Valmor Bolan
Doutor em Sociologia e Presidente da Conap/Mec (Comissão Nacional de Acompanhamento e Controle Social do Prouni)
***Nas próximas semanas teremos início o período eleitoral, em que, mais uma vez os brasileiros serão chamados a escolher aqueles que delegarão o poder de decisão, agora em âmbito municipal (prefeitos, vice-prefeitos e vereadores). Os partidos buscam acertar as suas coligações para apresentar seus programas e propostas, para que haja a renovação que acontece a todo quadriênio. Nesse sentido, temos que estar atentos e não ficar na indiferença do processo, pois mesmo com as suas deficiências, a democracia é ainda o melhor sistema que até então conseguimos chegar. É claro que precisa ser aperfeiçoada, daí a constante necessidade de reforma política, de avaliação e de ajustes, para que realmente um dia possamos alcançar condições que favoreçam a sociedade, com políticas e políticos éticos, competentes, realizadores e com a credibilidade para garantir e promover o bem comum.
A hora agora é, portanto de esperança, de observação do que está acontecendo, de atenção. Enquanto a reforma política não sai do papel, temos que fazer o que está ao nosso alcance, e o primeiro passo é saber quem são os candidatos, como estão sendo as coligações partidárias, a partir de quais interesses e compromissos, verificar se os programas são factíveis, viáveis e que ofereçam soluções aos inúmeros problemas sociais e urbanos que enfrentamos no dia-a-dia, se os empreendimentos e iniciativas anunciados (muitas vezes, as velhas promessas de sempre, os mesmos chavões!), são prioridade, que atendam as reais demandas da sociedade, em todos os aspectos. Por isso, é preciso que façamos uma decisão, que busquemos acertar nas escolhas, vejamos o passado de cada candidato, a sua capacidade, idoneidade, o que ele já fez o que poderá fazer, se é coerente, se não é apenas um oportunista, quais bandeiras e ideais que defende se já obteve resultados em seus mandatos, e de que forma, se não está envolvido em escândalos, nem em situações ainda não devidamente esclarecidas. Tudo isso dá trabalho, muitos talvez não estejam dispostos a perder um pouco do seu tempo, mas penso que seja necessária esta pequena tarefa de casa, para que possamos ao menos dormir tranquilos, pois tentamos fazer o melhor, exercer dignamente o nosso direito de cidadania. Às vezes a tarefa não é tão complicada assim. Hoje, com tantos meios disponíveis, basta colocar o nome do candidato no Google, e já temos ao menos alguma informação do que ele já fez com o que está envolvido. É preciso, portanto não ficarmos de braços cruzados e deixar as coisas correrem por si só. Temos que nos informar para errar menos.
Queremos com isso ajudar a melhorar a nossa democracia, fazer com que as leis funcionem que não haja mais impunidade, que não prevaleça a logica do vale tudo, que as regras sejam cumpridas, que os candidatos tenham, sim, respeito pela população, isto é, falando mais claramente, que tenham vergonha na cara. Acreditamos que a política pode ser exercida por pessoas de bem, por isso não podemos por causa da nossa omissão permitir que os maus continuem se aproveitando da desatenção de muitos, mas que a política possa ser exercida por pessoas de bem, honestas, trabalhadores, de boa fé e boa vontade, porque é assim que iremos fazer o Brasil ser mais justo e próspero.




