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Analfabetos na Universidade?

Rainer Marinho

24/07/2012 04:44:49

Rainer Marinho da Costa CAO Chief Academic Officer at ABC EDUCATION e Owner at RR Consultoria educacional legal
Graduado e licenciado em História, mestre em História Social e especialista em Direito Educacional, em Gestão Empresarial
Atuação em Gestão Escolar rainercosta@hotmail.com ***
Uma matéria publicada no último dia 19 de julho no jornal O Estado de S.Paulo com esta afirmação chocou a opinião pública e todos os envolvidos no segmento, desde mantenedores, professores até os alunos. Seria possível ser verdadeira tal afirmativa? Ao fazer a chamada com um título tão espetacular, o Estadão mostra um sensacionalismo que não corresponde com a lisura de um órgão de imprensa tão importante. Continuando a leitura verificamos logo no início da matéria o quanto o veículo foi apelativo, pois coloca no primeiro parágrafo que 38% dos estudantes do ensino superior no País simplesmente "não dominam habilidades básicas de leitura e escrita", o que é bem diferente de serem analfabetos. O que nos leva a dizer que o título da matéria foi no mínimo sensacionalista. A nossa preocupação então foi buscar a pesquisa que serviu como a base de tal argumento, o Indicador de Alfabetismo Funcional – INAF 2011, elaborado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela Ação Educativa, para verificar quais eram as colocações postas no Trabalho e tentar ver tal assertiva estava presente em tão respeitável trabalho. Detalhe importante o jornal chama a pesquisa de “Indicador de Analfabetismo Funcional” demonstrando de início sua leitura equivocada. Para nossa surpresa, o que o Estadão colocou como analfabeto não está presente na pesquisa, pois ela diz é que 34% de alunos do ensino superior tem nível básico de lectu-escrita ou, se preferir, de letramento. Veja como a pesquisa classifica este nível: “(...)pessoas classificadas neste nível podem ser consideras funcionalmente alfabetizadas, pois já leem e compreendem textos de média extensão, localizam informação mesmo que seja necessário realizar pequenas inferências(...)” Portanto de onde o Estadão tirou afirmação de 38% de analfabetos na universidade? Provável de uma leitura desatenta da pesquisa, pois confundiu uma frase do material e a usou como base da reportagem. Ou seja, alfabetismo com analfabetismo. O INEF conceitua assim o alfabetismo, não o analfabetismo, como foi interpretado equivocadamente pelo responsável da matéria: “O Inaf define quatro níveis de alfabetismo: Analfabetos:(...) Nível rudimentar(...) Nível básico(..) Nível pleno:(..)” Ou seja, o que a pesquisa coloca é que 34% dos alunos do ensino superior são de nível básico de alfabetismo e não de analfabetismo é somente de 4% dos alunos ensino superior teriam nível rudimentar e que quer dizer  a pessoa tem: “à capacidade de localizar uma informação explicita em textos curtos e familiares(...)”,o que mesmo assim não quer dizer analfabetos Uma indignação se toma conta de todos envolvidos, pois uma pesquisa seria foi usada de forma indevida e espetacular. Outro ponto interessante que pode ser levantado foi a conclusão da matéria jugando que a “‘popularização’ do ensino superior, com abertura de faculdades ávidas por explorar um publico baixa renda(...)”  foi a responsável por tal fato. Nesse sentido interpreta os dados da pesquisa de forma equivocada novamente. A reportagem sim foi ávida em atacar o segmento de ensino superior não vendo que ocorreu sim, foi um processo de democratização do acesso ao ensino superior, pautado por vários aspectos, como o financiamento estudantil (FIES, ProUni e programas próprios) e uma busca da excelência na gestão acadêmica para se atingir uma eficiência que pudesse reduzir custos e assim reduzir as mensalidade e não uma popularização, que na matéria é um conceito preconceituoso, politicamente incorreto é de cunho elitista, que desqualifica tanto o aluno como as instituições, o que não condiz com a lisura do jornal O Estado de S.Paulo. O que a pesquisa mostra bem claro sim é que com a chegada de um novo público oriundo das chamadas nova classe C, este de escolas públicas, provocou um aumento de alunos do ensino superior com o nível básico de alfabetismo, contudo o que poderia se considerado um dado ruim por um leitor desavisado da pesquisa, como o Estadão, é no fundo um bom dado que mostra qual a importância do seguimento privado na formação de nossa população. A pesquisa mostra que houve um crescimento de 21% de 2001 para 34% em 2011 dos alunos com nível básico de alfabetismo, mas para entender este dado temos que relacionar com os números absolutos de matrículas no nível superior, pois passamos de 3 milhões de alunos matriculados para quase 6 milhões no mesmo período. Numa analise rasteira com um crescimento de mais de 100% de alunos matriculados o percentual de alunos com nível básico de alfabetismo deveria ter ido para o dobro, ou seja, 42% caso a interpretação do Estado estivesse correta e que as IES somente fossem ávidas de atender uma demanda “popular” sem se preocupar com a qualidade de ensino. As IES de todo o Brasil, percebendo este fenômeno, o acesso de um público oriundo da escola pública com formação básica questionável do qual o poder público é o maior responsável, resolveu criar vários mecanismos de nivelamento, com a inclusão de disciplinas de formação básica, como Comunicação e expressão e de leitura e interpretação, entre outras, na maioria dos cursos, além de ofertar cursos extracurriculares para buscar solucionar a defasagem de lectu escrita. Uma informação que seria relevante que não temos no material e que indicamos aos responsáveis pela pesquisa para buscar, é demostrar a importância do sistema privado de ensino superior no processo de elevação cultural de uma população anteriormente excluída do segmento e que o mesmo cumpre um papel de relevância social para sociedade brasileira verificando ai sim o nível de alfabetismo do ensino superior durante o seu processo de formação, ou seja, como o aluno ingressou no primeiro ano e como se transformou ao sair no útimo ano. Essa informação já esta de alguma forma disponível, bastaria fazer uma analise acurada dos resultados dos sistemas de avalição implantados no ensino superior, desde o Provão até ao Enade. Terminando o que vimos na matéria publicada pelo Estadão foi um uso sensacionalista de uma pesquisa séria e de qualidade sem o devido cuidado na leitura feita. 4 

