Prof. Dr. Valmor Bolan
Doutor em Sociologia e Presidente da CONAP (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Programa Universidade para Todos-Prouni)
***O clima de Natal começou até mais cedo, este ano, ainda em novembro, com um aquecimento no comércio, nos crediários, nas prestações, etc. O Natal definitivamente se transformou numa festa de consumo. É hora de ir às compras para garantir uma ceia farta, com churrasco, cerveja gelada, ‘champanhe’ e tudo o que se tem direito depois de um ano de muito estresse e trabalho. É o corre-corre de todo final de ano, onde Papai Noel vai ganhando mais notoriedade do que Jesus, porque temos a impressão de que a festa é mesmo do Papai Noel, como na Páscoa quem dá o tom é o coelhinho branco e os chocolates.
Tudo isso vai se acentuando, a cada ano, e o verdadeiro sentido do Natal, como a grande festa cristã vai perdendo a sua importância, e até mesmo a sua atmosfera. Acaba sendo um feriado a mais, onde muitos querem esquecer do trabalho, relaxar e curtir algum lazer como num final de semana. Mesmo os que ainda vão às igrejas participar da missa, voltam para as suas casas tomado pelo espírito do consumismo e hedonismo vigentes. É preocupante este fenômeno, pois com isso as pessoas vão se esquecendo de que o Natal é uma festa religiosa, que celebra o nascimento de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador.
Nada contra compras presentes e oferecer às pessoas que estimamos e com quem convivemos ao longo do ano. O problema é quando isso se torna mais importante que a própria celebração do Natal como festa religiosa. Quando o panetone, a ceia, o churrasco ou o pernil (para quem tem condições de preparar a ceia dos sonhos), fosse o carro-chefe da festividade. Por isso, temos tempo ainda de avaliar esta situação e refletirmos sobre o sentido do Natal, para que nossos corações estejam mais abertos aos valores do espírito natalino, que deve ser sempre os da solidariedade. Preparemos o natal como uma oportunidade de reencontro daqueles que precisam de nós, de uma palavra amiga, de ânimo e conforto, especialmente os que estão doentes ou fragilizados por alguma dificuldade no dia-a-dia. É h ora então de irmos até aqueles que precisam de nós, e que esperam não apenas algum presente material, mas uma presença afetiva e humana, que acolha, perdoe, estimule e dê forças para superar os problemas e vislumbrar sempre novas oportunidades de uma vida melhor. Queremos então que cada um se prepare bem para o Natal, para receber primeiramente em seu coração aquele que é o DEUS vivo e quer vida para todos, para que possamos viver um Natal de alegria e paz, animados pela esperança da misericórdia de Deus, para que bênçãos sempre abundantes de graças possam nos fortalecer na verdadeira fé.




