinamento. Fala-se em fazer diferente e em inovar, usam-se jargões do tipo "agregar valor" e "alcançar diferencial", porém não se experimenta, não se arrisca, e foge-se do incerto, dos desafios que envolvem o desconhecido. Ora, inovar é justamente fazer algo novo, onde pelo menos alguma coisa é incerta. Como se pode inovar sem se lançar no incerto? No mundo empresarial brasileiro, pessoas criativas são normalmente vistas como acordes dissonantes. O questionamento por elas trazido à tona é normalmente refutado, pois as coisas já estão funcionando e não necessitam de palpites de sonhadores. Suas ideias não soam consonantes, e causam desconforto aos ouvidos menos preparados. O crescimento lhes é negado, pois não têm o perfil julgado necessário. A mente do gestor, assim como a mente do profissional em geral, ainda não se apercebeu da complexidade do pensamento humano. O mundo empresarial ainda não está preparado para lidar com as questões atuais, que adquirem cada vez mais um caráter interdisciplinar, complexo, onde as áreas do conhecimento se mesclam, gerando problemas que exigem soluções desconhecidas e devem, portanto, ser desenvolvidas de maneira, digamos, não automatizada. A criatividade, principal ingrediente da inovação, ainda não tem uma definição formalmente aceita, nem pode ser compreendida em sua integralidade. Não se sabe ao certo como funciona, tanto na mente das pessoas criativas como na interação de pessoas visionárias. Infelizmente, a cultura de gestão vigente não gosta de riscos, não se sente confortável com a imaginação, o olhar diferente, pois isso tende a fugir de seu controle. Para evitar essa sensação que lhes é desagradável, gestores tradicionais exercem seu poder para o controle, matando a criatividade. Assim, o país continua ouvindo acordes totalmente consonantes e melodias cuja sequência se pode prever. E a bossa nova, com seu jeito "desafinado" e imprevisível, prossegue confinada aos ouvidos de quem sabe ouvir.  

04/08/2011

Klaus de Geus

Olá, Floyd, obrigado pelo comentário. O texto é apenas uma provocação, e a bossa nova é apenas um exemplo. Eu poderia ter usado o exemplo do vinho, ou artes plásticas, ou até mesmo a literatura. Como também sou músico, estou ciente que a riqueza musical não vem de um ritmo. Aliás, a bossa nova foi citada no texto não pelo ritmo, mas sim pela riqueza de seu conjunto harmônico. Em nenhum momento é intenção diminuir outros ritmos e movimentos musicais. Não há menção a isso. Não há comparação no texto, entre bossa nova e outro estilo. Eu mesmo gosto de outros estilos além de bossa nova. Tudo tem seu lugar. Mas, como disse, o texto é uma provocação que tem como intuito estimular o estudo, o aprofundamento, a diferenciação. Peço que leia novamente o texto com isso em mente. Obrigado mais uma vez pela contribuição.

19/07/2011

Floyd

Olá Sr. Klauss. sou Floyd, aluno da Tuiuti e li seu tópico no site da utp. Como sou músico, cantor e compositor não poderia deixar de comentar, até porque, considerei um tanto egoísta a frase que diz que, quem não gosta de bossa nova é porque não adquiriu preparo para ouvi-lá e francamente, não achei conveniente estar num site de uma Universidade já que esse assunto faz apologia a um ritmo musical e diminui os outros. Tentei ler até o texto até o fim mas não consegui tirar da cabeça tamanha comparação. Gosto de bossa nova, porém, não diria que do ponto de vista técnico que esse ritmo seja o teto em qualidade de música. E pelo seu comentário sobre descobrir a sequência musical, lhe afirmo com toda certeza: se existem músicas que consigo prever o começa e o fim, essa música é bossa nova. Estudo música desde criança e o único ritmo que você não prevê a sequência é o rock progressivo e as minha músicas. Peço que compreenda minha opinião, e que se possível reconsiderasse alguns trechos desse texto que com certeza tem um objetivo importante. Atenciosamente....

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