12/09/2013
Napoleão Argôlo
Prezado Rainer Costa,
Concordo que o Estadão adotou uma postura sensacionalista em relação a pesquisa original. Contudo, sou professor universitário e possuo mestrado, doutorado e pós-doutorado, tendo lecionado em instituições privadas e públicas. Atualmente sou docente efetivo da Universidade Federal do Piauí e observei que tanto aqui, quanto em outras universidades públicas pelas quais passei (UFV, UFES, UDESC, etc)a maioria dos discentes não conseguem articular palavras, criar sentenças e interpretar textos. Mais do que isso, demonstram total desinteresse sobre cultura e conhecimento técnico. Acreditam que podem obter um diploma sem esforço ou qualificação técnica e concordam que o estudo aprofundado é desnecessário para o sucesso profissional, citando exemplos de profissionais mal qualificados bem remunerados. Como docente, sinto-me frustrado e impotente frente a esse sórdido cenário. Agravando este caos educacional nas universidades, os colegiados de curso extinguem as disciplinas de português do currículo, sob alegação de priorizar disciplinas técnicas e as Pró-reitorias de ensino pressionam os docentes para manter níveis elevados de aprovação, sem qualquer critério e a qualquer custo, para controlar os níveis de evasão universitária e captar mais recursos do governo federal. Que profissional estão sendo formados? Com todo respeito a sua experiência, a qual é extensa e notória, eu concordo com a matéria do Estadão. Pois é isso que eu vejo todos os dias em sala de aula. Talvez não sejam 34% ou 38%, mas com certeza é um percentual absurdo estimulado pelas políticas educacionais nocivas do governo federal.
20/08/2012
Valéria Vargas
Olá Rainer.
Concordo que houve equívoco conceitual na reportagem do Estadão. Considero que temos a popularização do Ensino Superior em alguns casos não priorizando a qualidade de ensino e que essa massificação é importante devido a ampliação significativa das pessoas à Universidade também.
Não deveria ser responsabilidade da Universidade resolver problemas processuais de alfabetização, precisamos investir cada vez mais na Educação Básica e em sua qualidade de ensino, para que o acesso à Universidade de fato inclua os cidadãos qualificados adequadamente para o mundo do trabalho. Existe ainda uma distância entre a academia e a prática do professor e muitas outras vertentes que influenciam a qualidade do processo ensino-aprendizagem.
Suas reflexões me levou a outras e por isso gostei muito do seu
texto.
14/08/2012
Regina Celia Bastos Carvalho
Gostei muito dos seus comentários. Toda matéria, seja de um veículo tão conceituado como o citado jornal ou qualquer outro não tanto assim, precisa ser analisada com cuidado. E depois pesquisas e reflexão. Parabéns!
31/07/2012
Luís Saldanha
O problema estaria somente no Ensino Superior ou residiria também no sofrível Ensino Fundamental e Médio? Afinal, de onde vem a massa de alunos que ingressa nas IES particulares?
25/07/2012
Inês Astreia
Caro Rainer
Seu artigo está ótimo, atinge um ponto fundamental da educãção brasileira, que é o do alfabetismo funcional mas, realmente, conforme afirma a Prof. Geni, o problema está situado no ensino fundamental e, pior ainda, em muitas escolas públicas que apresentam uma estrutura deficitária - faltam professores capacitados, não há bibliotecas, laboratórios e outros recursos que contribuem para uma melhor aprendizagem.
Assim, no terceiro grau, temos que batalhar pela melhor formação para nossos licenciados, para que os mesmos possam ser melhores docentes e por aí vai... Abraços.
25/07/2012
Geni Vanzo
Querido Rainer,
Vc. está coberto de razão no que se refere ao "equívoco" inaceitável para um órgão de imprensa do nível do Estadão! Mas, quem sabe esse equívoco não seja salutar para chamar a atenção para um problema real que, como vc. mesmo afirma, advém do péssimo ensino fundamental que a população recebe!! A meu ver, não cabe às IES "remendarem" essa deficiência, mesmo porque tal remendo não é suficiente! Sabemos que não serão disciplinas de 80 horas aula (na melhor das hipóteses) que vão suprir as deficiências geradas por anos de "descaso" para com a formação elementar dos estudantes! Todo o conhecimento que essa população de mais de 30% dos estudantes deixa de assimilar por serem somente "basicamente alfabetizados" é extremamente significativo! Mas.....vamos lá....continuemos nossa luta!! Gde. abraço.
