Antônio de Oliveira
Professor universitário e consultor de legislação do ensino superior da ABMES (1996 a 2001)
antonioliveira2011@live.com
***Acho uma boa pedida, e um bom pedido, iniciar o ano com S. Paulo, pois falasse eu as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa. Ou como o sino que tine. Nada seria... Nada seria...
Tivesse eu o dom da profecia, e toda a ciência, de tal maneira que transportasse montanhas, mas não tivesse caridade, nada seria... nada seria...
Distribuísse bens para o sustento dos pobres, mas interessadamente, e não tivesse caridade, pois visando ao custo-benefício em votos, nada seria.
Nada seria.
Também, neste início de ano, vale uma paráfrase, em prosa, dos versos ecumênicos de São Francisco:
Senhor, fazei-me, mais do que nunca, um instrumento de vossa paz. Ah! A Paz. Vingança e violência campeiam à solta nas novelas de televisão e nas novelas da vida real. Assim:
Onde houver ódio, que eu leve o amor.
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre, fazei que eu procure mais consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido; amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe. Nessa altura, nossos políticos cometem um sacrilégio. Desfiguram a oração dando ao verso a noção de barganha. Toma lá, dá cá seu voto. Também comete sacrilégio quem agride a natureza, quem incendeia matas e florestas. Ou não se mostra amigo de S. Francisco, patrono da natureza. Meu irmão Sol! Minha irmã Lua!
E é perdoando que se é perdoado. Assim se vive o milagre da vida e, morrendo, se aceita o mistério da morte. Neste ano, certamente muitos nascerão para a primavera da vida, outros morrerão antes de se adentrarem pelo outono da existência. Ciclo que continua e se renova. Queira Deus tenhamos um ano feliz, de menos injustiças, de menos corrupção...




