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Reflexões e dados sobre a queda nos ingressantes da Educação Superior

Rafael Villas Bôas

07/05/2015 04:38:15

Rafael Villas BôasRafael Villas Bôas Consultor Associado de Marketing na Hoper Educacional e criador do portal www.quemdisse.com.br ***
O atraso de um ano da publicação dos dados do Censo do Ensino Superior pode criar distorções e impressões equivocadas por parte daqueles que dependem exclusivamente dessa fonte de dados para seu processo de tomada de decisão. Ao gerir com base na análise retroativa de informações o executivo assume o risco de não computar o presente ou projeções para o futuro, projeções essas a cada ano mais precisas. A recente publicação dos números de 2013 aumentou a sensação de insegurança dos gestores do segmento frente a uma queda no número de ingressos da graduação. Estatisticamente irrelevante (foram 6900 alunos a menos entre os anos de 2012 e 2013 na base de ingressantes na educação superior, computando graduação e sequencial[1]), o indicativo disparou alertas em mantenedoras de todo o país e protagonizou os principais fóruns do segmento. De fato em um ambiente onde o crescimento médio foi de 5% (média aritmética calculada pela diferença positiva ou negativa dos ingressantes na educação superior, computando graduação e sequencial de um ano em relação ao ano subsequente no período de dez anos entre 2003 e 2013), o crescimento negativo de 0,25% entre 2012 e 2013[2] assusta quando observado fora de contexto. No entanto, para quem analisa as curvas históricas e as suas correlações esse número preocupa menos que outros como a queda de alunos matriculados nos últimos anos do Ensino Médio, conforme demonstraremos abaixo. A média de 5% de crescimento de ingressantes/ano da última década na Educação Superior foi pouco linear com altos e baixos. Entre os anos de 2012 e 2011 tivemos um crescimento de 14,41% e entre 2008 e 2009 um crescimento negativo de -13,39%[3]. Ao observarmos o passado desse ambiente de negócios nos acostumamos com algumas turbulências. Esse, no entanto, não é o único, ou principal indicador para mensuração dos resultados do sistema cujo desempenho deve ser avaliado de maneira mais ampla. O número de alunos ingressos é claramente um fator crítico para o sucesso de longo prazo. Contudo a principal unidade de mensuração da educação superior no Brasil está no número total de matriculas. E esse número cresceu 4% (ainda que abaixo da média histórica da última década de 6% ao ano)[4] conforme a tabela abaixo descreve:    
Ano Taxa de Crescimento no Número de Ingressantes Taxa de Crescimento no Número de Matriculados
2004 5,39% 7,24%
2005 9,12% 8,15%
2006 7,35% 6,88%
2007 7,71% 7,23%
2008 8,26% 10,20%
2009 -13,39% 2,44%
2010 5,25% 7,05%
2011 6,89% 5,58%
2012 14,41% 4,32%
2013 -0,25% 3,75%
Fonte: Censo da Educação Superior do INEP Essa deveria ser em uma análise de ambiente endógeno a principal preocupação dos gestores educacionais: o número total de alunos matriculados e não apenas o número total de ingressantes. O faturamento global de suas operações e não somente o faturamento projetado de novas matrículas. Uma mudança de paradigma para muitos executivos preocupados mais com a captação cíclica de novos alunos do que a manutenção, satisfação, retenção e reposição de alunos/clientes perdidos. Basta comparar o montante investido em campanhas de Transferências e o montante investido em campanhas de Captação, para notar que o esforço de marketing é maior nas vendas para alunos de 1º ano. Muitas vezes o número de vagas ociosas em turmas de 2º, 3º e 4º anos equivale ao número de vagas ofertadas em processos seletivos de vestibular. Ao deixar de olhar para o retrovisor, os dados retroativos, o gestor talvez possa mitigar a ansiedade dos números observando alguns indicadores em seu para-brisa. O número de novos contratos de FIES vem crescendo todos os anos. Esses contratos não figuraram nos indicadores publicados na última Edição do Censo do Ensino Superior. Os dados registrados no final de 2013 apontam os ingressantes daquele ano, relacionados, majoritariamente, aos contratos do FIES de 2010, 2011 e 2012, como demonstrado na tabela abaixo:    
 