24/07/2012
Carla Maria R. Rodrigues
Caro Rainer
Concordo com suas observações em relação à leitura inadequada, por parte do jornal, dos dados INAF 2011. Quanto à popularização do Ensino Superior, temos as duas realidades: de um lado a democratização, que considero avanço social, e de outro, a falta de rigor em avaliar as condições de ensino dos cursos (apesar do ENADE). A discussão inicial que precisamos ter de modo sério e inequívoco é sobre o ensino de Língua Portuguesa na escola; é sobre a Formação de Professores; é sobre as Licenciaturas. A pergunta que não pode calar é: àqueles que têm a função de alfabetizar, é alfabetizado em "nível pleno"?
24/07/2012
Alexey Carvalho
Ótimo artigo, parabéns.
24/07/2012
Arthur Marcien de Souza
Caros
Sempre será importante, filtrar dados, analisar e refletir antes de publicar... "separar o joio do trigo". Instituições privadas como: FGV, PUC´s, Mackenzie, Metodista, UNISA, FECAP, FMU entre outras, tem compromisso com a sociedade e com a educação de qualidade.
Abraços
prof. Arthur Marcien
Assessor da Reitoria
24/07/2012
Izabel Romero
Meu caro
Sou professora de Comunicção e Expressão e concordo , plenamente com que Honner colocou em seu comentário. Leciono em universidade há mais de trinta anos e vi minh mtéria ser colocada como obrigatória, depois como complementar, depois mudaram o nome para Português Instrumental (onde qustiono o uso a gramática sem contextualizá-la), enfim hoje vejo uma enorme confusão, pois o aluno não sabe ler e interpretar e /ou compreender um texto mínimo de uma lauda. Como compreender outras diciplinas se os alunos decoram e querem estudos dirigidos para fazerem somente provas e / ou testes? Seria ótimo que as IES lutassem um pouco mais por instrumentos que indicassem reflexão dentro da interdisciplinaridde e/ ou multidisciplinar, coisa que o ENADE não faz, pois muda a todo momento, conforme indicação política e dentro desse contexto as IES se colocam atualmente.Avaliação é o mastro para o bom desempenho do futuro profissional, mas há de se fazer diferença entre avaliação, que é contínua, e testagem, medida e desenvolvimento da aprendizagem. Que tal, começarmos a estimular os alunos a lerem e compreenderem o que está sendo lido? Coisa que não cabe, apenas ao Prof. de Comunicação e sim a todos que lidam com o magistério.
24/07/2012
Hamilton
O que ocorre, na verdade, é que o Estado distribui diplomas a pessoas com pouca ou nenhuma capacidade de leitura e interpretação de textos. Os professores universitários fazer um grande esforço para reparar essa insuficiência, mas nem sempre conseguem.
Acredito que o título espetacular da matéria do jornal serviu para chamar a atenção para um assunto muito sério, como podemos ser competitivos com profissioais que mal dominam a própria língua? Sem falar em outras habilidades que dependem da interpretação de textos, como por exemplo a solução de problemas matmáticos.
O que falta em nosso país é investimento em educação básica de qualidade, concordo com o Senador Cristóvam Buarque, quando diz em seu "twittwer" que o país precisa de um "PAC" para educação e não para proporcionar infraestrutura para as empresas, muitas, multinacionais.
O que adianta desenvolver infraestrura, incentivar a indústria se já presenciamos um verdadeiro "apagão" de mão de obra qualificada?
24/07/2012
Renato
O seu artigo está fora da realidade! Desisti de lecionar em Duas IES pelo fato dos alunos não dominarem as quatro operações fundamentais da matemática e serem analfabetos funcionais. Uma famosa universidade privada instituiu a dp online nos cursos de engenharia. Você pode questionar o título, mas a realidade do ensino superior não.
24/07/2012
Honneur Monção
Meu Caro Articulista,
Compreendo tua indignação. No entanto, hás de convir que o "nível básico de letramento" não condiciona ninguém à frequência de um curso do 3º grau, com nível mínimo de aproveitamento.
Em Brasília, as IES particulares simplesmente aboliram a Comunicação e Expressão de suas grades, provavelmente para economizar na folha de pagamento. As públicas nunca tiveram esse "luxo", nem mesmo em cursos como Jornalismo, Publicidade, Direito, notoriamente dependentes do domínio do idioma.