12/09/2013

Napoleão Argôlo

Prezado Rainer Costa, Concordo que o Estadão adotou uma postura sensacionalista em relação a pesquisa original. Contudo, sou professor universitário e possuo mestrado, doutorado e pós-doutorado, tendo lecionado em instituições privadas e públicas. Atualmente sou docente efetivo da Universidade Federal do Piauí e observei que tanto aqui, quanto em outras universidades públicas pelas quais passei (UFV, UFES, UDESC, etc)a maioria dos discentes não conseguem articular palavras, criar sentenças e interpretar textos. Mais do que isso, demonstram total desinteresse sobre cultura e conhecimento técnico. Acreditam que podem obter um diploma sem esforço ou qualificação técnica e concordam que o estudo aprofundado é desnecessário para o sucesso profissional, citando exemplos de profissionais mal qualificados bem remunerados. Como docente, sinto-me frustrado e impotente frente a esse sórdido cenário. Agravando este caos educacional nas universidades, os colegiados de curso extinguem as disciplinas de português do currículo, sob alegação de priorizar disciplinas técnicas e as Pró-reitorias de ensino pressionam os docentes para manter níveis elevados de aprovação, sem qualquer critério e a qualquer custo, para controlar os níveis de evasão universitária e captar mais recursos do governo federal. Que profissional estão sendo formados? Com todo respeito a sua experiência, a qual é extensa e notória, eu concordo com a matéria do Estadão. Pois é isso que eu vejo todos os dias em sala de aula. Talvez não sejam 34% ou 38%, mas com certeza é um percentual absurdo estimulado pelas políticas educacionais nocivas do governo federal.

20/08/2012

Valéria Vargas

Olá Rainer. Concordo que houve equívoco conceitual na reportagem do Estadão. Considero que temos a popularização do Ensino Superior em alguns casos não priorizando a qualidade de ensino e que essa massificação é importante devido a ampliação significativa das pessoas à Universidade também. Não deveria ser responsabilidade da Universidade resolver problemas processuais de alfabetização, precisamos investir cada vez mais na Educação Básica e em sua qualidade de ensino, para que o acesso à Universidade de fato inclua os cidadãos qualificados adequadamente para o mundo do trabalho. Existe ainda uma distância entre a academia e a prática do professor e muitas outras vertentes que influenciam a qualidade do processo ensino-aprendizagem. Suas reflexões me levou a outras e por isso gostei muito do seu texto.

14/08/2012

Regina Celia Bastos Carvalho

Gostei muito dos seus comentários. Toda matéria, seja de um veículo tão conceituado como o citado jornal ou qualquer outro não tanto assim, precisa ser analisada com cuidado. E depois pesquisas e reflexão. Parabéns!

31/07/2012

Luís Saldanha

O problema estaria somente no Ensino Superior ou residiria também no sofrível Ensino Fundamental e Médio? Afinal, de onde vem a massa de alunos que ingressa nas IES particulares?

25/07/2012

Inês Astreia

Caro Rainer Seu artigo está ótimo, atinge um ponto fundamental da educãção brasileira, que é o do alfabetismo funcional mas, realmente, conforme afirma a Prof. Geni, o problema está situado no ensino fundamental e, pior ainda, em muitas escolas públicas que apresentam uma estrutura deficitária - faltam professores capacitados, não há bibliotecas, laboratórios e outros recursos que contribuem para uma melhor aprendizagem. Assim, no terceiro grau, temos que batalhar pela melhor formação para nossos licenciados, para que os mesmos possam ser melhores docentes e por aí vai... Abraços.