  Novos Contratos de FIES Taxa de Crescimento Inscritos no ENEM Taxa de Crescimento
2003 - - 1.900.000 -
2004 - - 1.600.000 -15,79%
2005 - - 3.000.000 87,50%
2006 - - 3.700.000 23,33%
2007 - - 3.600.000 -2,70%
2008 - - 4.000.000 11,11%
2009 - - 4.100.000 2,50%
2010 76.000 - 4.600.000 12,20%
2011 154.000 102,63% 5.400.000 17,39%
2012 377.000 144,81% 5.800.000 7,41%
2013 556.000 47,48% 7.200.000 24,14%
2014* 731.300 32% 8.700.000 20,83%
*Fonte IG.
  Fonte: INEP e dados publicados pela imprensa O número de estudantes inscritos no ENEM cresce positivamente uma média de 17% durante os últimos 11 anos, como pode ser visto na tabela acima. Isso é bom, e do batalhão de inscritos em 2014 um contingente de mais de 6,7 milhões estará em condições de ingressar na Educação Superior no final do ano. Entre os demais, os chamados “treineiros” e outros, mostram interesse e poderão se inscrever nos anos seguintes[5].
Situação Inscrições em 2014
Concluiu o Ensino Médio 4.990.025
Concluirá em 2014 1.748.588
Concluirá após 2014 1.446.032
Não Concluiu e não está cursando o Ensino Médio 537.301
Total 8.721.946
Fonte: Balanço das Inscrições do ENEM publicado pelo INEP Algumas lacunas, contudo, aparecem na estrada que desponta no para-brisa do gestor educacional. O número de alunos matriculados no Ensino Médio Regular vem caindo de modo linear todos os anos na última década. Por questões demográficas e sociais a taxa de crescimento negativo é espelhado nos últimos anos desse nível de ensino. No âmbito global o ensino médio perdeu -14,12% (mais de 1,2 milhões de estudantes) entre 2003 e 2013 e -6,69% (mais de 160 mil estudantes no último ano do curso).[6]
Ano Ensino Médio Regular - Total Taxa de Crescimento Total nos Últimos Anos (3º e 4º Anos) Taxa de Crescimento
2003 9.072.942 2.277.608
2004 9.169.357 1,06% 2.435.648 6,94%
2005 9.031.302 -1,51% 2.482.242 1,91%
2006 8.906.820 -1,38% 2.441.833 -1,63%
2007 8.369.369 -6,03% 2.260.693 -7,42%
2008 8.037.039 -3,97% 2.180.727 -3,54%
2009 7.966.794 -0,87% 2.149.677 -1,42%
2010 7.959.478 -0,09% 2.123.778 -1,20%
2011 7.978.224 0,24% 2.129.144 0,25%
2012 7.944.741 -0,42% 2.137.207 0,38%
2013 7.854.207 -1,14% 2.116.757 -0,96%
  Fonte: Censo da Educação Básica do INEP Algumas outras oportunidades não devem ser perdidas. Apenas 11,27% dos 110 milhões de brasileiros com 25 anos ou mais de idade possuem ensino superior e 24,56% possuem ensino médio completo e superior incompleto[7]. Um mercado de 27 milhões de potenciais universitários. Em um recorte conservador, são 81 milhões de pessoas entre 25 e 64 anos (ainda no mercado de trabalho). Um mercado de 23 milhões de profissionais aptos a ingressar na educação superior no próximo ano e muitas vezes fora do radar do planejamento estratégico da maior parte das mantenedoras brasileiras[8].   [1] Calculo com base nos dados dos Ingressantes do Censo da Educação Superior 2012 e 2013. [2] Calculo com base nos dados dos Ingressantes do Censo da Educação Superior 2012 e 2013. [3] Calculo com base nos dados dos Ingressantes do Censo da Educação Superior 2008, 09, 10, 11, 12. [4] Calculo com base nos dados dos Matriculados do Censo da Educação Superior 2002 a 2013. [5] Dados do Balanço das Inscrições do ENEM publicado pelo INEP http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2014/balanco_inscricoes_enem_2014.pdf [6] Dados do Censo da Educação Básica do INEP [7] Cálculo realizado com base na publicação da analise do IBGE presentes em http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/12/19/ibge-quase-metade-da-populacao-com-25-anos-ou-mais-nao-tem-o-fundamental-completo.htm   [8] Calculos com base nos dados do Censo 2010 http://censo2010.ibge.gov.br/sinopse/webservice/frm_piramide.php  

