Teresa Cristina Jordão Gestora da TIC Educa, Membro da comissão de avaliação do Prêmio Educadores Inovadores da Microsoft, Consultora do Portal do Professor do Ministério da Educação ***

A garantia do direito à educação com qualidade vem a partir de uma educação contextualizada, onde o estudante entende e é entendido como um cidadão em suas diversas dimensões. A escola do século XXI deve ser o centro das práticas pedagógicas, mas também de práticas culturais, de saúde, de lazer, ultrapassando a vivência curricular, para uma vivência de formação de valores que leva em conta o indivíduo como um todo. Neste contexto de educação do século XXI, o pensamento crítico defendido por Paulo Freire, como forma de produzir sujeitos sociais emancipados e críticos, autores de sua própria história e capazes de transformar sua realidade deve ser privilegiado. Essa transformação sempre visando o bem comum e a ética. O pensamento crítico permite ao sujeito compreender as relações sociais associadas ao meio em que está inserido, para a tomada de decisão autônoma, sem a interferência manipuladora de conceitos preestabelecidos e dominantes no contexto tradicional do que está sendo analisado. Então, na perspectiva educacional, aprender é ver o novo, ou seja, através de um novo ponto de vista. O acompanhamento do processo de construção de conhecimento envolve a mediação do desenvolvimento do sujeito, através de orientações baseadas na percepção das potencialidades desse sujeito para que essa produção de conhecimento seja crítica, criativa e competente. Além disso, a aprendizagem significativa só acontece se o aprendiz demonstrar motivação em participar da atividade de aprendizagem e isto torna-se possível quando se sente envolvido no processo e autor do próprio conhecimento. A autoria é uma forma de permitir que os alunos se envolvam na tarefa de forma integral, principalmente se perceberem que estão produzindo algo para ser utilizado por outras pessoas e de alguma maneira transformando suas realidades. Cabe ao professor, como facilitador e mediador do processo de ensino e aprendizagem, definir junto com os alunos a proposta do projeto para que estes, a partir de pesquisas e reflexões, estabeleçam quais serão os materiais a serem desenvolvidos por eles. Neste sentido, as tecnologias digitais podem apoiar o desenvolvimento do projeto pelos alunos, que assumem papel de protagonistas e fazem uso dos recursos que acharem mais adequados para o que estão se propondo a desenvolver. Existe uma quantidade enorme de recursos digitais disponíveis gratuitamente na rede e que podem auxiliar o processo de autoria pelos alunos, e o professor, assumindo o papel de facilitador, deve indicar fontes onde os estudantes podem encontrar ferramentas para desenvolver aquilo a que estão se propondo. Um dos sites que pode ser indicado para os alunos, pois se caracteriza como um grande banco de recursos indexados para facilitar a busca, é o Escola Digital (http://www.escoladigital.org.br). Neste site existe uma área chamada “Para Criar” que traz ferramentas gratuitas para a criação de infográficos, animações, histórias em quadrinhos, revistas digitais, apresentações multimídia, vídeos, dentre outros.