25/07/2012

Geni Vanzo

Querido Rainer, Vc. está coberto de razão no que se refere ao "equívoco" inaceitável para um órgão de imprensa do nível do Estadão! Mas, quem sabe esse equívoco não seja salutar para chamar a atenção para um problema real que, como vc. mesmo afirma, advém do péssimo ensino fundamental que a população recebe!! A meu ver, não cabe às IES "remendarem" essa deficiência, mesmo porque tal remendo não é suficiente! Sabemos que não serão disciplinas de 80 horas aula (na melhor das hipóteses) que vão suprir as deficiências geradas por anos de "descaso" para com a formação elementar dos estudantes! Todo o conhecimento que essa população de mais de 30% dos estudantes deixa de assimilar por serem somente "basicamente alfabetizados" é extremamente significativo! Mas.....vamos lá....continuemos nossa luta!! Gde. abraço.

24/07/2012

Carla Maria R. Rodrigues

Caro Rainer Concordo com suas observações em relação à leitura inadequada, por parte do jornal, dos dados INAF 2011. Quanto à popularização do Ensino Superior, temos as duas realidades: de um lado a democratização, que considero avanço social, e de outro, a falta de rigor em avaliar as condições de ensino dos cursos (apesar do ENADE). A discussão inicial que precisamos ter de modo sério e inequívoco é sobre o ensino de Língua Portuguesa na escola; é sobre a Formação de Professores; é sobre as Licenciaturas. A pergunta que não pode calar é: àqueles que têm a função de alfabetizar, é alfabetizado em "nível pleno"?

24/07/2012

Alexey Carvalho

Ótimo artigo, parabéns.

24/07/2012

Arthur Marcien de Souza

Caros Sempre será importante, filtrar dados, analisar e refletir antes de publicar... "separar o joio do trigo". Instituições privadas como: FGV, PUC´s, Mackenzie, Metodista, UNISA, FECAP, FMU entre outras, tem compromisso com a sociedade e com a educação de qualidade. Abraços prof. Arthur Marcien Assessor da Reitoria

24/07/2012

Izabel Romero

Meu caro Sou professora de Comunicção e Expressão e concordo , plenamente com que Honner colocou em seu comentário. Leciono em universidade há mais de trinta anos e vi minh mtéria ser colocada como obrigatória, depois como complementar, depois mudaram o nome para Português Instrumental (onde qustiono o uso a gramática sem contextualizá-la), enfim hoje vejo uma enorme confusão, pois o aluno não sabe ler e interpretar e /ou compreender um texto mínimo de uma lauda. Como compreender outras diciplinas se os alunos decoram e querem estudos dirigidos para fazerem somente provas e / ou testes? Seria ótimo que as IES lutassem um pouco mais por instrumentos que indicassem reflexão dentro da interdisciplinaridde e/ ou multidisciplinar, coisa que o ENADE não faz, pois muda a todo momento, conforme indicação política e dentro desse contexto as IES se colocam atualmente.Avaliação é o mastro para o bom desempenho do futuro profissional, mas há de se fazer diferença entre avaliação, que é contínua, e testagem, medida e desenvolvimento da aprendizagem. Que tal, começarmos a estimular os alunos a lerem e compreenderem o que está sendo lido? Coisa que não cabe, apenas ao Prof. de Comunicação e sim a todos que lidam com o magistério.

24/07/2012

Hamilton

O que ocorre, na verdade, é que o Estado distribui diplomas a pessoas com pouca ou nenhuma capacidade de leitura e interpretação de textos. Os professores universitários fazer um grande esforço para reparar essa insuficiência, mas nem sempre conseguem. Acredito que o título espetacular da matéria do jornal serviu para chamar a atenção para um assunto muito sério, como podemos ser competitivos com profissioais que mal dominam a própria língua? Sem falar em outras habilidades que dependem da interpretação de textos, como por exemplo a solução de problemas matmáticos. O que falta em nosso país é investimento em educação básica de qualidade, concordo com o Senador Cristóvam Buarque, quando diz em seu "twittwer" que o país precisa de um "PAC" para educação e não para proporcionar infraestrutura para as empresas, muitas, multinacionais. O que adianta desenvolver infraestrura, incentivar a indústria se já presenciamos um verdadeiro "apagão" de mão de obra qualificada?

24/07/2012

Renato

O seu artigo está fora da realidade! Desisti de lecionar em Duas IES pelo fato dos alunos não dominarem as quatro operações fundamentais da matemática e serem analfabetos funcionais. Uma famosa universidade privada instituiu a dp online nos cursos de engenharia. Você pode questionar o título, mas a realidade do ensino superior não.

24/07/2012

Honneur Monção

Meu Caro Articulista, Compreendo tua indignação. No entanto, hás de convir que o "nível básico de letramento" não condiciona ninguém à frequência de um curso do 3º grau, com nível mínimo de aproveitamento. Em Brasília, as IES particulares simplesmente aboliram a Comunicação e Expressão de suas grades, provavelmente para economizar na folha de pagamento. As públicas nunca tiveram esse "luxo", nem mesmo em cursos como Jornalismo, Publicidade, Direito, notoriamente dependentes do domínio do idioma.

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