01/10/2015

Rafael Villas Bôas

Oi Paulo, acredite se quiser, fui ler tua resposta ao meu artigo de maio apenas hoje. Que bom que nossas visões são aderentes. As vezes me sinto pregando em um vácuo, quando escrevo. É importante ver que criamos significado e relevância. Principalmente junto a um cara como você. Um forte abraço!

08/05/2015

PAULO VADAS

Parabéns Rafael, tuas colocações, baseadas em dados estatísticos, são extremamente importantes e, para quem está ligado, de grande valia em relação à como pensar estratégias de matrículas na educação superior. A miopia de mercado em relação ao nível superior brasileiro, focando como futuros clientes somente os recem egressos do nível médio, se tornou um paradigma perigoso no caminho da sustentabilidade das IES que não enxergam que o mercado para o terceiro grau é composto de toda a população que concluiu o nível medio, e não somente dos recem egressos. É uma população composta de alunos recem egresso do ensino médio e, tambem, de adultos que concluiram o ensino medio mas não ingressaram na educação superior, ou que entraram na educação superior mas não a concluiram. As IES devem parar de pensar que quando falamos de "educação de adultos" estamos falando não somente de educação básica, no contexto da "Educação de Jovens e Adultos" - estamos falando tambem da educação de adultos no contexto da educação superior. Reiterando teu aviso: "O número de alunos matriculados no Ensino Médio Regular vem caindo de modo linear todos os anos na última década. Por questões demográficas e sociais a taxa de crescimento negativo é espelhado nos últimos anos desse nível de ensino." E tua sugestão: "Apenas 11,27% dos 110 milhões de brasileiros com 25 anos ou mais de idade possuem ensino superior e 24,56% possuem ensino médio completo e superior incompleto[7]. Um mercado de 27 milhões de potenciais universitários. Em um recorte conservador, são 81 milhões de pessoas entre 25 e 64 anos (ainda no mercado de trabalho). Um mercado de 23 milhões de profissionais aptos a ingressar na educação superior no próximo ano e muitas vezes fora do radar do planejamento estratégico da maior parte das mantenedoras brasileiras." O que ainda não está bem resolvido no Brasil é como preencher as vagas deixadas pela evasão de alunos que se matriculam mas não concluem. Quando voce diz que: "Muitas vezes o número de vagas ociosas em turmas de 2º, 3º e 4º anos equivale ao número de vagas ofertadas em processos seletivos de vestibular", isto dá a entender que a reposição de alunos é focada somente como resultado das matriculas globais do primeiro ano - os 2º, 3º e 4º anos vão perdendo alunos sem que haja reposição para esses anos. Isto acontece porque o modelo de oferta de cursos no Brasil continua fechado, baseado em matrículas por "pacotes" de turma/curso, e não individualizadas, baseadas em matrículas aluno/disciplina, como acontece nos sistemas por crédito. Enfim, não é só o mercado que está sendo mal aproveitado. A falta de flexibilidade do modelo também contribui para a falta de crescimento linear das matrículas.

Entre a Sustentabilidade e a Realidade: O Que as IES Precisarão Enfrentar em 2026

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Assessor da Presidência do SEMERJ. Assessor da Presidência da FOA (Fundação Oswaldo Aranha). Escritor e Consultor Educacional

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